quinta-feira, 28 de abril de 2016

#502 1985 A VOLTA DOS MORTOS-VIVOS (The Return of the Living Dead, EUA)


Direção: Dan O’Bannon
Roteiro: Dan O’Bannon (baseado na história de John Russo e Russell Streiner)
Produção: Tom Fox, Graham Anderson (Coprodutor), John Daly e Derek Gibson (Produtores Executivos)
Elenco: Clu Gulager, James Karen, Don Calfa, Thom Mathews, Beverly Randolph

No ano de 1985 os zumbis já tinham invadido o universo pop, muito por conta do sucesso estrondoso do videoclipe Thriller de Michael Jackson lançado em 1982. E em 85 foi a vez do roteirista e diretor Dan O’Bannon apresentar sua história de zumbis em A Volta dos Mortos-Vivos, um dos mais famosos filmes do gênero, que pega emprestado o gore cartunesco de Romero em Despertar dos Mortos, retirando todo e qualquer contexto sócio-político, preocupando-se apenas em apresentar sangue e uma boa dose de bom humor. Essa carga cômica foi o que deixou A Volta dos Mortos-Vivos tão popular, inclusive aqui no Brasil. Dan O’Bannon já tinha dado sua contribuição incalculável ao cinema ao criar e escrever o roteiro de Alien – O Oitavo Passageiro, e por pouco não dirigiu o filme no lugar de Ridley Scott. A Volta dos Mortos-Vivos foi a sua homenagem a George Romero, que originalmente até tinha pretendido processar o filme por utilizar “mortos-vivos” no título mas depois desistiu ao ver o resultado final. Na verdade o roteiro original de A Volta foi escrito por John Russo, o mesmo que havia escrito A Noite dos Mortos-Vivos junto com Romero. Após desavenças com o diretor, Russo resolveu criar o seu próprio filme de zumbis e ofereceu o roteiro a Tom Fox que decidiu produzi-lo. Entregou nas mãos de O’Bannon para dirigi-lo, que não gostou por achar que seria uma mera continuação da então duologia de Romero e acabou reescrevendo. Mas a citação ao filme que revolucionou o gênero está lá. Logo na abertura do filme o aviso de que foi baseado em fatos reais, mas que nomes e lugares foram modificados e todo aquele blá blá blá de sempre. É o primeiro dia de Freddy em seu novo emprego em um depósito de suprimentos hospitalares, onde entre outras coisas, há cadáveres para serem usados em dissecação em faculdades ou testes balísticos. Frank é o responsável por apresentar as funções inerentes ao cargo, e ao ser questionado sobre qual a coisa mais esquisita que já havia visto, ele pergunta se Freddy já assistiu A Noite dos Mortos-Vivos, e se ele sabia que era baseado em fatos reais. Um tipo de arma química havia sido criada pelo exército e vazou em um hospital militar em Pittsburgh, onde os mortos voltaram a vida. Só que por questões de segurança e pressão militar, Romero foi obrigado a alterar a história do filme. Pois bem, esses mesmos mortos foram colocados em contêineres e por um erro administrativo do exército foram parar ali no armazém. Em um acidente, os dois funcionários patetas liberam um gás misterioso que traz os mortos de volta a vida. Após se livrarem do problema desmembrando um dos cadáveres reanimados do depósito junto com seu patrão, Burt, eles decidem queimar o corpo na fornalha do necrotério vizinho que pertence a Ernie, um antigo amigo de Burt. Ao cremá-lo, as substância sobe em forma de fumaça pela chaminé e a chuva a espalha pelo chão do cemitério logo ali do lado, fazendo com que os zumbis devoradores de cérebro saiam de seus túmulos para perseguir os quatro e mais Tina, a namorada de Freddy, e seus amigos punksque foram encontrar o rapaz após o expediente. O que se segue é sangue, correria e cenas hilárias, embaladas por uma trilha sonorapunk rock sensacional de bandas como The Damned e The Cramps e um estiloso figurino totalmente anos 80. E uma sequência de cenas antológicas, como Trash, a garota que faz um strip-tease no cemitério e fica pelada o resto do filme inteiro; ou Suicídio, o punk incompreendido reclamando que ninguém o entende e que aquilo é um modo de vida, e não uma fantasia; ou a explicação de um dos mortos capturados do porquê da fascinação por cérebros, já que a massa encefálica é a única coisa que aplaca a terrível dor de estar morto; ou a impagável cena onde os zumbis, após devorarem dois paramédicos, pedem reforços pelo rádio (“Mandem mais paramédicos!!!!”). E isso é um baita update no conceito zumbi. Aqui eles falam, são capazes de manejar instrumentos e virtualmente indestrutíveis, já que tiros ou fortes pancadas no cérebro não surtem efeito contra eles. O final do filme também é simplesmente genial. Quando você pensa que as coisas não podem ficar piores… BUM! A Volta dos Mortos-Vivos com certeza é um dos filmes saudosistas que marcou história. Daqueles impossíveis de não gostar, independente de sua idade. Tanto que muitas pessoas até hoje gritam “cérebroooo” ou “mioooolos” quando querem imitar um zumbi. Gerou mais quatro (!!!!) continuações, uma pior do que a outra.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/08/19/502-a-volta-dos-mortos-vivos-1985/

Nenhum comentário:

Postar um comentário