Direção: Dan O’Bannon
Roteiro: Dan O’Bannon (baseado na
história de John Russo e Russell Streiner)
Produção: Tom Fox, Graham Anderson
(Coprodutor), John Daly e Derek Gibson (Produtores Executivos)
Elenco: Clu
Gulager, James Karen, Don Calfa, Thom Mathews, Beverly Randolph
No ano de 1985 os zumbis já tinham invadido o
universo pop, muito por conta do sucesso estrondoso do videoclipe
Thriller de Michael Jackson lançado em 1982. E em 85 foi a vez do
roteirista e diretor Dan O’Bannon apresentar sua história de zumbis em A Volta dos Mortos-Vivos, um dos mais famosos
filmes do gênero, que pega emprestado o gore cartunesco de Romero em Despertar dos Mortos, retirando todo e
qualquer contexto sócio-político, preocupando-se apenas em apresentar sangue e
uma boa dose de bom humor. Essa carga cômica foi o que deixou A Volta dos
Mortos-Vivos tão popular, inclusive aqui no Brasil. Dan O’Bannon já tinha
dado sua contribuição incalculável ao cinema ao criar e escrever o roteiro
de Alien – O Oitavo Passageiro, e por pouco não dirigiu o filme
no lugar de Ridley Scott. A Volta dos Mortos-Vivos foi a sua
homenagem a George Romero, que originalmente até tinha pretendido processar o
filme por utilizar “mortos-vivos” no título mas depois desistiu ao ver o
resultado final. Na verdade o roteiro original de A Volta foi escrito
por John Russo, o mesmo que havia escrito A Noite dos Mortos-Vivos junto com
Romero. Após desavenças com o diretor, Russo resolveu criar o seu próprio filme
de zumbis e ofereceu o roteiro a Tom Fox que decidiu produzi-lo. Entregou nas
mãos de O’Bannon para dirigi-lo, que não gostou por achar que seria uma mera
continuação da então duologia de Romero e acabou reescrevendo. Mas a citação ao
filme que revolucionou o gênero está lá. Logo na abertura do filme o aviso de
que foi baseado em fatos reais, mas que nomes e lugares foram modificados e
todo aquele blá blá blá de sempre. É o primeiro dia de Freddy em seu novo
emprego em um depósito de suprimentos hospitalares, onde entre outras coisas,
há cadáveres para serem usados em dissecação em faculdades ou testes
balísticos. Frank é o responsável por apresentar as funções inerentes ao cargo,
e ao ser questionado sobre qual a coisa mais esquisita que já havia visto, ele
pergunta se Freddy já assistiu A Noite dos Mortos-Vivos, e se ele sabia
que era baseado em fatos reais. Um tipo de arma química havia sido criada pelo
exército e vazou em um hospital militar em Pittsburgh, onde os mortos voltaram
a vida. Só que por questões de segurança e pressão militar, Romero foi obrigado
a alterar a história do filme. Pois bem, esses mesmos mortos foram colocados em
contêineres e por um erro administrativo do exército foram parar ali no
armazém. Em um acidente, os dois funcionários patetas liberam um gás misterioso
que traz os mortos de volta a vida. Após se livrarem do problema desmembrando
um dos cadáveres reanimados do depósito junto com seu patrão, Burt, eles
decidem queimar o corpo na fornalha do necrotério vizinho que pertence a Ernie,
um antigo amigo de Burt. Ao cremá-lo, as substância sobe em forma de fumaça
pela chaminé e a chuva a espalha pelo chão do cemitério logo ali do lado,
fazendo com que os zumbis devoradores de cérebro saiam de seus túmulos para
perseguir os quatro e mais Tina, a namorada de Freddy, e seus
amigos punksque foram encontrar o rapaz após o expediente. O que se segue
é sangue, correria e cenas hilárias, embaladas por uma trilha sonorapunk
rock sensacional de bandas como The Damned e The Cramps e um estiloso
figurino totalmente anos 80. E uma sequência de cenas antológicas, como Trash,
a garota que faz um strip-tease no cemitério e fica pelada o resto do
filme inteiro; ou Suicídio, o punk incompreendido reclamando que ninguém o
entende e que aquilo é um modo de vida, e não uma fantasia; ou a explicação de
um dos mortos capturados do porquê da fascinação por cérebros, já que a massa
encefálica é a única coisa que aplaca a terrível dor de estar morto; ou a
impagável cena onde os zumbis, após devorarem dois paramédicos, pedem reforços
pelo rádio (“Mandem mais paramédicos!!!!”). E isso é um
baita update no conceito zumbi. Aqui eles falam, são capazes de
manejar instrumentos e virtualmente indestrutíveis, já que tiros ou fortes
pancadas no cérebro não surtem efeito contra eles. O final do filme também é
simplesmente genial. Quando você pensa que as coisas não podem ficar piores… BUM! A
Volta dos Mortos-Vivos com certeza é um dos filmes saudosistas que marcou
história. Daqueles impossíveis de não gostar, independente de sua idade. Tanto
que muitas pessoas até hoje gritam “cérebroooo” ou “mioooolos” quando querem
imitar um zumbi. Gerou mais quatro (!!!!) continuações, uma pior do que a
outra.
FONTE:
https://101horrormovies.com/2014/08/19/502-a-volta-dos-mortos-vivos-1985/
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