Direção: Herbert J. Leder
Roteiro: Herbert J. Leder
Produção: Herbert J. Leder,
Tom Sachs (Produtor Associado), Robert Goldstein (Produtor Executivo/ Não
Creditado)
Elenco: Roddy
McDowall, Jill Haworth, Paul Maxwell, Aubrey Richards, Ernest Clark
O Carrasco de
Pedra é mais um daqueles filmes que tem a cara das produções de
terror dos anos 60. Orçamento baixo, roteiro cheio de furo, despretensioso, e
extremamente divertido. Passado na Inglaterra moderna (da década de 60), atualiza
a lenda do golem e tem no elenco Roddy McDowall, o eterno Peter Vincent,
destemido caçador de vampiros, de A Hora dos Espanto. E cá entre nós, a atuação dele está
fantástica. Mistura cômica e dramática, com todos os seus trejeitos, expressões
corporais e faciais, dominando muito bem o personagem Arthur Pimm, assistente
curador do museu que descobre como trazer o golem de volta à vida e tem a
estátua ao seu controle para fazer coisas ao seu bel prazer, que vão desde
assassinar o novo curador do museu até derrubar uma ponte. A maior ambição de
Pimm é assumir o controle do museu após a misteriosa morte do Sr. Trimingham
(Oliver Johnston), aparentemente morto pelo carrasco de pedra logo na abertura
da fita. Só que apesar de ser um funcionário exemplar, Pimm não tem seu
trabalho reconhecido, apenas ganhando um aumento de 150 libras anuais no
salário, enquanto o arrogante Professor Weal (Aubrey Richards) é convidado pela
junta curadora do museu para assumir o cargo. Isso já deixa o rapaz
problemático deveras frustrado. Misture isso ao desequilíbrio mental que Pimm
sofre (inclusive de uma patologia copiada descaradamente de Norman Bates,
guardando o esqueleto de sua mãe na sala do seu apartamento, em uma cadeira de
balanço, conversando com ela à noite), o amor não correspondido da filha de
Trimingham, Ellen (e loira estonteante Jill Haworth) e a ameaça do americano
Jim Perkins (Paul Maxwell), vindo para conferir a autenticidade da estátua e
levá-la para Nova York, por quem Ellen se apaixona (e vice-versa). Pronto, você
tem a combinação psicológica perfeita para Pimm surtar de vez e começar a
deixar se levar pelo fascínio causado por aquele golem e seu terrível poder. A
estátua de 1500 quilos remete à tradicional lenda da criatura de pedra, que
teria sido criada pelo rabino Rabbi Loew em Praga, na antiga Tchecoslováquia,
durante o século XVI e através de um pergaminho com uma inscrição mágica
colocada embaixo de sua língua, ganharia vida e tornar-se-ia um ser
indestrutível, servindo todos os desejos daquele que descobrisse como controlar
esse poder mágico. Vale lembrar que a criatura do golem já foi tema de um dos
principais filmes do expressionismo alemão, O Golem,
de 1921, um dos pioneiros do gênero. Esse filme até é citado em O Carrasco
de Pedra, quando o detetive que investiga os assassinatos cometidos pela
estátua está questionando onde Pimm estava na noite de um determinado crime, e
ele disse que estava no cinema assistindo a um filme alemão, que é exatamente O
Golem. Pimm, através da ajuda de um rabino judeu, consegue a tradução dos
hieróglifos talhados na pedra, e nele consta um aviso prontamente ignorado:
“Aquele que no Século XX ousar me invocar, cuidado, porque nem pelo fogo, nem
pela água, nem pela força e nem por nada criado pelo homem, poderei ser
destruído”. Então depois que Pimm enlouquece de vez, foge do hospital
psiquiátrico, rapta Ellen e rouba o cadáver de sua mãe no necrotério, e os leva
para uma casa em uma área afastada de Londres, onde seria construída uma nova
ala medieval do museu, não há nada que possa parar a estátua viva. O exército
bem que tenta destrui-lo com tiros de bazuca e canhões, mas nada surte efeito.
Até que o Ministério de Defesa autoriza o uso de uma ogiva nuclear pequena com
um raio de destruição de apenas 2km (mas e a radiação que iria se espalhar?).
Antes da detonação, Jim consegue ainda salvar Ellen, pois o especialista em
aferir a autenticidade em obras de arte também se mostra um às na motocicleta,
mas mesmo o poderio de uma bomba atômica, não faz sequer um risco no golem. O
Carrasco de Pedra é uma bobagem sem tamanho. Ingênuo, despretensioso,
roteiro cheio de falhas, erros de continuidade crassos, efeitos de maquiagem do
golem (interpretado pelo ator Alan Sellers) toscos, e por isso mesmo, é
deliciosamente divertido, ainda mais para quem é fã dessa safra de filmes dos
anos 60.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2013/06/27/198-o-carrasco-de-pedra-1967/
Nenhum comentário:
Postar um comentário