domingo, 5 de julho de 2015

#187 1965 A MALDIÇÃO DA MOSCA (Curse of the Fly, Reino Unido)


Direção: Don Sharp
Roteiro: Harry Spalding
Produção: Robert L. Lippert, Jack Parson
Elenco: Brian Donlevy, George Baker, Carole Gray, Yvette Rees, Burt Kwouk 

A Maldição da Mosca é o filme que encerra a trilogia original da Mosca, que se iniciou em 1958 com A Mosca da Cabeça Branca, e seguiu com sua sequência do ano seguinte, O Monstro de Mil Olhos. E acho que não teria uma forma mais deprimente de terminar a franquia, do que com esse filme medíocre. É o primeiro sem a presença de Vincent Price, que nesta altura do campeonato, estava trabalhando com Roger Corman em suas adaptações da obra de Edgar Allan Poe para a American International Pictures. Sorte dele. E de novo, comete o mesmo pecado sem sentido que o filme anterior, utilizando fotografia em preto e branco, sendo que o primeiro filme e o mais velho fora rodado colorido em Technicolor, Cinemascope e tudo mais. Dirigido por Don Sharp e com roteiro de Harry Spalding, a trama segue a saga da amaldiçoada família Delambre, que depois de três gerações, tenta viver uma vida normal, pero no mucho, ainda engajados em suas experiências com teletransporte, mesmo que anteriormente tenham sido extremamente mal sucedidos e todos os envolvidos tenham se transformados em monstruosos insetos humanos. Henri Delambre, interpretado por Brian Donlevy (o Prof. Bernard Quatermass de Terror que Mata) o filho do cientista mosca original de 1958, está tentando dar continuidade em seus experimentos para teletransportar pessoas do Canadá para a Inglaterra, auxiliado pelo restante de sua família e uns empregados chineses que parecem capangas do Fu Manchu. Obcecado em finalmente conseguir resultados, ele continua insistindo na ideia de usar cobaias humanas, mesmo que dê errado e transforme-as em terríveis deformidades mutantes, como faz até mesmo com sua nora. Sem contar a desaprovação de seus filhos, que querem apenas ter uma vida ordinária, com suas famílias, deixando de lado esse sonho maluco que só vem se transformando em um pesadelo. Em uma viagem para Montreal, Martin Dellambre (George Baker), filho de Henri, conhece Patricia Stanly, interpretada pela bela sul-africana Carole Grey, que na verdade é uma louca de pedra que acabara de fugir de um hospício, logo na cena de abertura do longa, só de calcinha e sutiã, quebrando uma janela de vidro (sem se machucar) e correndo para a floresta, em uma cena pateticamente poética em câmera lenta e música instrumental de melodrama de fundo. As experiências erradas do passado obviamente virão à tona para desgraçar novamente os Delambre, quando a moça descobre aquelas horrendas criaturas que vivem encarceradas. Como ela já havia chamado a atenção da polícia por ser uma fugitiva, agora por conta dos experimentos, auxiliados com uma consultoria do já velho e aposentado Inspetor Charas, o mesmo que investigou a estranha morte e suicídio de André Delambre, o primeiro Mosca, os policiais resolvem ficar no encalço dos cientistas, mais uma vez tentando frustrar seus planos amalucados de teletransporte. Mas cadê o humano mosca da vez, com seus olhos esbugalhados e tudo mais, que é o que estamos esperando? Nem dá as caras em A Maldição da Mosca. O que pode ser um ponto positivo pela originalidade do roteiro em mostrar apenas a saga dos cientistas loucos e suas mutações e não envolvê-los em nenhuma outra experiência que irá deformá-los e transformá-los em uma criatura no clímax do filme. Mas ao mesmo tempo, poxa vida, se há uma única graça nos filmes anteriores, é ver o monstrengão meio homem, meio inseto, o que não acontece aqui. O mais pobre e pior dos três filmes. A Maldição da Mosca serve como curiosidade pelo desfecho da trilogia, e ponto. E de tão ruim que é, até parece que o estúdio o escondeu por muito tempo, já que nunca foi lançado nem em VHS e nem em Laserdisc, tendo sido visto e exibido pouquíssimas vezes, até ser lançado em DVD somente em 2007, parte do box com os outros dois filmes. Isso já diz muito sobre ele.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/06/14/187-a-maldicao-da-mosca-1965/

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