Direção: Daniel Haller
Roteiro: Jerry Sohl (baseado
no conto de H.P. Lovecraft)
Produção: Pat Green, Samuel
Z. Arkoff e James H. Nicholson (Produtores Executivos)
Elenco:Boris
Karloff, Nick Adams, Freda Jackson, Suzan Farmer, Terence de Marney
Morte Para um
Monstro traz Boris Karloff no elenco, roteiro inspirado na obra
de H.P. Lovecraft, e foi produzido pela American International Pictures de
Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson. Isso já basta para assistir à esta fita.
Tudo bem que é um filme mediano, não é um dos grandes clássicos do horror do
cinema dos anos 60 e também é apenas vagamente baseado no conto A Cor que Caiu
do Céu do Mestre do Indizível. Mas são 80 minutos bem gastos na frente da tela,
graças ao enredo intrigante, todo o clima de suspense e tensão crescente de que
algo realmente sinistro espreita na penumbra (atmosfera típica da obra de
Lovecraft, por sinal) e a direção precisa de Daniel Haller em seu debute atrás
das câmeras após se consagrar como Diretor de Arte das adaptações de Edgar
Allan Poe dirigidas por Roger Corman. Por sinal, Haller foi inclusive o diretor
de arte de O Castelo Assombrado, filme de Corman com Vincent Price que
também é adaptado de um conto de Lovecrat, O Caso de Charles Dexter Ward, então
ele já conhece bem o território em que está pisando. E para mim, A Cor que Caiu
do Céu é um dos mais assustadores e melhores contos do escritor americano, e é
completamente cinematográfico. Hoje uma adaptação desse filme, nas mãos certas,
com os recursos tecnológicos de efeitos especiais e técnicas de maquiagem
avançadas, poderia ser espetacular. Mas como se sabe, é extremamente difícil
transpor as palavras impressas de Lovecraft para as telas. E por isso mesmo, Morte
Para um Monstro parte para o caminho da simplicidade, acertando em cheio. O
conto publicado em 1927 conta a história de um meteorito que caiu do céu nas
proximidades da fazenda de Nahum Gardner, em Arkham, Massachussets (palco da
maioria das histórias de Lovecraft), e uma misteriosa coloração alienígena
desencadeou uma terrível força que começou a causar uma severa mutação na vegetação,
fazendo-a crescer de forma desordenada, e atingindo também os animais e a
família de Gardner, que foram à loucura e tornaram-se seres grotescos. Aqui em Morte
Para um Monstro, o personagem vivido por Karloff, já debilitado, com a idade
avançada e problemas de saúde, tendo que trabalhar em uma cadeira de rodas, é
Nahum Witley, patriarca de uma família que vive reclusa por conta de seu pai,
Corbin Witley, ter sido conhecido por práticas com o ocultismo e adoração de
criaturas mitológicas das trevas (ao melhor estilo Lovecraft). Stephan Reinhart
(Nick Adams) é um jovem que chega até Arkahm para visitar a filha de Nahum,
Susan (Suzan Farmer). Ao desembarcar na cidade, já repara o comportamento
estranho de todos os moradores, pois ninguém quer lhe dar informações sobre
como chegar à residência dos Witley e tampouco levá-lo de carro ou sequer
alugar uma bicicleta. Obrigado a ir a pé até a propriedade, no caminho ele
passa por uma floresta com a vegetação toda incinerada e morta, como se algo
tivesse caído no local e provocado aquele estrago, que no caso, sabemos que é o
tal meteoro da história original. Na residência, ele é constantemente
maltratado pelo velho Witley, que tenta afastá-lo de qualquer forma e conhece
Letitia, a enferma esposa de Nahum e mãe de Susan, que vive deitada em uma cama
com um pesado véu negro, escondendo sua face, e diz para Reinhart ir embora
dali e levar sua filha o quanto antes. Estranhos e aterrorizantes
acontecimentos vão aguçar a curiosidade de Reinhart, que em suas investigações
para descobrir o que há de errado, encontra uma estufa com a vegetação e
legumes crescendo de forma desproporcional e horrendas criaturas deformadas
vivendo em jaulas. Em cada um dos vasos das plantas há um fragmento verde
brilhante, como um cristal, com uma poderosa capacidade radioativa que conferiu
aquele aspecto tanto às plantas quanto àqueles animais. Além disso, a cor
misteriosa foi responsável também pela morte dos empregados da casa de Witley e
atingiu sua esposa Letitia, que vivia escondida exatamente por conta de sua
horrenda aparência desfigurada, até cair morta certa noite. Tendo sua vida e
família completamente destruídas, Witley, com a ajuda de Reinhart decide
destruir o meteoro que havia levado para o porão da casa, achando que
utilizá-lo na plantação faria com que ele ajudasse a sua cidade e acabasse com
a pecha que carregava por conta do infame Corbin. Mas um acidente acontece e
Reinhart é bombardeado com os efeitos nocivos da cor, transformando-se em uma
pavorosa criatura mutante de energia, completamente insana, emanando radiação
luminosa, tentando matar sua filha e o genro. Karloff teve de ser substituído
por um dublê para executar as cenas de ação e perseguição após sua
transformação. Detalhe que Karloff já viveu anteriormente um personagem
fosforescente vítima de exposição à radiação no clássico da Universal, O Raio Invisível, contracenando ao lado de Bela Lugosi. Percebe-se
muitos elementos que Daniel Haller já havia usado anteriormente nos filmes do
Ciclo Poe de Corman, como uma fotografia escura, ambientação em uma mansão
gótica velha e decadente, florestas sinistras com uma névoa que nunca se
dissipa, árvores retorcidas, e tudo mais. E também vale salientar a excelente
maquiagem de Jimmy Evans, muito bem aplicadas tanto nas indizíveis
monstruosidades afetadas pela radiação, quanto na deterioração dos Witley no
decorrer do longa.Morte Para um Monstro é uma ótima pedida para os fãs do
terror sessentista e da obra de Lovecrat.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/06/15/188-morte-para-um-monstro-1965/
Nenhum comentário:
Postar um comentário