Direção: Bruce Pittman
Roteiro: Ron Oliver
Produção: Peter Simpson; Ray Sager
(Coprodutor); Ilana Frank (Produtor Associado); Peter Haley, Peter Simpson
(Produtores Executivos)
Elenco: Michael
Ironside, Wendy Lyon, Louis Ferreira, Lisa Schrage, Richard Monette, Terri
Hawkes
Lembra do filme slasher vergonha alheia A Morte
Convida Para Dançar, com a Scream Queen, Jamie Lee Curtis,
lançado em 1980? Esqueça! Vestida para a Vingança é uma continuação (sem ligação
nenhuma, BTW) que só usa o nome do primeiro filme (Prom Night) e não tem
absolutamente nada a ver com o original. Mas quer saber, esse é um dos
raríssimos casos na história do cinema de terror em que a sequência é melhor! Tudo
bem que não é muito difícil ser melhor que A Morte Convida Para Dançar,
mas o caso é que aqui, passados sete anos e uma verdadeira enxurrada de filmes slasher no cinema, todos parecendo
CTRL C+CTRL V um dos outros, ao invés de ir por um caminho fácil de mais do
mesmo, os produtores resolveram transformar o filme em um longa sobrenatural,
que por diabos, ficou muito legal. O ambiente é o mesmo, o high school americano com seus
jovens de 20 e poucos anos se passando por colegiais. O evento fatídico é o
mesmo, o tal baile de formatura. O motivo da matança também é o mesmo em quase
todos esses filmes sobre o festejo da graduação: vingança. Isso já está até no
título em português! Só que o filme traz à vida uma personagem (e um nome) que
misteriosamente ficaria gravado no imaginário coletivo dos fãs de terror: Mary
Lou Maloney. Mary Lou Maloney é uma safadinha, vivida por Lisa Schrage, que foi
coroada rainha do baile lá no ano de 1957, mas adorava meter um par de chifres
em seu namorado, Bill Nordham, com Buddy Cooper, o amante. Na própria festa ela
dá um pé na bunda de Bill e tira uma com a cara dele, e o sujeito louco de
raiva e de ciúmes, resolve pregar uma peça na coitada, que dá mortalmente
errado e acaba incendiando a moça, que morre carbonizada. Trinta anos se passa
e aparentemente nada aconteceu com Bill, afinal ele SE TORNOU O DIRETOR DA
MESMA ESCOLA (!), agora interpretado por Michael Ironside. Ele tem um filho,
Craig (Louis Ferreira) que namora a loirinha Vicki Carpenter (Wendy Lyon), moça
que tem uma mãe religiosa fundamentalista que quer obriga-la a ir com o vestido
mais carola no baile e não a quer perto de garotos. Calma que essa é uma das
muitas referências, plágio ou whatever, de Carrie – A
Estranha. Sem grana para comprar um vestido melhorzinho, Vicki vai
ao depósito de figurinos da escola e encontra um baú com os pertences de Mary
Lou. Vestindo seu suntuoso vestido azul, ela (sabe-se lá como) revive o
espírito vingativo da moça que passa a possuí-la, fazendo com que ela tenha seu
mesmo comportamento abusado, fale suas gírias demodê dos anos 50 (como o
infame: “see you later, alligator”) e claro, comece a matar gente com seus
poderes sobrenaturais. O único que desconfia que Vicki agora é Mary Lou é
exatamente Bill Cooper, que agora é o Padre Cooper (Richard Monette) que até
tenta uma espécie de ritual para exorcizar o espírito zombeteiro da lambisgoia
assassina, mas que não dá muito certo não. Fato é que Mary Lou só quer se
divertir, se vingar e ganhar o concurso de Rainha do Baile, afinal, teve seu
sonho interrompido enquanto virava churrasquinho humano no passado. E Bill,
agora apavorado, quer se livrar novamente da moça.
ALERTA DE
SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
O baile é o ponto alto do filme (quer dizer,
tirando a cena de nu frontal de Wendy Lyon perseguindo a amiga no vestiário
feminino), principalmente a transformação definitiva de Wendy, que é rasgada ao
meio para o surgimento da carbonizada Mary Lou usando seus poderes paranormais
para arrebentar com o baile (qualquer semelhança com Carrie – A Estranha de
novo não pode ser mera coincidência). O final reserva dois momentos de
surpresa: o primeiro quase estraga o filme, quando depois de ser partida ao
meio, Wendy aparece ali intacta dentro do baú no porão, salva pelo mocinho.
Quando você quer jogar o sapato na tela, mais no final ainda, o espírito de
Mary Lou passou para o diretor Nordham que dá uma carona para seu filho e a
loirinha e deixa aquela conclusão em aberta sobre o que aconteceu com o casal
de pombinhos. Claro que estamos falando de um filme B, mas Vestida para a
Vingança é um filme beeeeeem legal, tem suas mortes bacanas, efeitos
especiais datados deliciosos e funciona como aquele belo retrato de uma época
tão característica. Além de ser uma homenagem ao gênero em geral, com várias citações
ao clássico O Exorcista e também
com o uso do sobrenome de diretores do cinema de horror como sobrenome dos
personagens (Vicki Carpenter, Kelly Hennenlotter, Jess Browning, Sr. Craven, e
por aí vai).
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/10/17/546-vestida-para-a-vinganca-1987/
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