segunda-feira, 2 de maio de 2016

#574 1989 BONECOS DA MORTE (Puppet Master, EUA)


Direção: David Schmoeller
Roteiro: David Schmoeller; Charles Band, Kenneth J. Hall (história)
Produção: Hope Perello; Charles Band (Produtor Executivo)
Elenco: Paul Le Mat, William Hickey, Irene Miracle, Jimmie F. Skaggs, Robin Frates, Matt Roe, Kathryn O’Reilly

Bonecos da Morte é uma bela porcaria. Vou ter que começar a minha resenha dessa forma, porque esse é mais um caso de filme que ao ser revisto, trai completamente sua memória afetiva da infância. Só que quando assistido novamente, não há senso crítico e nostalgia no mundo que consiga salvar essa trasheira. Mas afinal o que esperar de uma produção de Charles Band, o Roger Corman dos anos 80? Quem é fã do cinema camp sabe muito bem a infinidade de porcarias de qualidade duvidosa que a sua Empire Pictures produziu durante aquela década. E vá lá, os bonecos são bacanas, as mortes são bem violentas, mas o roteiro do filme, escrito pelo também diretor David Schmoeller, com história do próprio Band e de Kenneth J. Hall e J.S. Cardone de forma não creditada, é simplesmente impossível de engolir. Tá, o começo é dos mais honestos e instiga o espectador para ser sincero. André Toulon é um titeteiro no final dos anos 30 que vive em um hotel na Califórnia, o Bodega Bay Inn, criando seus bonecos de madeira. Só que ele está sendo perseguido por dois nazistas misteriosos, que provavelmente estão atrás do segredo egípcio de animar objetos que descobrira anos antes (mas que será contado somente na terceira parte, uma espécie de prequela deste aqui). Touloun então deu vida a alguns dos seus brinquedos, companheiros inseparáveis de quase toda a vida. Para evitar que sua descoberta caísse nas mãos dos famigerados vilões, eis que ele estoura os miolos e esconde os bonecos de madeira em uma caixa dentro de um compartimento secreto em seu quarto. Uma elipse temporal nos leva para 50 anos no futuro e todos os problemas do longa começam, quando somos apresentados a um grupo de parapsicólogos que parece mais um coletivo de idiotas, cada um interpretado por um ator pior que o outro. Assim, por maior que seja a suspensão de descrença, não dá para engolir aquele bando de gente, e muito menos acreditar por um segundo sequer que eles realmente tem alguma conhecimento de causa e comportamento de estudiosos do paranormal. Alex Whitaker (Paul Le Mat) é um sujeito que tem sonhos premonitórios em preto e branco, Dana Hadley (Irene Miracle) é uma vidente, cartomante, whatever, “paranormal” que usa de bruxarias e feitiços para afastar o mal, Frank Forrester é um “pesquisador” e Carlissa Stamford (Kathryn O`Reilly) é sua assistente ninfomaníaca que pode descobrir tudo sobre um objeto ao tocá-lo. Todos vão para o Bodega Bay Inn após um dos membros de seu seleto grupo de perdedores, Neil Gallagher (Jimmie F. Skaggs), se suicidar. Neil tornou-se dono do hotel ao se casar com Megan (Robin Frates), só por interesse em tentar descobrir o segredo de Toulon tantos anos depois. Ninguém sabe o motivo de seu suicídio, mas logo o grupo começará a ser morto, um por um, pelos bonecos assassinos. A gangue da pesada é formada por: Pinhead (que não é aquele de Hellraiser) aquele com a cabeça fininha e todo forçudo; Tunneler, o que tem a broca giratória na cabeça; Blade, o tiozinho com uma espada em uma das mãos e um gancho na outra; Jester, o coringa que fica com as partes do rosto girando; Leech Woman, a boneca que lança sanguessugas pela boca; e Shredder Kahn, o boneco indiano. Depois de uma chatice interminável, uma putariazinha de leve, cortesia da delícia Carlissa, e umas mortes bacanas (mas você não sabe porque os bonecos estão assassinando a galera) que rola somente da metade para frente (destaque para a morte da insuportável Dana), vem o terceiro ato com uma explicação mequetrefe, quando você já está praticamente assistindo no fast forward, não ligando mais a mínima como o filme vai acabar, porque já sabe que nada de bom pode vir dali. E não vem… O engraçado é perceber que a realização deste filme pareceu ser um processo meio que natural da dupla Charles Band e David Schmoeller. Porque o primeiro trabalho de ambos juntos fora dez anos antes deste lançamento, no decentíssimo Armadilha Para Turistas, que tinha lá seus bonecos de manequim bizarros. Dois anos antes, Band e sua Empire Pictures produzira a trasheira Bonecas Macabras, com Stuart Gordon na direção, que diretamente inspirou a realização de Bonecos da Morte. E nem vou comentar o fato de que Chucky havia arrebatado corações dos fãs de horror no ano anterior em Brinquedo Assassino. Mas é aquilo né, Bonecos da Morte fez um razoável sucesso e isso levou com que NOVE sequências fossem feitas, uma mais infeliz que a outra. Estranhamente tenho uma lembrança mais carinhosa da terceira parte, que aluguei em VHS e assisti em alguma repise no SBT, do que o original. E para você acompanhar a cronologia aqui no Brasil sempre foi uma confusão de títulos (afinal ele também ficou conhecido como Mestre dos Brinquedos). É tipo trabalho arqueológico. E olha, acredite ou não, o filme mais recente da série é de 2012 (dirigido e escrito pelo próprio Charles Band).
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/12/02/574-bonecos-da-morte-1989/

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