Direção: John
Gilling
Roteiro: John
Elder
Produção: Anthony
Nelson Keys
Elenco: Noel
Willian, Jennifer Daniel, Ray Barrett, Jacqueline Pearce, Michael Ripper
Começarei o texto parafraseando a
opinião de Christopher Lee sobre A Górgona,
porém aplicado a este filme: O único problema de A Serpente,
é a própria serpente. Isso porque o filme dirigido por John Gilling é redondo e
tem aquele famoso padrão característico da Hammer, até a hora que o monstro
aparece em cena. E é bem parecido com o caso de A Górgona, exercendo o
mesmo efeito sobre seus espectadores por conta dos efeitos visuais precários. O
maquiador oficial da Hammer, Roy Ashton tem excelentes trabalhos para o estúdio
inglês em seu currículo, como o monstro de Frankenstein, Drácula e a Múmia. Mas
de vez em quando ele dá umas derrapadas, obviamente que por conta de um orçamento
reduzido, como é o caso aqui de A Serpente. Apesar de sua inventividade e
tentar de uma forma criativa reproduzir o monstro, até utilizando aplicações
criadas a partir de um molde feito de pele de cobra de verdade, a hora que a
criatura aparece em cena, com seus olhos esbugalhados vermelhos, pele escamosa
verde, suas presas salientes e mexendo a linguinha para lá e para cá
nervosamente, não dá para não dar risada. Mas o pior é que este é um dos
charmes da fita. Baseado de forma não creditada no livro “The Lair of the White
Worm” do escritor irlandês Bram Stoker (sim, o mesmo que escreveu Drácula),
publicado em 1911, A Serpente foi rodado juntamente comEpidemia de Zumbis, ambos dirigidos pelo competente John
Gilling, aproveitando as mesmas locações, cenários e atores, como o caso de
Jacqueline Pearce, que interpreta Anna Franklyn, e Michael Ripper, que faz o
papel do taberneiro Tom Bailey. Na história, Harry George Spalding (Ray
Barrett) muda-se com sua esposa, Valerie (Jennifer Daniel) para a Cornuália,
após herdar a casa de seu irmão Charles Edward Spalding, depois dele ser
misteriosamente morto por uma praga conhecida como Morte Negra, que vem
assustando todos os moradores da região e fazendo diversas vítimas. Mas na
verdade, Charles, como percebemos logo na sequência de abertura da fita, foi
morto por uma terrível criatura, metade humana, metade serpente, que mata suas
vítimas com uma terrível picada, envenenando-as. Cabe então a Harry, o
taberneiro Tom Bailey, seu único amigo já que todos os outros aldeões o tratam
mal, e Valerie, investigar as terríveis mortes, e entender o comportamento
estranho de seu vizinho, Dr. Franklyn (Noel William) e sua filha reclusa e
assustada Anna. Através de suas investigações, descobre-se mais tarde, que Dr.
Franklyn é teólogo, estudioso das antigas religiões orientais. Na Malásia, ele
descobriu uma secreta ordem de adoradores de serpente, e após conhecer todos
seus segredos e tentar publicá-los, como forma de vingança, Anna é raptada e
através de um ritual é transformada nessa venenosa mulher cobra, dotada de um
terrível instinto assassino. O Dr. Franklyn até tenta levá-la para o interior
da Inglaterra, porém um sinistro malaio membro da seita o segue até o local e
os mantém sob chantagem, controlando a maldição. Para sobreviver no ambiente
frio inglês, como as cobras possuem sangue frio, eles constroem um poço
fumegante no porão da casa, que mantém a criatura aquecida durante o inverno,
quando acontece sua troca de pele, e a alimenta com os pobres coelhos e gatos
que vivem na região. Ou seja, literalmente, podemos dizer que essa mulher é uma
víbora! A Serpente sofre do mesmo problema de Epidemia de Zumbis, por
exemplo. É um bom filme, porém é um filme B da Hammer, renegado a segundo plano
pelo estúdio que tinha como suas principais apostas as franquias de Drácula e
Frankenstein e os filmes com a dupla Peter Cushing e Christopher Lee. Mesma
coisa serve para o diretor John Gilling, que apesar de seu domínio e fluidez na
direção, tinha que competir com Terence Fisher, responsável pelas grandes
produções do estúdio. Mas ainda assim é Hammer com suas características
peculiares, então, vale a sessão pipoca.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/06/26/197-a-serpente-1966/
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