Direção: Terence Fisher
Roteiro: John Elder
Produção: Anthony Nelson Keys
Elenco: Peter Cushing, Susan Denberg, Throley
Walters, Robert Morris, Peter Blythe
Parodiando o filme de Brigitte
Bardot, E Deus Criou A Mulher, aqui Frankenstein
Criou a Mulher. O filme mais nonsense da franquia da Hammer, fugindo
completamente de qualquer tipo de argumento baseado no original de Mary
Shelley, resultado numa divertida e interessante bobagem sem tamanho do estúdio
inglês. Com a volta do diretor Terence Fisher à série (responsável pelos dois
primeiros filmes, A Maldição de Frankenstein e A Vingança de Frankenstein), Peter Cushing mais uma vez
vive o papel do Barão Frankenstein, dessa vez com suas malucas pesquisas
voltadas para um assunto um tanto quanto mais filosófico e metafísico: a alma
humana. Com a ajuda do cirurgião Dr. Hertz (vivido por Thorley Walters), os
experimentos do cientista agora consiste em isolar a alma humana e preservá-la
(!!!???), podendo transferi-la para dentro de um corpo morto (!!!!???), e de
uma vez por todas, desvendar todos os mistérios de vida e morte. Hertz tem um
ajudante, Hans (Robert Morris) que vive atormentado por ter visto seu pai sendo
degolado na guilhotina quando pequeno, acusado de assassinato. Sua grande
paixão é a torta e deformada Christina (interpretada
pela playmate austríaca Susan Denberg, em um excelente trabalho de
maquiagem de George Partleton), filha do taberneiro Kleve. Certa noite, após
uma experiência bem sucedida, Frankenstein manda o jovem na taverna buscar uma
garrafa de champanhe, e lá ele se estranha com três dândis nojentos e
arrogantes, que abusam do dono do estabelecimento e fazem troça com a garota
deformada. Hans toma as dores e eles começam uma briga feia. Os dândis bêbados,
chefiados pelo crápula Anton, após serem expulsos do bar, resolvem arrombar o
lugar na calada da noite para beber vinho de graça. Só que Kleve volta para a
taverna e encontra os três, que acabam assassinando-o. Tendo em vista a
confusão da noite anterior e um casaco de Hans ter sido encontrado no local,
somado ao fato do pai dele ter sido um assassino, Hans é injustamente preso,
julgado e condenado ao mesmo destino do pai, mesmo tendo um álibi que ele não
revela, já que passou a noite com Christine. Ao ver o amado perder a cabeça na
guilhotina, a desesperada Christine também resolve dar cabo de sua vida,
atirando-se da ponte e morrendo afogada. Dois acontecimentos perfeitos para o
Dr. Frankenstein colocar seu plano em prática. Ao receber o corpo de Hans para
estudos médicos após ser degolado, ele utiliza uma engenhoca para capturar e
prender a alma do rapaz, que depois é transferida com sucesso para o corpo de
Christine, que também é totalmente remodelada através de cirurgia plástica, e
de uma filhote de cruz credo, vira uma gostosa e sensual loira provocante. O
enredo então ganha tons transexuais com o espírito de Hans vivendo no corpo da
moçoila. Só que vez ou outra, uma voz dentro de Christine, que pertence a Hans,
começa a dominá-la em um sangrento ato de vingança, onde ela irá caçar
impiedosamente os três dândis responsáveis pela morte de seu pai e de
incriminar Hans, para suprir o desejo dos fãs por sangue. Christine,
desconhecida do vilarejo por estar completamente mudada devido às cirurgias de
Frankenstein e Hertz, então começa a abusar de decotes, malícia e sedução para
fazer os excitados homens caírem em sua teia e poder matá-los cruelmente,
expediente que se tornaria famoso nas produções da Hammer na década seguinte: a
exploração do corpo feminino. Frankenstein Criou a Mulher é considerada
por muitos críticos como um dos melhores filmes da Hammer. Apesar do roteiro
absurdo de Anthony Hinds (usando o corriqueiro pseudônimo de John Elder), a
trama envolve muito mais uma história que é calcada no sobrenatural, com uso da
tecnologia, do que os monstros carniceiros putrefatos que estamos acostumados a
imaginar ao pensar nas criaturas de Frankenstein, dando um ar de originalidade
nunca antes praticado tanto pelo próprio estúdio inglês, quanto pelas produções
anteriores da Universal. E também vale sempre dar um destaque positivo à
competência de Terence Fisher atrás das câmeras, cada vez mais fluído e
dominando todas as técnicas de composição de cenas, paisagens, reconstrução de
época (mais um ótimo trabalho de Rosemary Burrows e Larry Stewart no figurino e
Felix Sergejak na direção de arte dos cenários) e a trilha sonora de James
Bernard, compositor chefe do estúdio. Aliado a tudo isso, Frankenstein
Criou a Mulher ainda tem o galante Peter Cushing afiadíssimo mais uma vez
e toda a explosão de sexualidade da deliciosa Susan Dereng interpretando a mais
bela criação do Dr. Frankenstein.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/02/202-frankenstein-criou-a-mulher-1967/
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