Direção: Kevin Tenney
Roteiro: Joe Augustyn
Produção: Joe Augustyn, Jeff Geoffray
(Supervisor de Produção), Don Robinso (Linha de Produção), Walter Josten
(Produtor Executivo), Michael Josten, Patricia Brando Josten, Rene Torres, Doug
Yerkes (Produtores Associados)
Elenco: Hal Havins,
Allison Barron, Alvin Alexis, Billy Gallo, Cathy Podewell, Lance Fenton, Linnea
Quigley
Ahhhhhh, os filmes de demônios dos anos 80.
Impossível você, se for da minha geração (e preferencialmente do sexo
masculino) simplesmente não amar A Noite dos Demônios, exemplo gritante de uma década,
uma cultura e um subgênero que nasceu com Sam Raimi em A Morte do Demônio. Fato é que A Noite dos Demônios de Kevin Tenney é realmente
um filme para quem teve a infância ou adolescência nos ano 80. Porque é datado,
clichê, cheio de esteriótipos, piadinhas sacanas da época e todos os elementos
básicos dos filmes daquela década que parece nunca morrer (para nós).
Assisti-lo hoje em dia, se você não o apreciou com a devida idade, torna-se mais
uma filme bobo e tosco daqueles. Obviamente não acho isso. Afinal, essa pérola
traz sangue, gore, humor negro, bons efeitos de maquiagem e sacanagem na
medida certa para nenhum fã do horror botar defeito. Ácida e exagerada ao
extremo, a premissa de A Noite dos Demônios não traz nada de original
ou revolucionário, mas acerta na veia ao meter adolescentes idiotas, com suas
ideias mais idiotas ainda, ressuscitando espíritos demoníacos em uma noite de
Halloween numa casa mal-assombrada, que irá possui-los um a um e dar início a
um banho de sangue e uma luta pela sobrevivência até o sol raiar. Essa tal
ideia idiota parte da gótica Angela (Amelia Kinkade) a mais icônica personagem
do longa (e que ilustra o seu famoso pôster), que junta mais nove jovens com
seus hormônios em ebulição e dá uma festinha na Hull House (uma paródia a Hill
House?), antiga funerária cercada de histórias macabras, já que o Sr. Hull
tinha uma certa adoração pelos mortos e bizarros assassinatos ocorreram em seu
interior, dando-lhe a pecha de assombrada. Perfeito lugar para uma festa de
Halloween (estou falando sério), se não fosse pelo simples detalhe que Angela
propõe uma sessão espírita e liberta os antigos demônios que vivem dentro de
uma fornalha no porão. Quem são esses nove jovens que estarão presos na casa?
São o retrato dos anos 80 gritando na tela, cada um com sua personalidade
faceira e estereotipada. Tem além da gótica, a vagabunda, a inocente virginal,
o almofadinha, o durão, o covarde, o gordo escroto, o bem humorado, a japa safada
e a indiferente. E cada um tem a sua participação crucial na trama (ou não).
Como já disse anteriormente, Angela é a personagem icônica que irá incitar a
sessão espírita que acordará os demônios e será a segunda possuída, reservada a
ela o papel principal de vilã, líder e a sensacional e inesquecível cena onde
já possuída pelo espírito demoníaco de uma Jennifer Beals das trevas fará uma
sensual e macabra sessão de dança rodopiante ao som de “Stigmata Martys” do
Bauhaus. Já sua amiga Suzanne (interpretada pela musa dos
filmes trash Linnea Quigley) é a vadia que brinda os marmanjos com
outra antológica cena dela apenas de saia mostrando a calcinha e a bunda em uma
loja de conveniência para distrair os nerds fracassados enquanto
Angela rouba um monte de mantimentos; a primeira a se transformar em uma
rameira do inferno e passará o demônio para sua amiga com um lascivo beijo na
boca; aquela que nos mostrará um nu frontal e responsável pela surreal e
bizarra cena onde ela se pinta toda com o batom, incluindo seus seios e guarda
a peça dentro do próprio mamilo!!!!! Judy (Cathy Podewell) é a virgem que
sabemos que irá sobreviver, metida na sua fantasia de Alice (aquela dos País
das Maravilhas), passando por todo tipo de provação, mas se manterá casta, e o
medroso Roger (Alvin Alexis) que é filho de um pastor e passará a maior parte
do tempo choramingando ou se cagando de medo. Os demais estão lá para serem
mortos, convertidos em demônio ou transarem. Algumas cenas são realmente
bacanas (claro que com as limitações da época), como quando o gordão Stooge
(Hal Halvins) já possuído quebra o pescoço da japinha Frannie (Jill Terashita)
e depois decepa o braço de Max (Philip Tanzini) fechando violentamente a tampa
do caixão sobre ele repetidas vezes. Fora isso as maquiagens são realmente
assustadoras (claro que naquele mesmo padrão: garotas ficam feias como o diabo,
no melhor estilo A Morte do Demônio ou Demons – Filhos das Trevas) e deve ter metido medo em muito
moleque naqueles tempos – trabalho competente de Steve Johnson – e a voz
gutural de James W. Quinn quando Angela fica possuída. Outro ponto positivo é a
música de Dennis Michael Tenney e a trilha sonora tipicamente gótica,
industrial, punk rock e heavy metal dos anos 80. Apesar de ter sido malhado
pela crítica, que talvez não tenha entendido a excelente mescla de terror com
humor ácido debochado (e talvez sejam um bando de coxas também, pronto falei), A
Noite dos Demônios teve um ótimo êxito nas bilheterias americanas. Com um
orçamento de 1,2 milhão de dólares, faturou mais de três milhões, o que lhe
valeu duas continuações, uma de 1994 (A Noite dos Demônios 2) e outra de 1997
(que no Brasil foi lançado como A Casa do Diabo) e um remake homônimo
em 2009.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/11/11/563-a-noite-dos-demonios-1988/
Nenhum comentário:
Postar um comentário