Direção: Terence
Fisher
Roteiro: Edward
Andrew Mann, Alan Ramsen
Produção: Tom
Blakely. Gerald A.
Fernback e Richard Gordon (Produção Executiva)
Elenco: Peter
Cushing, Edward Judd, Carole Gray, Eddie Byrne, Sam Kydd
Um cientista cria uma série de
criaturas rastejantes terríveis, forjadas a partir de experimentos com radiação
e que obviamente são extremamente toscas e mal feitas. Lendo essa simplória
sinopse, parece que se trata de um perfeito exemplar de sci-fi dos anos
50, mas não. Trata-se de A Ilha do Terror, de 1966, dirigido por Terence Fisher e com
Peter Cushing no elenco. Filme completamente esquizofrênico, que lembra muito
outro terror / sci-fi inglês, O Horror Vem do Espaço, A Ilha do Terror realmente
consegue se levar a sério até seus primeiros quarenta minutos de projeção,
principalmente se você não sabe de nada sobre a produção. Fisher consegue
prender a atenção do espectador com um roteiro realmente assustador e recheado
de elementos de suspense, enquanto dois cientistas, o Dr. Brian Stanley
(Cushing), maior eminência em patologia de Londres e o Dr. David West (Edward
Judd), especialista em ossos, vão a uma ilha isolada na costa irlandesa,
investigar terríveis mortes em que as vítimas aparecem praticamente
liquefeitas, com os ossos completamente desaparecidos de seus corpos. Isolados
na ilha sem contato com o continente, eles têm a ajuda do Dr. Reginald Landers,
quem buscou o auxílio dos especialistas, e da bela Toni Merrill (interpretada
pela bela Carole Gray, de A Maldição da Mosca), que forneceu o helicóptero do papai
ricaço para que eles chegassem até o local. Lá chega até seu conhecimento que o
Dr. Lawrence Phillips vivia isolado na ilha com o resto de um grupo de
cientistas, trabalhando em uma possível cura para o câncer. Pesquisando em suas
anotações, eles descobrem que o Dr. Phillips desenvolveu uma criatura orgânica
à base de silício, que seria responsável por eliminar as células cancerígenas,
mas por conta da exposição da radiação, a experiência deu errada e essas
criaturas se multiplicaram, tornaram-se gigantes e mataram todos os cientistas,
libertando-se pela ilha em busca de cálcio para poderem se alimentar e se
reproduzirem. Ossos humanos e de gado entraram no menu dos monstrinhos. Toda a
seriedade e tensão do roteiro vão por água abaixo quando somos apresentados aos
silicatos, nomes dados a essas criaturas, pela primeira vez. É mais um daqueles
trabalhos ridiculamente divertidos que permearam toda uma safra de filmes de
ficção científica, parecendo uns parasitas esponjosos, com uma suposta couraça
indestrutível (que aguenta machadadas, tiros de espingarda, coquetéis molotov e
por aí vai) que se arrastam de forma vagarosa e com um único tentáculo dançante
em sua extremidade, usado para prender suas vítimas. Daí para frente, seremos
agraciados com várias cenas bisonhas, incluindo a bipartição dos silicatos,
onde eles se dividem em dois, derramando uma imensa quantidade de cup noodles durante
o processo. O clima de terror vira piada, principalmente com as teorias
estapafúrdias levantadas pelos cientistas, efeitos especiais toscos e atuação
digna de dar dó do sempre elegante Peter Cushing. E essa não foi a primeira
incursão de Fisher no gênero, famosíssimo diretor da Hammer, que tem em seu
currículo nada mais, nada menos, que A Maldição de Frankenstein, O Vampiro da Noite e A Múmia,
todos com a dupla Cushing e Christopher Lee, para o estúdio inglês. Antes de A
Ilha do Terror, Fisher dirigiu A Terra Morre Gritando, e logo depois do
sucesso do filme, uniu-se ao pequeno estúdio independente Planet Films, junto
com o produtor Tom Blakely, para realizar essa pérola trash do sci-fi. A
grande diferença para as podreiras da década de 50 é exatamente a capacidade de
Fisher atrás das câmeras, sempre eficiente, e conseguindo criar a atmosfera de
horror necessária, filmando o longa na Inglaterra rural usando as cores
naturais, e sequências realmente muito bem trabalhadas, como o pânico provocado
quando os silicatos atacam a prefeitura, onde todos os moradores histéricos e
assustados estão encurralados pelos monstros que quebram a janela com seus
mono-tentáculos, em busca de uns ossos humanos para poder chupar. Claro, que A
Ilha do Terror se tornaria um filme cult devido a todos estes
elementos. Acho um filme atrasado pelo menos uns 10 anos na verdade. Mas não
deixa de ser uma excelente diversão ver o sempre aristocrático Peter Cushing
enfrentando criaturas de espuma que rastejam, emitindo um barulho agudo,
puxados por cordinhas transparentes.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/06/22/194-a-ilha-do-terror-1966/
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