quinta-feira, 21 de abril de 2016

#563 1988 A NOITE DOS DEMÔNIOS (Night of the Demons, EUA)



Direção: Kevin Tenney
Roteiro: Joe Augustyn
Produção: Joe Augustyn, Jeff Geoffray (Supervisor de Produção), Don Robinso (Linha de Produção), Walter Josten (Produtor Executivo), Michael Josten, Patricia Brando Josten, Rene Torres, Doug Yerkes (Produtores Associados)
Elenco: Hal Havins, Allison Barron, Alvin Alexis, Billy Gallo, Cathy Podewell, Lance Fenton, Linnea Quigley

Ahhhhhh, os filmes de demônios dos anos 80. Impossível você, se for da minha geração (e preferencialmente do sexo masculino) simplesmente não amar A Noite dos Demônios, exemplo gritante de uma década, uma cultura e um subgênero que nasceu com Sam Raimi em A Morte do Demônio. Fato é que A Noite dos Demônios de Kevin Tenney é realmente um filme para quem teve a infância ou adolescência nos ano 80. Porque é datado, clichê, cheio de esteriótipos, piadinhas sacanas da época e todos os elementos básicos dos filmes daquela década que parece nunca morrer (para nós). Assisti-lo hoje em dia, se você não o apreciou com a devida idade, torna-se mais uma filme bobo e tosco daqueles. Obviamente não acho isso. Afinal, essa pérola traz sangue, gore, humor negro, bons efeitos de maquiagem e sacanagem na medida certa para nenhum fã do horror botar defeito. Ácida e exagerada ao extremo, a premissa de A Noite dos Demônios não traz nada de original ou revolucionário, mas acerta na veia ao meter adolescentes idiotas, com suas ideias mais idiotas ainda, ressuscitando espíritos demoníacos em uma noite de Halloween numa casa mal-assombrada, que irá possui-los um a um e dar início a um banho de sangue e uma luta pela sobrevivência até o sol raiar. Essa tal ideia idiota parte da gótica Angela (Amelia Kinkade) a mais icônica personagem do longa (e que ilustra o seu famoso pôster), que junta mais nove jovens com seus hormônios em ebulição e dá uma festinha na Hull House (uma paródia a Hill House?), antiga funerária cercada de histórias macabras, já que o Sr. Hull tinha uma certa adoração pelos mortos e bizarros assassinatos ocorreram em seu interior, dando-lhe a pecha de assombrada. Perfeito lugar para uma festa de Halloween (estou falando sério), se não fosse pelo simples detalhe que Angela propõe uma sessão espírita e liberta os antigos demônios que vivem dentro de uma fornalha no porão. Quem são esses nove jovens que estarão presos na casa? São o retrato dos anos 80 gritando na tela, cada um com sua personalidade faceira e estereotipada. Tem além da gótica, a vagabunda, a inocente virginal, o almofadinha, o durão, o covarde, o gordo escroto, o bem humorado, a japa safada e a indiferente. E cada um tem a sua participação crucial na trama (ou não). Como já disse anteriormente, Angela é a personagem icônica que irá incitar a sessão espírita que acordará os demônios e será a segunda possuída, reservada a ela o papel principal de vilã, líder e a sensacional e inesquecível cena onde já possuída pelo espírito demoníaco de uma Jennifer Beals das trevas fará uma sensual e macabra sessão de dança rodopiante ao som de “Stigmata Martys” do Bauhaus. Já sua amiga Suzanne (interpretada pela musa dos filmes trash Linnea Quigley) é a vadia que brinda os marmanjos com outra antológica cena dela apenas de saia mostrando a calcinha e a bunda em uma loja de conveniência para distrair os nerds fracassados enquanto Angela rouba um monte de mantimentos; a primeira a se transformar em uma rameira do inferno e passará o demônio para sua amiga com um lascivo beijo na boca; aquela que nos mostrará um nu frontal e responsável pela surreal e bizarra cena onde ela se pinta toda com o batom, incluindo seus seios e guarda a peça dentro do próprio mamilo!!!!! Judy (Cathy Podewell) é a virgem que sabemos que irá sobreviver, metida na sua fantasia de Alice (aquela dos País das Maravilhas), passando por todo tipo de provação, mas se manterá casta, e o medroso Roger (Alvin Alexis) que é filho de um pastor e passará a maior parte do tempo choramingando ou se cagando de medo. Os demais estão lá para serem mortos, convertidos em demônio ou transarem. Algumas cenas são realmente bacanas (claro que com as limitações da época), como quando o gordão Stooge (Hal Halvins) já possuído quebra o pescoço da japinha Frannie (Jill Terashita) e depois decepa o braço de Max (Philip Tanzini) fechando violentamente a tampa do caixão sobre ele repetidas vezes. Fora isso as maquiagens são realmente assustadoras (claro que naquele mesmo padrão: garotas ficam feias como o diabo, no melhor estilo A Morte do Demônio ou Demons – Filhos das Trevas) e deve ter metido medo em muito moleque naqueles tempos –  trabalho competente de Steve Johnson – e a voz gutural de James W. Quinn quando Angela fica possuída. Outro ponto positivo é a música de Dennis Michael Tenney e a trilha sonora tipicamente gótica, industrial, punk rock e heavy metal dos anos 80. Apesar de ter sido malhado pela crítica, que talvez não tenha entendido a excelente mescla de terror com humor ácido debochado (e talvez sejam um bando de coxas também, pronto falei), A Noite dos Demônios teve um ótimo êxito nas bilheterias americanas. Com um orçamento de 1,2 milhão de dólares, faturou mais de três milhões, o que lhe valeu duas continuações, uma de 1994 (A Noite dos Demônios 2) e outra de 1997 (que no Brasil foi lançado como A Casa do Diabo) e um remake homônimo em 2009.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/11/11/563-a-noite-dos-demonios-1988/


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