Direção: David
Schmoeller
Roteiro: David Schmoeller;
Charles Band, Kenneth J. Hall (história)
Produção: Hope Perello; Charles Band (Produtor Executivo)
Elenco: Paul Le
Mat, William Hickey, Irene Miracle, Jimmie F. Skaggs, Robin Frates, Matt Roe,
Kathryn O’Reilly
Bonecos da
Morte é
uma bela porcaria. Vou ter que começar a minha resenha dessa forma, porque esse
é mais um caso de filme que ao ser revisto, trai completamente sua memória
afetiva da infância. Só que quando assistido novamente, não há senso crítico e
nostalgia no mundo que consiga salvar essa trasheira. Mas afinal o que esperar
de uma produção de Charles Band, o Roger Corman dos anos 80? Quem é fã do
cinema camp sabe
muito bem a infinidade de porcarias de qualidade duvidosa que a sua Empire
Pictures produziu durante aquela década. E vá lá, os bonecos são bacanas, as
mortes são bem violentas, mas o roteiro do filme, escrito pelo também diretor
David Schmoeller, com história do próprio Band e de Kenneth J. Hall e J.S.
Cardone de forma não creditada, é simplesmente impossível de engolir. Tá, o
começo é dos mais honestos e instiga o espectador para ser sincero. André
Toulon é um titeteiro no final dos anos 30 que vive em um hotel na Califórnia,
o Bodega Bay Inn, criando seus bonecos de madeira. Só que ele está sendo
perseguido por dois nazistas misteriosos, que provavelmente estão atrás do
segredo egípcio de animar objetos que descobrira anos antes (mas que será
contado somente na terceira parte, uma espécie de prequela deste aqui). Touloun
então deu vida a alguns dos seus brinquedos, companheiros inseparáveis de quase
toda a vida. Para evitar que sua descoberta caísse nas mãos dos famigerados
vilões, eis que ele estoura os miolos e esconde os bonecos de madeira em uma
caixa dentro de um compartimento secreto em seu quarto. Uma elipse temporal nos
leva para 50 anos no futuro e todos os problemas do longa começam, quando somos
apresentados a um grupo de parapsicólogos que parece mais um coletivo de idiotas,
cada um interpretado por um ator pior que o outro. Assim, por maior que seja a
suspensão de descrença, não dá para engolir aquele bando de gente, e muito
menos acreditar por um segundo sequer que eles realmente tem alguma
conhecimento de causa e comportamento de estudiosos do paranormal. Alex
Whitaker (Paul Le Mat) é um sujeito que tem sonhos premonitórios em preto e
branco, Dana Hadley (Irene Miracle) é uma vidente, cartomante, whatever, “paranormal” que usa de
bruxarias e feitiços para afastar o mal, Frank Forrester é um “pesquisador” e
Carlissa Stamford (Kathryn O`Reilly) é sua assistente ninfomaníaca que pode
descobrir tudo sobre um objeto ao tocá-lo. Todos vão para o Bodega Bay Inn após
um dos membros de seu seleto grupo de perdedores, Neil Gallagher (Jimmie F.
Skaggs), se suicidar. Neil tornou-se dono do hotel ao se casar com Megan (Robin
Frates), só por interesse em tentar descobrir o segredo de Toulon tantos anos
depois. Ninguém sabe o motivo de seu suicídio, mas logo o grupo começará a ser
morto, um por um, pelos bonecos assassinos. A gangue da pesada é formada por:
Pinhead (que não é aquele de Hellraiser) aquele com a cabeça fininha
e todo forçudo; Tunneler, o que tem a broca giratória na cabeça; Blade, o
tiozinho com uma espada em uma das mãos e um gancho na outra; Jester, o coringa
que fica com as partes do rosto girando; Leech Woman, a boneca que lança
sanguessugas pela boca; e Shredder Kahn, o boneco indiano. Depois de uma
chatice interminável, uma putariazinha de leve, cortesia da delícia Carlissa, e
umas mortes bacanas (mas você não sabe porque os bonecos estão assassinando a
galera) que rola somente da metade para frente (destaque para a morte da
insuportável Dana), vem o terceiro ato com uma explicação mequetrefe, quando
você já está praticamente assistindo no fast forward, não ligando mais a mínima como
o filme vai acabar, porque já sabe que nada de bom pode vir dali. E não vem… O
engraçado é perceber que a realização deste filme pareceu ser um processo meio
que natural da dupla Charles Band e David Schmoeller. Porque o primeiro
trabalho de ambos juntos fora dez anos antes deste lançamento, no
decentíssimo Armadilha
Para Turistas,
que tinha lá seus bonecos de manequim bizarros. Dois anos antes, Band e sua
Empire Pictures produzira a trasheira Bonecas Macabras, com Stuart Gordon na direção, que
diretamente inspirou a realização de Bonecos da Morte. E nem vou comentar o fato de que Chucky havia
arrebatado corações dos fãs de horror no ano anterior em Brinquedo Assassino. Mas é aquilo
né, Bonecos da Morte fez
um razoável sucesso e isso levou com que NOVE sequências fossem feitas, uma
mais infeliz que a outra. Estranhamente tenho uma lembrança mais carinhosa da
terceira parte, que aluguei em VHS e assisti em alguma repise no SBT, do que o
original. E para você acompanhar a cronologia aqui no Brasil sempre foi uma
confusão de títulos (afinal ele também ficou conhecido como Mestre dos Brinquedos). É tipo
trabalho arqueológico. E olha, acredite ou não, o filme mais recente da série é
de 2012 (dirigido e escrito pelo próprio Charles Band).
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/12/02/574-bonecos-da-morte-1989/
Nenhum comentário:
Postar um comentário