quinta-feira, 21 de abril de 2016

#564 1988 PALHAÇOS ASSASSINOS DO ESPAÇO SIDERAL (Killer Klowns from Outer Space, EUA)


Direção: Stephen Chiodo
Roteiro: Charles Chiodo, Edward Chiodo, Stephen Chiodo
Produção: Charles Chiodo, Edward Chiodo, Stephen Chiodo; Paul Manson e Helen Szabo (Produtores Executivos); J. J. Lichuaco e Christopher Roth (Produtores Associados)
Elenco: Grant Cramer, Suzanne Snyder, John Allen Nelson, John Vernon, Michael Siegel, Peter Licassi

Palhaços Assassinos do Espaço Sideral… O que mais precisa se falar sobre um filme com esse título? É um filme escrachado, que acertadamente não se leva a sério desde seu título, passando por sua música tema e por todas as proezas daqueles palhaços alienígenas, que diverte pencas e até tem seus momentos assustadores quando se assiste na infância. Afinal, dois medos irracionais estão contidos aqui nesta preciosidade escrita, produzida e dirigida pelos irmãos Chiodo: palhaços e alienígenas. Tem uma porrada de meninada por aí (e até muitos que já viraram marmanjos, mas cultivam esse pavor infantil) que tem medo de palhaços. Isso tem até nome técnico, que é coulrofobia. Se eles forem assassinos do espaço sideral então, aí o caldo entorna e a coisa fica realmente assustadora. E bem antes do terrível Pennywise matar moleque do coração em It – Uma Obra Prima do Medo, adaptação cinematográfica do livro “A Coisa” de Stephen King, esses palhaços tosqueira, carregados de maquiagem e usando suas roupas bufonas, estavam aqui no planeta para nos transformar em algodões-doces comestíveis. Só por estar no imaginário popular da geração dos anos 80 e 90, já é motivo de sobra para Palhaços Assassinos do Espaço Sideral ser um louvável objeto de adoração. Muita gente julga o filme como trash do mais baixo nível, mas eu vou ser obrigado a discordar veementemente. Ele é tosco, é camp, mas nesse meu exercício de escrever esse blog e também fazer o Horrorcast, já me deparei com bombas exponencialmente piores que Palhaços Assassino… Ruindades como Manos: The Hands of FateBlood FreakRobot MonsterO Ataque Vem do Polo e essas tranqueiras feitas pela Asylum Productions direto para TV e DVD, como o infame Sharkando, são muito piores que este simpático terror oitentista, que obviamente não vai trazer uma história rebuscada e prende-se em clichês típicos das fitas adolescentes daquela década, mas que possui muito esmero em relação a efeitos especiais e de maquiagem. Os irmãos Chiodo foram os responsáveis, por exemplo, pelo design e efeitos especiais dos Critters, as simpáticas e carnívoras bolas de pelos alienígenas de Criaturas. E o filme ainda, pasmem, teve um orçamento de dois milhões de dólares. Vai perguntar com quantos porcento disso Roger Corman fazia um filme B nas décadas de 50 e 60. Lógico, não havia o avanço da computação gráfica como vemos hoje, e por isso, algumas cenas são ridículas e datadas obviamente, mas o interior da nave, os casulos de algodões-doces, os veículos, o sujeito derretido por tortas, até mesmo a sombra de dinossauro projetada na parede que devora um grupo de pessoas e o “Klownzilla” no final, são bem feitinhos e interessantíssimos para a época. Lógico que essa pirralhada que vê Transformes, Os Vingadores e o Homem de Aço nas telonas, vai achar tudo ridículo e enfadonho. Fora isso, as mortes são todas provenientes de traquitanas à lá Acme, com os bizarros palhaços monstrengos usando armas de raio que transformam humanos em algodões-doces e bolas gigantes (tipo aquelas da Dic, lembram?), protótipos das Nerfs que atiram pipocas (sendo que algumas pipocas podem se transformar em monstrinhos repugnantes), cachorros farejadores feitos de balões, línguas de sogra que estrangulam policiais, marretas, piscinas de bolinhas, e por aí vai. Vai me falar que não é adoravelmente nonscense? E os palhaços têm seus momentos assustadores e sinistros em meio a toda patifaria e presepada. E não medem esforços em atacar crianças ou velhinhos em sua tentativa de tomar Crescente Cove, uma pequena cidadezinha típica do interior dos EUA. A invasão começa quando um meteoro traz os palhaços para nosso planeta. Mike (Grant Cramer) e sua namoradinha Debbie (Suzanne Snyder) descobrem a nave espacial e o terrível plano dos palhaços, e tentam alertar as autoridades, nas figuras de Dave (John Allen Nelson), ex-noivo de Debbie, que irá ter em um atrito inicial com Dave, o atual, e o xerife Curtis Mooney (John Vernon), folgado e truculento policial que se acha o Dirty Harry comedor de donuts. Obviamente ninguém irá acreditar nos dois, até que os aliens comecem a tocar o terror no local. Como se precisasse de mais alívio cômico do que todas essas idiotices que escrevi, ainda há os irmãos Terenzi, Rich (Michael Siegel) e Paul (Peter Licassi), que são dois imbecis palermas, que dirigem um caminhão de sorvete de noite (???!!!) e gostam de atrapalhar os amigos enquanto tenta faturar suas namoradas (porque eles mesmo não pegam ninguém), e são dois verdadeiros losers. Cabe a essa trupe abestalhada de heróis improváveis impedir o plano maligno dos palhaços maníacos em exterminar a cidadezinha, aumentando seu estoque de algodões doces humanos, e ainda de quebra resgatar a mocinha Debbie, que foi raptada pelos malfeitores arlequins intergalácticos. A mente doentia dos irmãos Chiodo conseguiram ainda chegar ao absurdo de viajar na maionese de uma forma tão, digamos, estratosférica, que certo momento quando os heróis estão dentro da nave mãe picadeiro, especificamente em uma sala cheia de desenhos de dinossauros, os irmãos Terenzi soltam a brilhante pérola, ao melhor estilo History Channel, de que os palhaços alienígenas visitaram a Terra à milhões de anos, e são na verdade os antigos astronautas e nossas ideias de palhaços vem deles. Erich von Däniken ficaria corado em ouvir isso. Outra teoria esplêndida dos Terenzi incluem que o sol do planeta deles está morrendo e eles estão em busca de outro lar, que talvez nós mesmos tenhamos sido criados pelos palhaços e sejamos experimentos deles, ou que simplesmente, estavam de rolê pela galáxia e pararam na Terra para fazer um lanchinho. Fato é que a verdade, nós nunca saberemos. Os anos 80 foram um celeiro fértil para todo tipo de absurdo e de porcaria no cinema de horror. Palhaços Assassinos do Espaço Sideral merece seu lugar de destaque no gênero e somente nesta década maldita que ele poderia ter sido lançado, com toda sua dose de absurdos cavalares, uma ou outra cena assustadora, atitudes e personagens politicamente incorretos e todas as cenas irreais e cômicas desse exemplo clássico do pastiche de horror.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/11/12/564-palhacos-assassinos-do-espaco-sideral-1988/

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