Direção: Jean-Paul
Ouellette
Roteiro: Jean-Paul
Ouellette (baseado no conto de H.P. Lovecraft)
Produção: Jean-Paul
Ouellette, Dean Ramser; Michael Haley (Produtor Associado); Paul White
(Produtor Executivo)
Elenco: Charles
Klausmeyer, Mark Kinsey Stephenson, Alexandra Durrell, Laura Albert, Eben Ham,
Blane Wheatley
Em um único parágrafo eu irei atestar a “qualidade”
de Abominável Criatura: Baseado em um conto de H.P. Lovecraft, com o
roteiro escrito em sete dias, filmado em três semanas, orçamento estimado de
350 mil dólares. O diretor, roteirista e produtor Jean-Paul Ouellette bem que
tentou, e o amor pela obra do escritor é visível, mas cá entre nós, era
impossível que o filme fosse bom. Primeiro por sabermos a dificuldade que é
transpor a obra de Lovecraft para as telas sem cair no ridículo. Segundo que
com esse tempo de produção, um orçamento merreca e uma cara de filme Z ao
melhor estilo Empire Pictures, a trasheira iria imperar e sabemos muito bem o
que acontece nesses casos. Baseado no conto “O Inominável”, para o fã de Lovecraft,
muitas referências bacanas estão todinhas ali: um dos personagens principais é
Randolph Carter; a história se passa no condado de Arkham, em Massachussets,
aos arredores da famosa Universidade Miskatonic; também está presente o
Necronomicon, livro proibido escrito pelo árabe louco Abdul Alhazred, e por aí
vai. A trama começa no século XVIII, quando a esposa do feiticeiro Joshua
Wintrhop (Delbert Spain) deu a luz a uma criatura, hã, inominável, a qual ele
mantém trancada no porão. Em uma fatídica noite, o sujeito é morto pelo
monstro, mas antes conjura um feitiço arcano que acaba aprisionado na casa
pelos próximos duzentos anos. Na década de 80, a casa de Wintrhop virou uma
espécie de lenda urbana. Randolph Carter (o péssimo Mark Kinsey Stephenson), um
estudioso do místico, conta a história sobre a presença da abominável criatura
para os jovens calouros Howard (Charles Klausmeyer, usando a alcunha de Charles
King) e Joel (Mark Parra). Este último propõe passar uma noite no casebre para
ver se os rumores são verdadeiros e claro que já sabemos o que acontece. No dia
seguinte, enquanto Howard se preocupa com o sumiço do amigo e Carter não dá a
mínima, as calouras Tanya (Alexandra Durrell) e Wendy (Laura Barnes) querem se
enturmar, e por isso, aceitam o desafio do coxinhas veteranos Bruce (Eben Ham)
e Blane (John Babcock) de também passar uma noite na casa, para já saberem as
artimanhas para burlar os vindouros testes de iniciação da fraternidade. Um a
um eles vão sendo caçados pela ~ abominável criatura ~ até que Carter descobre
o malfadado Necronomicon e será o único capaze de deter a aberração descobrindo
a conjuração de Winthrop. Bom, a história é simples e tudo vai se arrastando de
forma modorrenta com os universitários querendo faturar as garotas, cenas de
sustinho como se a casa fosse uma mansão interminável e atuações sofríveis. Já
as mortes são extremamente gráficas e sangrentas. O inominável adora arranhar
os pobres coitados com suas garras e arrancar suas vísceras, decapitar e
estourar a cabeça contra o assoalho, e por aí vai. Sangue não foi economizado e
o gore come solto. Mas, o problema é quando a criatura aparece. Aí
não tem um argumento para se defender a fita. Durante boa parte do filme, até
seu terceiro ato, Ouellette faz às vezes de um Spielberg não mostrando o
monstro, apenas partes de seu corpo, como garras em uma mão peluda e vez ou
outra uma perna cabeluda branca com um CASCO DE BODE! Mas quando realmente
vemos o bicho em seu esplendor, é uma explosão de risada, dando lugar aos melhores
momentos de um Charles Band ou Roger Corman juntos. Na verdade o vilão é uma ~
abominável criatura ~ do sexo feminino (vivida por Katryn Alexander), com corpo
de bode, rosto demoníaco, rabo, chifres, cascos e tudo mais. Uma espécie de
tinhoso albino. Mas o pior de tudo é o macacão collant que ela usa
para, hã, emular a pele branca. É deliciosamente tosco! O filme
é trash até a medula, tem uma qualidade miserável, ruim para dar com
pau e é um representante suprassumo das porcarias adoráveis feitas no gênero
durante aqueles prolíficos anos 80. E a porcaria é tamanha que até rendeu uma
sequência lançada quatro anos depois.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/10/18/547-abominavel-criatura-1988/
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