Direção: Don
Sharp
Roteiro: Harry
Spalding
Produção: Robert
L. Lippert, Jack Parson
Elenco: Brian
Donlevy, George Baker, Carole Gray, Yvette Rees, Burt Kwouk
A Maldição da
Mosca é o filme que encerra a trilogia original da Mosca, que
se iniciou em 1958 com A Mosca da Cabeça Branca, e seguiu com sua sequência
do ano seguinte, O Monstro de Mil Olhos. E acho que não teria uma forma
mais deprimente de terminar a franquia, do que com esse filme medíocre. É o
primeiro sem a presença de Vincent Price, que nesta altura do campeonato,
estava trabalhando com Roger Corman em suas adaptações da obra de Edgar Allan
Poe para a American International Pictures. Sorte dele. E de novo, comete o
mesmo pecado sem sentido que o filme anterior, utilizando fotografia em preto e
branco, sendo que o primeiro filme e o mais velho fora rodado colorido em
Technicolor, Cinemascope e tudo mais. Dirigido por Don Sharp e com roteiro de
Harry Spalding, a trama segue a saga da amaldiçoada família Delambre, que
depois de três gerações, tenta viver uma vida normal, pero no mucho, ainda
engajados em suas experiências com teletransporte, mesmo que anteriormente
tenham sido extremamente mal sucedidos e todos os envolvidos tenham se
transformados em monstruosos insetos humanos. Henri Delambre, interpretado por
Brian Donlevy (o Prof. Bernard Quatermass de Terror que Mata) o filho do cientista mosca original de 1958,
está tentando dar continuidade em seus experimentos para teletransportar
pessoas do Canadá para a Inglaterra, auxiliado pelo restante de sua família e
uns empregados chineses que parecem capangas do Fu Manchu. Obcecado em
finalmente conseguir resultados, ele continua insistindo na ideia de usar
cobaias humanas, mesmo que dê errado e transforme-as em terríveis deformidades
mutantes, como faz até mesmo com sua nora. Sem contar a desaprovação de seus
filhos, que querem apenas ter uma vida ordinária, com suas famílias, deixando
de lado esse sonho maluco que só vem se transformando em um pesadelo. Em uma
viagem para Montreal, Martin Dellambre (George Baker), filho de Henri, conhece
Patricia Stanly, interpretada pela bela sul-africana Carole Grey, que na
verdade é uma louca de pedra que acabara de fugir de um hospício, logo na cena
de abertura do longa, só de calcinha e sutiã, quebrando uma janela de vidro
(sem se machucar) e correndo para a floresta, em uma cena pateticamente poética
em câmera lenta e música instrumental de melodrama de fundo. As experiências
erradas do passado obviamente virão à tona para desgraçar novamente os
Delambre, quando a moça descobre aquelas horrendas criaturas que vivem
encarceradas. Como ela já havia chamado a atenção da polícia por ser uma
fugitiva, agora por conta dos experimentos, auxiliados com uma consultoria do
já velho e aposentado Inspetor Charas, o mesmo que investigou a estranha morte
e suicídio de André Delambre, o primeiro Mosca, os policiais resolvem ficar no
encalço dos cientistas, mais uma vez tentando frustrar seus planos amalucados
de teletransporte. Mas cadê o humano mosca da vez, com seus olhos esbugalhados
e tudo mais, que é o que estamos esperando? Nem dá as caras em A Maldição
da Mosca. O que pode ser um ponto positivo pela originalidade do roteiro em
mostrar apenas a saga dos cientistas loucos e suas mutações e não envolvê-los
em nenhuma outra experiência que irá deformá-los e transformá-los em uma
criatura no clímax do filme. Mas ao mesmo tempo, poxa vida, se há uma única
graça nos filmes anteriores, é ver o monstrengão meio homem, meio inseto, o que
não acontece aqui. O mais pobre e pior dos três filmes. A Maldição da
Mosca serve como curiosidade pelo desfecho da trilogia, e ponto. E de tão
ruim que é, até parece que o estúdio o escondeu por muito tempo, já que nunca
foi lançado nem em VHS e nem em Laserdisc, tendo sido visto e exibido
pouquíssimas vezes, até ser lançado em DVD somente em 2007, parte do box com os
outros dois filmes. Isso já diz muito sobre ele.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/06/14/187-a-maldicao-da-mosca-1965/
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