quarta-feira, 27 de abril de 2016

#571 1988 A VINGANÇA DO DIABO (Pumpkinhead, EUA)


Direção: Stan Winston
Roteiro: Mark Patrick Carducci, Gary Gerani; Mark Patrick Carducci, Stan Winston, Richard Weinman (história)(baseado no poema de Ed Justin)
Produção: Bill Blake, Howard Smith, Richard Weinman; Alex De Benedetti (Produtor Executivo)
Elenco: Lance Henriksen, Jeff East, Joh D’Aquino, Kimberly Ross, Joel Hoffman, Cynthia Bain, Tom Woodruff Jr.

A Vingança do Diabo (ou Sangue Demoníaco, outro título que ganhou aqui no Brasil) é um daqueles filmes obscuros de terror oitentista bem quisto pelos fãs do gênero. E foi só quando fui assisti-lo novamente para escrever a resenha que reparei no nome por trás das câmeras: Stan Winston. Se você não sabe quem é Stan Winston, deveria ter vergonha! O cara simplesmente foi um dos magos dos efeitos especiais de Hollywood, e tem no currículo nada mais nada menos que a criação do Exterminado do Futuro, os xenomórfos de Aliens, O Resgate, a criatura invisível de O Predador, e até mais recentemente, a armadura de Tony Stark (tira onda, que é cientista espacial) em Homem de Ferro. E A Vingança do Diabo é seu primeiro filme como diretor (apesar de já ter trabalhado como diretor de segundo unidade em Aliens de James Cameron). Claro, não é uma estreia glamorosa para um cara como o gabarito dele no ramo do FX, mas o que isso importa para nós, apreciadores do gênero? Pois seu toque em A Vingança do Diabo transforma o que poderia ser um filme trash do pior calibre, ao melhor estilo Abominável Criatura, em uma experiência visual extremamente satisfatória, por um simples motivo: o visual do tal Pumpkinhead (que em tradução literal seria Cabeça de Abóbora, inspirado no poema de Ed Justin, baseado em uma lenda folclórica americana). Mas não pense que é só isso não. Apesar de ser extremamente satisfatório ver um trabalho tão bem feito para um filme B, com CGI zero e só as velhas técnicas de efeitos visuais, a história também é das mais interessantes, com toda uma sinistra atmosfera rural gótica, auxiliada pela fotografia azulada de Bojan Bazelli e todo aquele aparato clássico como névoa, cemitérios, árvores de galhos retorcidos, cabanas velhas, bruxas, e tudo mais e ainda a atuação do sempre querido Lance Henrikssen, outra figurinha carimbada do horror e do sci-fi. A vingança, no entanto, não vem do diabo, não. Na verdade o Coisa-Ruim não tem absolutamente nada a ver com o causo.  Acontece que o caipira Ed Harley (Henriksen) perde seu filho, o pequeno Billy (Matthew Hurley) de forma trágica. Um bando de jovens arruaceiros para na sua loja de conveniência e acaba atropelando o moleque durante uma manobra de motocicleta. Como o causador do acidente já tinha passagem pelo xadrez e estava em condicional, foge deixando o garoto lá. Harley sente todo o pesar da morte do único filho que amava tanto, e entorpecido por uma raiva sem limites, decide procurar uma antiga (e horripilante, diga-se de passagem) anciã que mora em uma cabana isolada na montanha, em busca do secular espírito do Pumpkinhead, para que ele realize sua vingança dando cabo do grupo de jovens, por meio de um pacto de sangue. Daí para frente, a criatura das trevas começa a caçar um por um, parando somente quando todos forem eliminados, primeiro de forma subentendida, com closes apenas de seus longos braços e garras, mas no decorrer da fita, ele é mostrado em todo seu esplendor esquelético e aterrador, interpretado por Tom Woodruff Jr., deixando uma trilha de sangue por onde passa. O problema é que o pacto não sai como esperado e Harley então resolve intervir, para tentar evitar a carnificina, principalmente quando descobre que ele passa a sentir toda a fúria e maldade de Pumpkinhead quando dilacera as suas vítimas. Por conta de um pedido do próprio Winston, os roteiristas Mark Patrick Carducci e Gary Gerani fizeram tanto o Pumpkinhead quanto Haggis, a anciã da montanha, muito mais sombrios que o previsto. Melhor, para não dar espaço para nenhum tipo de alívio cômico tão costumeiro dos filmes de terror dos anos 80. Ambos também se inspiraram nos filmes de terror de Mario Bava, o maestro do macabro, e fica bem claro na ambientação gótica da trama. A Vingança do Diabo quase não viu a luz do projetor, pois ficou órfão com a falência da De Laurentiis Entertaniment Group (sim, aquela do Dino de Laurentiis), que originalmente distribuiria o filme. Porém ele ganhou um lançamento pequeno quando seus direitos foram adquiridos pela United Artists, que testou o filme em alguns cinemas e recebeu a aprovação do público. Ironicamente, ele foi exibido com o título “Vengeance – The Demon”. Talvez daí os brazucas se inspiraram para batizá-lo por aqui. Acabou ganhando certo espaço no coração dos fãs do horror, nas prateleiras das locadoras e nas reprises da televisão, ganhando mais três continuações, uma delas direto para o vídeo em 1993 e as outras duas, de 2006 e 2007, feitas para a TV.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/11/26/571-a-vinganca-do-diabo-1988/

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