domingo, 19 de julho de 2015

#202 1967 FRANKENSTEIN CRIOU A MULHER (Frankenstein Created Woman (Reino Unido)


Direção: Terence Fisher
Roteiro: John Elder
Produção: Anthony Nelson Keys
Elenco: Peter Cushing, Susan Denberg, Throley Walters, Robert Morris, Peter Blythe

Parodiando o filme de Brigitte Bardot, E Deus Criou A Mulher, aqui Frankenstein Criou a Mulher. O filme mais nonsense da franquia da Hammer, fugindo completamente de qualquer tipo de argumento baseado no original de Mary Shelley, resultado numa divertida e interessante bobagem sem tamanho do estúdio inglês. Com a volta do diretor Terence Fisher à série (responsável pelos dois primeiros filmes, A Maldição de Frankenstein e A Vingança de Frankenstein), Peter Cushing mais uma vez vive o papel do Barão Frankenstein, dessa vez com suas malucas pesquisas voltadas para um assunto um tanto quanto mais filosófico e metafísico: a alma humana. Com a ajuda do cirurgião Dr. Hertz (vivido por Thorley Walters), os experimentos do cientista agora consiste em isolar a alma humana e preservá-la (!!!???), podendo transferi-la para dentro de um corpo morto (!!!!???), e de uma vez por todas, desvendar todos os mistérios de vida e morte. Hertz tem um ajudante, Hans (Robert Morris) que vive atormentado por ter visto seu pai sendo degolado na guilhotina quando pequeno, acusado de assassinato. Sua grande paixão é a torta e deformada Christina (interpretada pela playmate austríaca Susan Denberg, em um excelente trabalho de maquiagem de George Partleton), filha do taberneiro Kleve. Certa noite, após uma experiência bem sucedida, Frankenstein manda o jovem na taverna buscar uma garrafa de champanhe, e lá ele se estranha com três dândis nojentos e arrogantes, que abusam do dono do estabelecimento e fazem troça com a garota deformada. Hans toma as dores e eles começam uma briga feia. Os dândis bêbados, chefiados pelo crápula Anton, após serem expulsos do bar, resolvem arrombar o lugar na calada da noite para beber vinho de graça. Só que Kleve volta para a taverna e encontra os três, que acabam assassinando-o. Tendo em vista a confusão da noite anterior e um casaco de Hans ter sido encontrado no local, somado ao fato do pai dele ter sido um assassino, Hans é injustamente preso, julgado e condenado ao mesmo destino do pai, mesmo tendo um álibi que ele não revela, já que passou a noite com Christine. Ao ver o amado perder a cabeça na guilhotina, a desesperada Christine também resolve dar cabo de sua vida, atirando-se da ponte e morrendo afogada. Dois acontecimentos perfeitos para o Dr. Frankenstein colocar seu plano em prática. Ao receber o corpo de Hans para estudos médicos após ser degolado, ele utiliza uma engenhoca para capturar e prender a alma do rapaz, que depois é transferida com sucesso para o corpo de Christine, que também é totalmente remodelada através de cirurgia plástica, e de uma filhote de cruz credo, vira uma gostosa e sensual loira provocante. O enredo então ganha tons transexuais com o espírito de Hans vivendo no corpo da moçoila. Só que vez ou outra, uma voz dentro de Christine, que pertence a Hans, começa a dominá-la em um sangrento ato de vingança, onde ela irá caçar impiedosamente os três dândis responsáveis pela morte de seu pai e de incriminar Hans, para suprir o desejo dos fãs por sangue. Christine, desconhecida do vilarejo por estar completamente mudada devido às cirurgias de Frankenstein e Hertz, então começa a abusar de decotes, malícia e sedução para fazer os excitados homens caírem em sua teia e poder matá-los cruelmente, expediente que se tornaria famoso nas produções da Hammer na década seguinte: a exploração do corpo feminino. Frankenstein Criou a Mulher é considerada por muitos críticos como um dos melhores filmes da Hammer. Apesar do roteiro absurdo de Anthony Hinds (usando o corriqueiro pseudônimo de John Elder), a trama envolve muito mais uma história que é calcada no sobrenatural, com uso da tecnologia, do que os monstros carniceiros putrefatos que estamos acostumados a imaginar ao pensar nas criaturas de Frankenstein, dando um ar de originalidade nunca antes praticado tanto pelo próprio estúdio inglês, quanto pelas produções anteriores da Universal. E também vale sempre dar um destaque positivo à competência de Terence Fisher atrás das câmeras, cada vez mais fluído e dominando todas as técnicas de composição de cenas, paisagens, reconstrução de época (mais um ótimo trabalho de Rosemary Burrows e Larry Stewart no figurino e Felix Sergejak na direção de arte dos cenários) e a trilha sonora de James Bernard, compositor chefe do estúdio. Aliado a tudo isso, Frankenstein Criou a Mulher ainda tem o galante Peter Cushing afiadíssimo mais uma vez e toda a explosão de sexualidade da deliciosa Susan Dereng interpretando a mais bela criação do Dr. Frankenstein.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/07/02/202-frankenstein-criou-a-mulher-1967/

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