terça-feira, 5 de abril de 2016

#548 1988 A BOLHA ASSASSINA (The Blob, EUA)


Direção: Chuck Russell
Roteiro: Chuck Russell, Frank Darabont
Produção: Jack H. Harris, Elliott Kastner; Andre Blay (Produtor Executivo)
Elenco: Kevin Dillon, Shawnee Smith, Donovan Leitch Jr., Jeffrey DeMunn, Candy Clark, Joe Seneca

A Bolha Assassina é um dos filmes mais bacanas dos anos 80! Saudosismo até a medula e um daqueles que fez parte de uma leva de sci-fi dos anos 50 que foram atualizados e ganhou nova roupagem, muito mais gráfica e abusando de sangue, efeitos especiais e nojeira. Em 1958, Irwin S. Yeaworth dirigia um clássico da ficção científica, A Bolha, com Steve McQueen no papel principal. Trinta anos depois, o diretor Chuck Russell, que estreara na direção com A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos, resolve atualizar a história da gosma translúcida cor de rosa que vem do espaço em um meteoro, trazendo para escrever o roteiro seu comparsa Frank Darabont (que também estivera envolvido no filme de Freddy Krueger e mais tarde, adaptaria obras de Stephen King para as telas e também desenvolveria o seriado The Walking Dead). Como falei lá no primeiro parágrafo, A Bolha Assassina entra no mesmo rol de filmes fodásticos dos 80’s que provam que refilmagens podem sim dar certo e serem superiores que seus originais. Os outros dois exemplos são O Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter, remake de O Monstro do Ártico e A Mosca, de David Cronenberg, baseado em A Mosca da Cabeça Branca com Vincent Price. Quanto à trama, a pacata cidadezinha de Arborville está preste a receber o visitante espacial carnívoro vindo de um meteorito. Um velho vagabundo é o primeiro a ter contato com a substância plásmica, que começa a devorar sua mão ao tentar manipulá-la com um graveto. Em disparada pela estrada, ele se choca com o carro dos jovens adolescentes Meg Penny (Shawnee Smith) e Paul Taylor (Donovan Leitch Jr.). Ambos, juntos do bad boy incorrigível, Brian Flagg (um jovem Kevin Dillon de mullets), levam o sem-teto pra o hospital. A criatura a partir daí começa a aumentar exponencialmente seu tamanho e expandir sua forma viscosa, devorando vivos o mendigo e Paul, ganhando tentáculos (que não existem no original) para dar ainda uma capacidade mais mortífera de agarrar as vítimas e puxá-las para seu interior corrosivo, que derrete a carne dos pobres diabos, na medida certa para os fãs do splatter. A única forma de derrota-la é o frio, assim como no original. Um dos mais interessantes adendos dessa nova versão é que na década de 80 vivíamos outros tempos, e a origem da estrutura maligna não é espacial, e sim o resultado de um experimento bacteriológico enviado para o espaço em uma cápsula (ou seja, não é um meteorito), criado pelo próprio governo americano, como uma possível arma biológica, que sofreu uma mutação fora de controle. Os cientistas e figurões do exército então estão pouco se lixando com a população de Arborville, que é descartável. Flagg, o anti-herói descobre tudo isso e corre para tentar salvar os vizinhos e a gatinha Meg. Outro ponto interessantíssimo que é novidade em A Bolha Assassina é quando o reverendo da cidade fica meio xarope com o poder da criatura e torna-se uma espécie de “fanático pela bolha”. Chamuscado em um acidente, o sujeito deformado passará a pregar a vinda do juízo final (em forma de geleca) naquelas tendas evangélicas no meio do deserto, mantendo um pedaço da substância, capturado ao ser cristalizado pelo frio, dentro de um pote. E claro, não devemos esquecer a surreal sequência em que um funcionário de um restaurante tenta desentupir um cano e é sugado para dentro do ralo e da tubulação pela gelatina (absolutamente nenhuma lei da física conseguirá explicar). Vale salientar que dos 19 milhões de dólares de orçamento, mais da metade foram gastos em efeitos especiais, caprichadíssimos para a época, criados pelo indicado ao Oscar® por A Pequena Loja dos Horrores, Lyle Conway. A Bolha Assassina é um baita filme. Ficção, sangue, violência, ação e meleca para nenhum fã botar defeito.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/10/21/548-a-bolha-assassina-1988/

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