Direção: Stan
Winston
Roteiro: Mark
Patrick Carducci, Gary Gerani; Mark Patrick Carducci, Stan Winston, Richard
Weinman (história)(baseado no poema de Ed Justin)
Produção: Bill
Blake, Howard Smith, Richard Weinman; Alex De Benedetti (Produtor Executivo)
Elenco: Lance
Henriksen, Jeff East, Joh D’Aquino, Kimberly Ross, Joel Hoffman, Cynthia Bain,
Tom Woodruff Jr.
A Vingança do Diabo (ou Sangue Demoníaco, outro
título que ganhou aqui no Brasil) é um daqueles filmes obscuros de terror
oitentista bem quisto pelos fãs do gênero. E foi só quando fui assisti-lo
novamente para escrever a resenha que reparei no nome por trás das câmeras:
Stan Winston. Se você não sabe quem é Stan Winston, deveria ter vergonha! O
cara simplesmente foi um dos magos dos efeitos especiais de Hollywood, e tem no
currículo nada mais nada menos que a criação do Exterminado do Futuro, os
xenomórfos de Aliens, O Resgate,
a criatura invisível de O Predador, e até mais
recentemente, a armadura de Tony Stark (tira onda, que é cientista espacial) em Homem
de Ferro. E A Vingança do Diabo é seu primeiro filme como diretor
(apesar de já ter trabalhado como diretor de segundo unidade em Aliens de
James Cameron). Claro, não é uma estreia glamorosa para um cara como o gabarito
dele no ramo do FX, mas o que isso importa para nós, apreciadores do gênero?
Pois seu toque em A Vingança do Diabo transforma o que poderia ser um
filme trash do pior calibre, ao melhor estilo Abominável
Criatura, em uma experiência visual extremamente satisfatória, por
um simples motivo: o visual do tal Pumpkinhead (que em tradução literal seria
Cabeça de Abóbora, inspirado no poema de Ed Justin, baseado em uma lenda
folclórica americana). Mas não pense que é só isso não. Apesar de ser
extremamente satisfatório ver um trabalho tão bem feito para um filme B, com
CGI zero e só as velhas técnicas de efeitos visuais, a história também é das
mais interessantes, com toda uma sinistra atmosfera rural gótica, auxiliada
pela fotografia azulada de Bojan Bazelli e todo aquele aparato clássico como
névoa, cemitérios, árvores de galhos retorcidos, cabanas velhas, bruxas, e tudo
mais e ainda a atuação do sempre querido Lance Henrikssen, outra figurinha
carimbada do horror e do sci-fi. A vingança, no entanto, não vem do diabo,
não. Na verdade o Coisa-Ruim não tem absolutamente nada a ver com o
causo. Acontece que o caipira Ed Harley (Henriksen) perde seu filho, o
pequeno Billy (Matthew Hurley) de forma trágica. Um bando de jovens arruaceiros
para na sua loja de conveniência e acaba atropelando o moleque durante uma
manobra de motocicleta. Como o causador do acidente já tinha passagem pelo
xadrez e estava em condicional, foge deixando o garoto lá. Harley sente todo o
pesar da morte do único filho que amava tanto, e entorpecido por uma raiva sem
limites, decide procurar uma antiga (e horripilante, diga-se de passagem) anciã
que mora em uma cabana isolada na montanha, em busca do secular espírito do
Pumpkinhead, para que ele realize sua vingança dando cabo do grupo de jovens,
por meio de um pacto de sangue. Daí para frente, a criatura das trevas começa a
caçar um por um, parando somente quando todos forem eliminados, primeiro de
forma subentendida, com closes apenas de seus longos braços e garras, mas no
decorrer da fita, ele é mostrado em todo seu esplendor esquelético e aterrador,
interpretado por Tom Woodruff Jr., deixando uma trilha de sangue por onde
passa. O problema é que o pacto não sai como esperado e Harley então resolve
intervir, para tentar evitar a carnificina, principalmente quando descobre que
ele passa a sentir toda a fúria e maldade de Pumpkinhead quando dilacera as
suas vítimas. Por conta de um pedido do próprio Winston, os roteiristas Mark
Patrick Carducci e Gary Gerani fizeram tanto o Pumpkinhead quanto Haggis, a
anciã da montanha, muito mais sombrios que o previsto. Melhor, para não dar
espaço para nenhum tipo de alívio cômico tão costumeiro dos filmes de terror
dos anos 80. Ambos também se inspiraram nos filmes de terror de Mario Bava, o
maestro do macabro, e fica bem claro na ambientação gótica da trama. A Vingança
do Diabo quase não viu a luz do projetor, pois ficou órfão com a falência
da De Laurentiis Entertaniment Group (sim, aquela do Dino de Laurentiis), que
originalmente distribuiria o filme. Porém ele ganhou um lançamento pequeno
quando seus direitos foram adquiridos pela United Artists, que testou o filme
em alguns cinemas e recebeu a aprovação do público. Ironicamente, ele foi
exibido com o título “Vengeance – The Demon”. Talvez daí os brazucas se
inspiraram para batizá-lo por aqui. Acabou ganhando certo espaço no coração dos
fãs do horror, nas prateleiras das locadoras e nas reprises da televisão,
ganhando mais três continuações, uma delas direto para o vídeo em 1993 e as
outras duas, de 2006 e 2007, feitas para a TV.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/11/26/571-a-vinganca-do-diabo-1988/
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