sábado, 4 de julho de 2015

#185 1965 COLOR ME BLOOD RED (Color Me Blood Red, EUA)


Direção: Herschell Gordon Lewis
Roteiro: Herschell Gordon Lewis
Produção: David F. Friedman
Elenco: Gordon Oas-Heim, Candi Conder, Elyn Warner, Patricia Lee, Jerome Eden, Scott H. Hall

Color Me Blood Red é mais um escracho do pai do gore, H.G. Lewis. E completa sua famosa Trilogia de Sangue, que havia começado com Banquete de Sangue e seguido por Maníacos. Trilogia essa que trouxe definitivamente sangue, tripas, vísceras e humor negro mordaz para o universo do cinema de terror. É um filme mais fraco do que seus dois longas anteriores inquestionavelmente, mas mantém a mesma marca H.G. Lewis de filmar: orçamento ridículo (aproximadamente 50 mil dólares), atores bisonhos fazendo papeis caricatos, diálogos recheados de humor negro e piadinhas sádicas, e claro, muito sangue, marca registrada desse desbravador do cinema exploitation. Depois de um assassino psicopata que venera uma deusa egípcia e de uma cidade cheia de sulistas sedentos por vingança, agora é a vez de nós conhecermos um pintor medíocre, que é um verdadeiro sucesso comercial mas um desastre sem talento para a crítica de arte, chamado Romero Bri… quer dizer, Adam Sorg, vivido por Gordon Oas-Helm (sob o pseudônimo de Don Joseph), que além de irritado, alucinado, transtornado e nervoso, acaba descobrindo um lado serial killer ao encontrar a tinta perfeita que fará suas pinturas serem aclamadas: sangue. Sorg descobre a sua genialidade pintando com sangue quando a sua namorada se fere em um prego na moldura, e ele usa seu dedo para pintar um de seus quadros inacabados. Depois ele tenta usar seu próprio sangue, mas fica muito fraco e desmaia. Não sobra alternativa para o artista, senão matar a namorada, com uma facada na cabeça, e usar o precioso fluído vital dela para fazer sua obra prima. Detalhe da cena em que ele fica esfregando a cabeça da garota moribunda na tela para conseguir o efeito desejado. Impagável. A obra de Sorg é recebida com furor pelo estereotipado crítico de arte Gregorovich, e pelo dono da galeria que expões os quadros do pintor, Farnsworth. E apesar o valor astronômico de 15 mil dólares pela pintura, querendo ser comprada pela ricaça colecionadora de arte Sra. Carter, Sorg diz que a mesma não está a venda. Além disso é desafiado por Gregorovich, questionando se ele faria outra obra tão impactante ou era apenas um lampejo de uma genialidade não existente de verdade. Sorg, completamente insano e desequilibrado, começa então a matar a torto e a direito para conseguir sua “tinta especial”. Primeiramente um casal na praia deserta em que Sorg tem uma casa. Fique atentíssimo a cena em que ele prende a garota do casal pelos braços, e com a menina com as entranhas de fora, ele fica espremendo suas tripas, parecendo que está ordenhando uma vaca, para esguichar sangue em sua paleta de pintura. Depois a pretensa vítima será exatamente April, a filha da Sra. Cartesr, maior admiradora e compradora da sua arte. Que é salva na hora H pelo seu namorado, quando o pintor lunático estava pronto para desferir uma machadada na pobre moça. Fantástico mesmo é a cena final, com Gregorovich e Farnsworth queimando os quadros de Sorg e o crítico de arte esnobe com sua boina francesa na cabeça solta a seguinte pérola, antes dos créditos subirem: “Você deveria pelo menos ter aproveitado a moldura”. Genial! Mas como disse lá em cima, apesar do aumento da capacidade técnica de Lewis como diretor, Color Me Blood Red é bem fraquinho e tem uma falta maior de entusiasmo, temeridade e irreverência em comparação aos seus dois primeiros filmes. Tanto que um quarto filme seria produzido por David F. Friedman, mas acabou não saindo do papel, pois segundo o produtor, filmes super gore estavam próximos do ponto de saturação do mercado naquele momento. E olhe que o grindhouse nem tinha chegado ao seu auge, e ainda viria por aí todo o clico splatter italiano e os slasher movies.
Fonte: http://101horrormovies.com/2013/06/12/185-color-me-blood-red-1965/


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