quinta-feira, 30 de julho de 2015

#208 1968 AS BODAS DE SATÃ (The Devil Rides Out / The Devil’s Bride, Reino Unido)


Direção: Terence Fisher
Roteiro: Richard Matheson (baseado na obra de Dennis Wheatley)
Produção: Anthony Nelson Keys
Elenco: Christopher Lee, Charles Gray, Nike Arrighi, Leon Greene, Patrick Mower

A dobradinha entre o diretor Terence Fisher com o ator Christopher Lee nos presenteia com As Bodas de Satã, um dos melhores filmes da Hammer, dessa vez sem monstros ou vampiros, e sim com uma história de satanismo e magia negra. A trama é uma adaptação da novela de Dennis Wheatley, The Devil Rides Out, onde seu consultor criativo não foi ninguém menos que Aleister Crowley. O grande escritor e roteirista Richard Matheson, responsável por livros e filmes como O Incrível Homem que Encolheu, Mortos que Matam (e a refilmagem Eu Sou a Lenda), Encurralado e Ecos do Além, e alguns episódios das séries Além da Imaginação e Histórias Maravilhosas, foi o responsável por transportar o conteúdo do controverso texto de Wheatley para às telas. No interior da Inglaterra, o Duque Nicholas Richleau (Lee) recebe seu velho amigo Rex Van Ryn (Leon Greene) para se encontrar com Simon Aron (Patrick Mower), filho de um falecido amigo dos dois. Nicholas e Ryn visitam Aron de surpresa e flagram-no em meio a um encontro de 13 pessoas, que na verdade são membros de uma seita satânica. Com certo conhecimento de causa, o duque descobre o que está se passando por ali e que Aron e sua amiga Tanith Carlisle (Nike Arrighi), serão batizados por Mocata (Charles Gray), perverso líder do culto, para que sejam  servos do demônio para sempre. Os heróis acabam raptando o jovem e tentam de toda forma impedir Mocata e seus asseclas de prosperarem em conseguir a alma dos dois, o que não vai ser nada fácil, pois Mocata continua os perseguindo, possui uma extraordinária capacidade hipnótica e não podemos esquecer, está mancomunado com satanás. O tema satanismo e suas seitas eram muito fortes nos anos 60. O próprio O Bebê de Rosemary de Roman Polanski, lançado no mesmo ano, já trazia uma outra visão sobre complôs e cultos ao demo. E As Bodas de Satã é uma das maiores referencias cinematográficas nesse assunto, já que toda a trama está envolvida em rituais, conhecimento do oculto, seitas e conjurações. O diabo propriamente dito até aparece por duas vezes no filme, evocados por Mocata, em cenas até impressionantes e assustadoras para a época. A primeira é na sala do observatório da mansão de Aron, onde uma negro de aparência assustadora e olhar maligno aparece da fumaça e só se afasta quando o personagem de Lee atira um crucifixo nele. A segunda, é na forma de Baphomet, ou Bode de Mendes, durante um sabá na floresta realizado na cerimônia de batismo de Simon e Tanith. Dessa vez ele é vencido novamente pela cruz e pelo acender do farol de milha de um calhambeque (???!!!). Isso sem contar quando o tinhoso opera na forma de uma aranha gigante e como Anjo das Trevas, em determinado momento chave do filme quando tenta quebrar um círculo de proteção criado por Nicholas. Uma pena que os efeitos especiais, extremamente datados, acabem tirando o encanto da cena e transformando-a em um pastiche nos dias de hoje. Interessante que dessa vez, Christopher Lee faz às vezes de mocinho (considerando esse seu papel favorito nos filmes da Hammer), que usa seu conhecimento do oculto para salvar o dia e tentar desbaratar os seguidores de Mocata, que é um verdadeiro nêmese à altura. As Bodas de Satã é uma produção de uma coragem imensa, tendo em vista todo o burburinho que um filme como esses poderia levantar em uma sociedade conservadora como nos anos 60, com um roteiro extremamente intrigante, perfeito para os fãs de histórias que envolvam as forças das trevas, e a batalha sem fim entre o bem e o mal. E claro, que queiram se divertir com mais uma produção clássica dos estúdios Hammer e se deliciar com a intepretação de Cristopher Lee nas telas.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/08/208-as-bodas-de-sata-1968/

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