Direção: John Carl Buechler
Roteiro: Daryl Haney, Manuel Fidello
Produção: Iain Paterson; Barbara Sachs (Produtora
Associada); Frank Mancuso Jr. (Produtor Executivo)
Elenco: Lar
Park-Lincoln, Terry Kiser, Kevin Spirtas, Susan Jennifer, Sullivan, Heidi
Kozak, Kane Hodder
Sexta-Feira 13 encontra Carrie – A Estranha! Eu fico imaginando a
reunião dos executivos da Paramount tentando espremer o bagaço da laranja
chamada Jason Voorhes e tendo a ~brilhante ideia de meter uma menina com
poderes telecinéticos para enfrentar o famososerial killer. Alguém achou que isso poderia dar certo de
verdade? Pois bem, Sexta-Feira 13 Parte 7 – A Matança Continua decreta de vez
o fim da franquia que já deveria ter acontecido muito antes (lembre-se que a
quarta parte foi batizada deSexta-Feira
13 – O Capítulo Final).
Ainda que o anterior Sexta-Feira
13 – Parte 6 – Jason Vive seja dos mais bacanas da cinesérie, falando o
português claro, essa sequência é uma verdadeira B...! E assim, não dá nem para
rolar um guilty pleasure,
como até acontece em alguns outros Sexta-Feira 13. Tudo bem, ele pode ser
melhor que a parte 5 ou a parte 9, mas aí também é nivelar por baixo.
Simplesmente é impossível engolir o roteiro ridículo escrito por Daryl Haney e
Manuel Fidello com a tal personagem Tina Shepard (a loirinha gata Lar Park-Lincoln)
e a tosca ideia de seus poderes psíquicos, na tentativa de dar um toque
diferente na matança desenfreada de Jason (que aqui chega ao número de 16
corpos). Mas se tem uma coisa que se deve tirar o chapéu é o visual do
personagem, vivido pela primeira vez pelo dublê Kane Hooder, e que foi uma
espécie de divisor de águas do morto-vivo, consolidando de vez seu status de
“verdadeira força incontrolável”. O maluco toma tiro, pancada, é eletrocutado,
enforcado, recebe uma saraivada de pregos, afogado, queimado vivo, explode, e
ainda assim está lá em pé para continuar sua caçada implacável. Isso sem contar
o excelente trabalho de maquiagem, comandando pelo próprio diretor John Carl
Buechler (gabaritado ao cargo por ter dirigido nada mais nada menos que Troll – O Mundo do Espanto. Se você não
percebeu, estou sendo sarcástico) que nos apresenta um Jason completamente
apodrecido, com a roupa esfarrapada e até com sua costela à mostra. É uma
espécie de “Jason definitivo”. Quando ele aparece sem máscara, todo putrefato,
é um dos momentos altos da película. Só não entendo mesmo como e por que ele
respira, mas tá tudo beleza. Mas, mesmo com todo o visual incrível do
assassino da mamãe Pamela, o roteiro (mais uma vez ele) consegue estragar
absolutamente tudo. Vamos lá, a pequena Tina, que mora ali nas imediações de
Crystal Lake vê seu pai e sua mãe se desentendendo, o sujeito já tem histórico
de bater na esposa, e a pequena foge para o lago, entra num barco e usa seus
poderes de Jean Grey para arrebentar o píer e seu pai cair na água, resultando
em sua morte por afogamento. Dez anos se passam e ela volta ao local com sua
mãe para uma terapia intensiva com o escroto psiquiatra Dr. Crews (Terry
Kiser), uma vez que ela ficou atormentada com o acontecido e vive entrando e
saindo de instituições. Paralelo a isso, uma galera zé droguinha e promíscua
está fazendo uma festa na cabana ao lado, presas preferidas de Jason. Um dia,
Tina putinha com o Dr. Crews, corre até a beira do lago, usa seus poderes e
adivinhe? Era lá que Jason estava acorrentado a uma pedra, deixado por Tommy
Jarvis no final do filme anterior, e eis que ela traz o maníaco brucutu de
volta à superfície, que irá matar absolutamente todos em seu caminho. Um dos
grandes problemas de Sexta-Feira
13 Parte 7 – A Matança Continua está justamente aí. A promessa e a
intenção eram de que esse seria o filme mais violento da série, e as mortes
seriam as mais brutais e gráficas de toda a franquia. Porém, para evitar uma
classificação X do MPAA, dezenas de cortes tiveram de ser feitos, durante as
nada menos que NOVE vezes em que foi submetido ao órgão censor. Resultado, o
longa ganhou um R, foi o mais mutilado da série e absolutamente TODAS as mortes
são em off screen, o que
funciona como um verdadeiro coito interrompido. Mas como nunca foi lançada uma
versão uncut ou do
diretor mesmo depois de todos esses anos, não adianta ficar pensando em um
mundo hipotético: ah, mas era para ser o mais violento, mais gore, foi prejudicado pela censura,
etc. What you see is what you
get! Sem as mortes violentas e criativas com todo tipo de
equipamento (até mesmo um apito!!!!) saltando aos olhos (salvando-se apenas o
antológico assassinato onde Jason arrebenta uma garota dentro de um saco de
dormir contra uma árvore com toda força) o que sobra é um filme patético. As
batalhas telecinéticas de Tina com o vilão indestrutível são tão repetitivas
que beiram a exaustão. A garota usa o poder da mente, atira alguma coisa no
assassino, ele cai e logo depois volta. E assim se repete insistentemente até
seu final vergonhoso.
ALERTA DE SPOILER: Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e
risco.
Eis que no embate final, na ponte sobre o
lago, mais uma vez Tina usa seus poderes e não é que, pasme, ela consegue
trazer o PAI DELA MORTO HÁ DEZ ANOS debaixo d’água (ou sua projeção psíquica,
astral, ou o diabo que o valha, o que não adiantaria NENHUMA mínima explicação
decente em todo universo), que enfia uma corrente em Jason e o arrasta
novamente para as profundezas. Dá até vontade de chorar da cara de pau dos
envolvidos que bolaram um final tão idiota e inverossímil. Mas poderia ser pior.
Naqueles tempos, a Paramount e a New Line já costuravam o talcrossover entre Jason Voohrees e
Freddy Krueger, que aconteceria exatamente neste filme. Porém eles não
conseguiram chegar a um acordo, a ideia foi colocada de lado (botando a super
Tina no lugar do tostadinho para combater o cadáver ambulante) e como bem
sabemos, a vergonha alheia só chegou às telas em 2003 quando a New Line já era
detentora dos direitos dos dois personagens. Sexta-Feira 13 Parte 7 – A Matança Continua só prepara ainda
mais o terreno acidentado da ladeira abaixo que a franquia do assassino slasher mais fodão de todos
seguirá no decorrer dos anos. E vale uma menção honrosa nesse post para o fã do
horror Luiz Beagle, que comenta bastante aqui no blog e fez uma defesa
fervorosa do filme na resenha da sexta parte, por conta dos famigerados cortes.
E ele ainda indica assistir ao making
of que você pode encontrar legendado no Youtube aqui. PS: Mas já mudou de ideia depois
de revê-lo, como o mesmo explica nos comentários abaixo…rs.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/11/18/568-sexta-feira-13-parte-7-a-matanca-continua-1988/
Nenhum comentário:
Postar um comentário