Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski
(baseado na obra de Ira Levin)
Produção: William Castle,
Dona Holloway (Produtora Executiva)
Elenco: Mia
Farrow, John Cassavetes, Ruth Gordon, Sidney Blackmer, Maurice Evans, Ralph
Bellamy
Sempre que começa a se discutir
sobre os mais importantes filmes de terror de todos os tempos, os maiores
clássicos é inevitável não pensar em O Bebê de
Rosemary, de Roman Polanski. E não é por menos, dada a excelência do
longa. O tema satanismo, complô e cultos diabólicos vem à tona com a história
da mulher que foi escolhida, dentre todas as mulheres do mundo, como frisa sua
vizinha na sequência final do filme, para dar luz ao Anticristo. Rosemary (atuação
fantástica de Mia Farrow, possivelmente a melhor de sua carreira) e seu marido,
o ator fracassado Guy (interpretado por John Cassavetes) mudam-se para um velho
apartamento em Nova Iorque (filmado no Edifício Dakota), onde há histórias
bizarras de ser palco de acontecimentos sinistros e antiga moradia de bruxos. Logo
o casal torna-se amigo dos esquisitíssimos vizinhos de parede, Mirian e Roman
Castevet, que na verdade fazem parte de uma seita satânica, com o qual Guy faz
um pacto: a gestação do filho do coisa-ruim na esposa (em uma emblemática cena
onde ela é estuprada em torpor pelo próprio satanás, em meio a um delírio onde
fica se perguntando se aquilo é um sonho ou está realmente acontecendo) em
troca de sucesso e fama na carreira de ator, que logo começa a se concretizar
quando o rival que havia ganhado o papel que deveria ser seu, repentinamente
fica cego. Polanski magistralmente vai nos conduzindo nesse terror psicológico
com primazia, focado primeiramente nos nuances, nas sugestões, nos pequenos
detalhes, até a coisa toda descarrilhar para um final simplesmente incrível. E
pode colocar nessa conta dos tais pequenos detalhes: a visita inicial do casal
para alugar o apartamento, onde encontram junto com o senhorio um pesado
armário que foi movido do lugar por uma senhora idosa para bloquear a porta de
uma dispensa, sabe-se lá o porquê; barulhos estranhos no subsolo; cânticos que
podem ser ouvidos através das paredes; as lendas urbanas dos antigos residentes
bruxos do edifício; Rosemary ter ganhado de presente um colar com uma erva
fedorenta que pertencera a antiga garota que vivia com os Castevet até resolver
se suicidar; e os métodos não convencionais utilizados por Rosemary durante a
gestação, aconselhada pelo casal bruxo e o comparsa obstetra, Dr. Abraham
Sapirstein. Impossível não se envolver com os protagonistas da trama e não
nutrir certos sentimentos pelos mesmos. Primeiro pela sonsa e subserviente
Rosemary, que faz absolutamente tudo que mandam e só muito tarde começa a sacar
que as coisas estão errada. Tipo, ela sente dores terríveis desde o primeiro
mês de gravidez, começa a perder peso e apresentar uma aparência esquelética
nada saudável. Oi? Se você estivesse esperando um filho, você imaginaria
exatamente que acontecesse o contrário, certo? Mas não, Rosemary fica ali,
boboca e passiva. Nem ao menos para desconfiar do marido, que OK, está
mancomunado também, mas que não dá o menor suporte para a esposa e está sempre
reticente e esquivo com relação aos seus medos e problemas. Também não dá para
passar incólume com o casal vizinho e principalmente com a pentelha da Sra.
Castevet, com sua mania enxerida, voz irritante e ficando para cima e para
baixo com aqueles sucos nojentos oferecidos a Rosemary. Por sinal, atuação
soberba de Ruth Gordon, que ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz
Coadjuvante No final, onde Polanski acertadamente não mostra a tal horrenda
aparência do recém-nascido, o que fica mais evidente é o questionamento que o
diretor joga sobre a controvérsia entre o satanismo e o cristianismo, já que
Rosemary, uma garota educada em colégio católico, será a nova Maria, só que ao
contrário. Além disso, a concepção do Anticristo acontece coincidentemente
quando o Papa está em visita aos Estados Unidos. Outro questionamento que
sobra ao final do longa é qual será a reação da mãe com relação ao seu filho?
Ela honrará seus deveres cristãos em renegar o bebê e confrontar a seita ou seu
instinto materno será mais forte e ela abraçará a causa em nome do fruto
nascido de seu ventre? Polanski responde da melhor forma possível. Para
finalizar, só para não passar batido vale sempre lembrar das várias
“maldições”, tragédias ou terríveis coincidências que se abateram sobre pessoas
ligadas a O Bebê de Rosemary, como a morte da esposa grávida de Roman
Polanski, Sharon Tate, assassinada pelos membros malucos da organização de
Charles Manson ou o assassinato de John Lennon bem em frente ao malfadado
Edifício Dakota, onde foi gravado o longa. Sinistro!
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/07/207-o-bebe-de-rosemary-1968/
1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER
482 1968 O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby)
1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER
482 1968 O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby)
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