sábado, 9 de abril de 2016

#558 1988 A HORA DO PESADELO 4 O MESTRE DOS SONHOS (A Nightmare on Elm Street 4: The Dream Master, EUA)


Direção: Renny Harlin
Roteiro: Brian Helgeland, Jim Wheat, Ken Wheat
Produção: Robert Shaye, Rachel Talaly; Karen Koch (Produtora Associada); Stephen Diener, Sara Risher (Produtores Executivos)
Elenco: Lisa Wilcox, Andras Jones, Danny Hassel, Rodney Eastman, Tuesday Knight, Ken Sagoes, Robert Englund

Estamos lá no ano de 1988 e as sequências dos filmes slasher continuam bombando! Jason Voorhees estrelava sua SÉTIMA parte, Michael Myers voltava uma terceira vez (mas no filme de número quatro) e além disso, Pinhead e Chucky haviam entrado de vez no hall da fama dos movie maniacs. Claro que o titio Freddy, ou melhor, a New Line Cinema, não ficaria atrás e tome A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos. Nada mais de novo ou original seria visto em uma sequência do assassino queimado de pulôver verde e vermelho e garras daqui em diante. Claramente a franquia entrou em declínio, principalmente criativo, então o jeitão era apelar para mortes oníricas cada vez mais elaboradas (diga-se de passagem, que aqui encontramos algumas das matanças mais inventivas da cinesérie) e um caminhão de efeitos especiais. Foram gastos sete milhões de doletas (o maior orçamento de um filme slasher dos anos 80) e faturou nada menos que mais de 49 milhões, maior bilheteria da franquia. E não é para menos, o Freddy Krueger era um pop star naquele momento. Eu lembro da agressiva campanha de marketing do filme até aqui mesmo no Brasil. Lá no fundo da minha memória infantil recordo de comerciais e chamadas passando direto no Gugu no SBT (com destaque para a cena da praia em que Freddy faz as vezes de um tubarão com sua garra sendo a barbatana) e até entrevistas com o próprio Robert Englund! Fato é que a única coisa que realmente vale a pena são as cenas de morte. Apesar da luta em manter ainda um pouco do clima sinistro antes de se transformar em um escracho total dali para frente, Renny Harlin, diretor mais conhecido até de filmes de ação (dirigiu Duro de Matar 2, como alardeava a capa do VHS na época), joga os personagens em um turbilhão de situações insólitas nos pesadelos e nos brinda com uma criatividade impar de execuções, que vão desde Freddy sugando todo o ar de uma asmática, afogando um moleque dentro do colchão d’água e a emblemática cena onde uma garota é transformada em barata e esmagada dentro de uma caixa de fósforos. Lembra lá no final de A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos onde Kristen (vivida por Patricia Arquette, aqui substituída por Tuesday Knight, por conta de sua gravidez), Joey (Rodney Eastman) e Kincaid (Ken Sagoes) eram os últimos filhos da Rua Elm e com o auxilio de Nancy Thompson, derrotaram Freddy e enterraram seus restos mortais em solo sagrado (que é o diabo de um ferro velho)? Claro que o psicopata não ficaria dormente por muito tempo e voltaria para se vingar dos três, dentro de um pesadelo de Kincaid onde seu cachorro Jason (sim, esse é o espirituoso nome do animal) o ressuscita urinando labaredas de fogo (!!!???). Kristen tem o poder de levar pessoas para dentro de seus sonhos, né, e faz com que Alice (Lisa Wilcox), irmã de seu namorado, Rick (Andras Jones) acabe entrando em um dos seus pesadelos. A pobre garota que tem uma vida difícil com um pai alcoólatra e sente falta da mãe falecida servirá como isca para trazer novas vítimas para Krueger, levando um a um seus amigos para dentro do nefasto universo tétrico do vilão. Só que conforme cada um deles vai sendo abatido como moscas, Alice passa a desenvolver a sua personalidade, como o poder de Kisten, as artes-marciais de seu irmão (repare na mais patética cena de todo o filme, quando ela começa a demonstrar suas recém adquiridas habilidades com um nunchaku e quando filmada de costas, claramente é um dublê masculino usando uma peruca!!!!), e por aí vai. No meio dessa matança desenfreada repleta de exagero caricato, tiradinhas sarcásticas (como o famoso “Pronto para um sonho molhado?” na cena da morte no colchão d’àgua) e humor negro, o roteiro escrito a seis mãos por Brian Helgeland e Jim e Ken Wheat ainda tenta se enveredar por um caminho pseudo filosófico existencialista a respeito do mestre dos sonhos, tentando focar no fato de aquele que realmente controla seus sonhos tem o poder, evocando Aristóteles e um monte de outras baboseiras. No final das contas A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos funciona em seu propósito e já dá o tom decadente do restante da série, que nos entregaria as sofríveis quinta e sexta parte, com Freddy Krueger cada vez mais distante do sombrio estudo psicológico sobre a adolescência, problemas familiares, culpa e depressão imaginado por Wes Craven e sim mais uma máquina de matar que não perde a chance de fazer um chiste antes de enfiar as garras afiadas de alguém.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/11/04/558-a-hora-do-pesadelo-4-o-mestre-dos-sonhos-1988/

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