sexta-feira, 31 de julho de 2015

#210 1968 DRÁCULA O PERFIL DO DIABO (Dracula Has Risen From the Grave, Reino Unido)


Direção: Freddie Francis
Roteiro: John Elder (baseado no personagem criado por Bram Stoker)
Produção: Aida Young
Elenco: Christopher Lee, Rupert Davies, Veronica Carlson, Barbara Ewing, Barry Andrews, Ewan Hooper, Michael Ripper

Drácula está de volta, no terceiro filme da Hammer em que Christopher Lee encarna o chupador de sangue mor: Drácula – O Perfil do Diabo. E este título em português, hein? Imagino este o título de matéria com um perfil de Drácula naquelas revistas de fofocas, estilo Caras, sabe? Enfim, na minha opinião, Drácula – O Perfil do Diabo é um dos mais bacanas da série. Violento, sanguinário, cruel. Christopher Lee representa um vampiro do mal MESMO mesmo aqui. Tem umas quatro ou cinco falas apenas, mas só de olhar para a cara do sujeito com aqueles caninos pontiagudos e seus olhos vermelhos, já dá o maior medo de encontrá-lo por aí em uma esquina escura da Transilvânia. Dirigido por Freddie Francis, mesmo diretor de O Monstro de Frankenstein (que recebeu esse filme no colo pelo mesmo motivo do anterior, pois Terence Fisher, escalado para dirigir, havia sofrido um acidente de carro), e escrito por Anthony Hinds (sob o pseudônimo de John Elder), Drácula – O Perfil do Diabo já começa com os dois pés no peito, com um padre e seu assistente mudinho encontrando uma bela donzela morta em plena igreja, difamada pelo Drácula. Por conta disso, obviamente a população do vilarejo vive assustada por estar sob a sombra de seu castelo e pararam de ir à igreja aos domingos, que ficou largada às moscas. Até monsenhor Ernest Mueller (Rupert Davies) chegar ao local, dar um esporro no padre e em todos os aldeões supersticiosos, e resolver subir até o castelo de Drácula no topo da montanha, onde ele jazia congelado há um ano, desde o final de Drácula – O Príncipe das Trevas. Ele leva o deprimido e medroso padre (Ewan Hooper) para subir a montanha e colocar uma gigantesca cruz na entrada na porta, para que aquele mal nunca se liberte de lá e o povo volte a frequentar a paróquia local. Só que o padre com medo fica pela metade do caminho enquanto o monsenhor continua sua procissão. Uma tempestade se forma, e a ventania acaba derrubando o padre, que cai no chão ensanguentado. E eis que, milimetricamente, o sangue cai bem na boca de onde Drácula jazia, e o traz de volta à vida. Com seus poderes hipnóticos, Drácula ira transformar o padre em seu ajudante para lhe encontrar novas donzelas para que ele possa sugar o sangue. Nesse ínterim, vamos conhecer Paul (Barry Andrews), um jovem padeiro, ajudante de bar, estudante de medicina e ateu convicto, que namora a inocente e certinha sobrinha do monsenhor, Maria Mueller (Veronica Carlson). Todo mundo sabe que o Drácula é o mais talarico dos monstros, e obviamente ele vai querer dar uma chupada na jugular da moça loira. Mas antes disso ele vai se aproveitar da ruiva Zena (Barbara Ewing), que é preterida por Paul, mesmo arrastando uma asa para cima dele e usando decotes lascivos ao melhor estilo filmes da Hammer. Drácula suga seu sangue, a transforma em uma rameira do inferno, e depois também dá uma gelada na coitada, trocando-a pela inocente Maria. Coitada da Zena! Daí irá se seguir aquela velha batalha do mocinho contra o monstro das trevas pela alma da garota. Só que aí tem um pulo do gato que faz Drácula – O Perfil do Diabo sensacional. Como disse lá em cima, Paul é ateu, então cruzes, estacas, tudo que ele usar contra o vampiro não irá funcionar, porque é preciso fé. E você pensa que no final vai rolar aquela babaquice dele encontrando Deus, tornando-se um cristão fervoroso para destruir Drácula. Nada disso, ele continua irredutível em sua crença, e a redenção para destruir o sanguessuga vai vir mesmo do padre, quando Drácula é empalado pela cruz na montanha, e ele se redime rezando para a vil criatura da escuridão ser destruída de uma vez por todas. Até o próximo filme da franquia, claro. Drácula – O Perfil do Diabo foi o filme comercialmente mais rentável da Hammer, e durante a produção, foi o estúdio foi presenteado com o UK Queen’s Award for Industry. Christopher Lee gosta de contar a história sobre esse prêmio, pois o prêmio foi dado enquanto eram filmadas as cenas finais com Drácula empalado nas rochas, e um grupo de dignitários do governo britânico assistindo Lee gritando e com sangue jorrando por todos os lados. Após a cena, com estômago embrulhado, um ministro inglês virou-se para a mulher e disse: “Esse homem é um membro do meu clube?”. Dá-lhe Hammer. Dá-lhe Christopher Lee!
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/10/210-dracula-o-perfil-do-diabo-1968/

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