sábado, 11 de julho de 2015

#194 1966 A ILHA DO TERROR (Island of Terror, Reino Unido)


Direção: Terence Fisher
Roteiro: Edward Andrew Mann, Alan Ramsen
Produção: Tom Blakely. Gerald A. Fernback e Richard Gordon (Produção Executiva)
Elenco: Peter Cushing, Edward Judd, Carole Gray, Eddie Byrne, Sam Kydd

Um cientista cria uma série de criaturas rastejantes terríveis, forjadas a partir de experimentos com radiação e que obviamente são extremamente toscas e mal feitas. Lendo essa simplória sinopse, parece que se trata de um perfeito exemplar de sci-fi dos anos 50, mas não. Trata-se de A Ilha do Terror, de 1966, dirigido por Terence Fisher e com Peter Cushing no elenco. Filme completamente esquizofrênico, que lembra muito outro terror / sci-fi inglês, O Horror Vem do Espaço, A Ilha do Terror realmente consegue se levar a sério até seus primeiros quarenta minutos de projeção, principalmente se você não sabe de nada sobre a produção. Fisher consegue prender a atenção do espectador com um roteiro realmente assustador e recheado de elementos de suspense, enquanto dois cientistas, o Dr. Brian Stanley (Cushing), maior eminência em patologia de Londres e o Dr. David West (Edward Judd), especialista em ossos, vão a uma ilha isolada na costa irlandesa, investigar terríveis mortes em que as vítimas aparecem praticamente liquefeitas, com os ossos completamente desaparecidos de seus corpos. Isolados na ilha sem contato com o continente, eles têm a ajuda do Dr. Reginald Landers, quem buscou o auxílio dos especialistas, e da bela Toni Merrill (interpretada pela bela Carole Gray, de A Maldição da Mosca), que forneceu o helicóptero do papai ricaço para que eles chegassem até o local. Lá chega até seu conhecimento que o Dr. Lawrence Phillips vivia isolado na ilha com o resto de um grupo de cientistas, trabalhando em uma possível cura para o câncer. Pesquisando em suas anotações, eles descobrem que o Dr. Phillips desenvolveu uma criatura orgânica à base de silício, que seria responsável por eliminar as células cancerígenas, mas por conta da exposição da radiação, a experiência deu errada e essas criaturas se multiplicaram, tornaram-se gigantes e mataram todos os cientistas, libertando-se pela ilha em busca de cálcio para poderem se alimentar e se reproduzirem. Ossos humanos e de gado entraram no menu dos monstrinhos. Toda a seriedade e tensão do roteiro vão por água abaixo quando somos apresentados aos silicatos, nomes dados a essas criaturas, pela primeira vez. É mais um daqueles trabalhos ridiculamente divertidos que permearam toda uma safra de filmes de ficção científica, parecendo uns parasitas esponjosos, com uma suposta couraça indestrutível (que aguenta machadadas, tiros de espingarda, coquetéis molotov e por aí vai) que se arrastam de forma vagarosa e com um único tentáculo dançante em sua extremidade, usado para prender suas vítimas. Daí para frente, seremos agraciados com várias cenas bisonhas, incluindo a bipartição dos silicatos, onde eles se dividem em dois, derramando uma imensa quantidade de cup noodles durante o processo. O clima de terror vira piada, principalmente com as teorias estapafúrdias levantadas pelos cientistas, efeitos especiais toscos e atuação digna de dar dó do sempre elegante Peter Cushing. E essa não foi a primeira incursão de Fisher no gênero, famosíssimo diretor da Hammer, que tem em seu currículo nada mais, nada menos, que A Maldição de FrankensteinO Vampiro da Noite e A Múmia, todos com a dupla Cushing e Christopher Lee, para o estúdio inglês. Antes de A Ilha do Terror, Fisher dirigiu A Terra Morre Gritando, e logo depois do sucesso do filme, uniu-se ao pequeno estúdio independente Planet Films, junto com o produtor Tom Blakely, para realizar essa pérola trash do sci-fi. A grande diferença para as podreiras da década de 50 é exatamente a capacidade de Fisher atrás das câmeras, sempre eficiente, e conseguindo criar a atmosfera de horror necessária, filmando o longa na Inglaterra rural usando as cores naturais, e sequências realmente muito bem trabalhadas, como o pânico provocado quando os silicatos atacam a prefeitura, onde todos os moradores histéricos e assustados estão encurralados pelos monstros que quebram a janela com seus mono-tentáculos, em busca de uns ossos humanos para poder chupar. Claro, que A Ilha do Terror se tornaria um filme cult devido a todos estes elementos. Acho um filme atrasado pelo menos uns 10 anos na verdade. Mas não deixa de ser uma excelente diversão ver o sempre aristocrático Peter Cushing enfrentando criaturas de espuma que rastejam, emitindo um barulho agudo, puxados por cordinhas transparentes.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/06/22/194-a-ilha-do-terror-1966/

Nenhum comentário:

Postar um comentário