Direção: Terence Fisher
Roteiro: Richard Matheson
(baseado na obra de Dennis Wheatley)
Produção: Anthony
Nelson Keys
Elenco: Christopher
Lee, Charles Gray, Nike Arrighi, Leon Greene, Patrick Mower
A dobradinha entre o diretor
Terence Fisher com o ator Christopher Lee nos presenteia com As Bodas de
Satã, um dos melhores filmes da Hammer, dessa vez sem monstros ou
vampiros, e sim com uma história de satanismo e magia negra. A trama é uma
adaptação da novela de Dennis Wheatley, The Devil Rides Out, onde seu
consultor criativo não foi ninguém menos que Aleister Crowley. O grande
escritor e roteirista Richard Matheson, responsável por livros e filmes como O
Incrível Homem que Encolheu, Mortos que Matam (e a refilmagem Eu Sou a Lenda), Encurralado e Ecos
do Além, e alguns episódios das séries Além da
Imaginação e Histórias Maravilhosas, foi o responsável por
transportar o conteúdo do controverso texto de Wheatley para às telas. No
interior da Inglaterra, o Duque Nicholas Richleau (Lee) recebe seu velho amigo
Rex Van Ryn (Leon Greene) para se encontrar com Simon Aron (Patrick Mower),
filho de um falecido amigo dos dois. Nicholas e Ryn visitam Aron de surpresa e
flagram-no em meio a um encontro de 13 pessoas, que na verdade são membros de
uma seita satânica. Com certo conhecimento de causa, o duque descobre o que
está se passando por ali e que Aron e sua amiga Tanith Carlisle (Nike Arrighi),
serão batizados por Mocata (Charles Gray), perverso líder do culto, para que
sejam servos do demônio para sempre. Os heróis acabam raptando o jovem e
tentam de toda forma impedir Mocata e seus asseclas de prosperarem em conseguir
a alma dos dois, o que não vai ser nada fácil, pois Mocata continua os
perseguindo, possui uma extraordinária capacidade hipnótica e não podemos
esquecer, está mancomunado com satanás. O tema satanismo e suas seitas eram
muito fortes nos anos 60. O próprio O Bebê de Rosemary de Roman Polanski, lançado no mesmo
ano, já trazia uma outra visão sobre complôs e cultos ao demo. E As Bodas
de Satã é uma das maiores referencias cinematográficas nesse assunto, já
que toda a trama está envolvida em rituais, conhecimento do oculto, seitas e
conjurações. O diabo propriamente dito até aparece por duas vezes no filme,
evocados por Mocata, em cenas até impressionantes e assustadoras para a época.
A primeira é na sala do observatório da mansão de Aron, onde uma negro de
aparência assustadora e olhar maligno aparece da fumaça e só se afasta quando o
personagem de Lee atira um crucifixo nele. A segunda, é na forma de Baphomet,
ou Bode de Mendes, durante um sabá na floresta realizado na cerimônia de
batismo de Simon e Tanith. Dessa vez ele é vencido novamente pela cruz e pelo
acender do farol de milha de um calhambeque (???!!!). Isso sem contar quando o
tinhoso opera na forma de uma aranha gigante e como Anjo das Trevas, em
determinado momento chave do filme quando tenta quebrar um círculo de proteção
criado por Nicholas. Uma pena que os efeitos especiais, extremamente datados,
acabem tirando o encanto da cena e transformando-a em um pastiche nos dias de
hoje. Interessante que dessa vez, Christopher Lee faz às vezes de mocinho
(considerando esse seu papel favorito nos filmes da Hammer), que usa seu
conhecimento do oculto para salvar o dia e tentar desbaratar os seguidores de
Mocata, que é um verdadeiro nêmese à altura. As Bodas de Satã é uma
produção de uma coragem imensa, tendo em vista todo o burburinho que um filme
como esses poderia levantar em uma sociedade conservadora como nos anos 60, com
um roteiro extremamente intrigante, perfeito para os fãs de histórias que
envolvam as forças das trevas, e a batalha sem fim entre o bem e o mal. E
claro, que queiram se divertir com mais uma produção clássica dos estúdios
Hammer e se deliciar com a intepretação de Cristopher Lee nas telas.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/08/208-as-bodas-de-sata-1968/
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