Direção: Rob Hedden
Roteiro: Rob Hedden
Produção: Randy Cheveldave; Barbara
Sachs (Produtor Associado)
Elenco: Todd
Caldecott, Tiffany Paulsen, Tim Mirkovich, Kane Hodder, Jensen Daggett, Barbara
Bingham, Charles McCulloch
Sexta-Feira 13 Parte 8 – Jason Ataca
Nova York ao
bem da verdade deveria se chamar “Jason Ataca só Um Tiquinho Nova York”. E essa
é a reclamação recorrente em 11 de cada 10 fãs da franquia, sobre essa medonha
oitava parte (OI-TA-VA) das aventuras de Jason Voorhees. Até o próprio diretor
e roteirista Rob Hedden sempre coloca o rabo entre as pernas e faz uma cara de
pesar quando fala sobre o filme e assume certa mea culpa sobre a visita do assassino mascarado à Big Apple.
No roteiro original mais cenas seriam rodadas na cidade, mas a Paramount então
deu uma brecada nas elucubrações do roteirista, uma vez que com os cinco
milhões de dólares que eles dispuseram para o orçamento, seria impossível
passar mais tempo em Nova York filmando, e por isso o texto teve que se
estender no navio levando os formandos de Crystal Lake para Porto Segu… quer
dizer, Manhattan. Papo reto é que chega uma hora na vida que Sexta-Feira 13 já
deu no saco. Caramba, estamos falando de OITO filmes em nove anos. Uma hora o
público ia se desinteressar, as bilheterias começariam a minguar, as ideias
recauchutadas em toda sequência não iriam atrair novas pessoas para os cinemas
e a matança desenfreada resumindo a mais do mesmo iria perder a graça. Foi
exatamente o que aconteceu. Começou com o execrável Sexta-Feira 13 Parte 7 – A Matança
Continua,
e segue ladeira abaixo, resultando na pior bilheteria da série até então (pouco
mais de 14 milhões de dólares) e a venda da franquia para a New Line Cinema.
Podemos dizer que realmente, a saga de Jason terminou aqui, virando resto de
detrito tóxico nos subterrâneos de Nova York (ops, mas acho que nem é SPOILER,
né?), mesmo com a nona parte (essa sim, a pior de todas de longe) e o polêmico Jason
X, até chegar ao reboot da Platinum Dunes em 2009. Bom, continuando a
inverossímil saga de ressurreições do psicopata, Jason dessa vez revive quando
a âncora de um barco atracado em Crystal Lake arrasta um cabo de força submerso
e lhe dá um choque daqueles, trazendo-o de volta à vida. Mais podre (e molhado)
do que nunca, Jason escala o SS Lazarus com os formandos caipiras que vão
visitar a cidade grande e mais uma vez, sem nenhum motivo aparente, começa a
matar os adolescentes um a um. Nossa heroína da vez é Rennie Wickham (Jensen
Daggett), que tem um trauma com água, que envolve ter sido jogada pelo seu tio
no lago Crystal e tido um encontro com o Jason na infância e blá blá blá.
Durante o percurso, o maníaco consegue colocar o navio à pique enquanto cinco
sobreviventes vão remando até a Baía de Nova York e Jason os segue à nado em
pleno oceano (ou talvez andando na profundidade, sabe-se lá diabos). Naquela
típica NY dos anos 80, decadente, suja, cheia de criminosos, drogados, punks e
estupradores ao melhor estilo Taxi Driver, nosso assassino não desiste de
perseguir Rennie e seu namoradinho, Sean Robertson (Scott Reeves) – mesmo tendo
milhões de outras vítimas ao seu bel prazer, ele encasquetou nos dois – até o
embate final nos esgotos, onde somos agraciados pela lindeza que ele está
depois de todos esses anos de putrefação. Duas coisas são legais de verdade
nesse oitavo filme. Kane Hodder como Jason, mais uma vez mostrando porque é o
melhor ator que já vestiu a máscara de hóquei. A maquiagem está novamente
caprichada, com sua roupa esfarrapada molhada a todo tempo e toda sua postura
corporal, seguindo a linha “Jason Voohrees definitivo” que construiu no longa
anterior. Tirando o fato de ainda não entender como e porque ele respira, uma
vez que é um cadáver ambulante, mas deixe para lá. Mas ah, já estava até
esquecendo uma das mais emblemáticas mortes de toda a série. Do boxeador Julius
(Vincent Craig Dupree) que resolve sair no braço com Jason em um telhado, e
após tentar socá-lo diversas vezes sem resultado e ficar estafado pelo esforço,
toma um deadly uppercut do nosso vilão e tem SUA CABEÇA ARRANCADA,
caindo certinho dentro de uma lixeira. Johnny Cage, wins! FATALITY! Olha, ainda
assim, acho Sexta-Feira 13 Parte VIII melhor do que a Parte VII.
Aquele lance da mina com os poderes paranormais é de cair. Mas
tudo poderia ter sido muuuuuito pior, uma vez que no primeiro esboço do
roteiro, Tina Shephard voltaria com sua telecinese e seria novamente caçada por
Jason. Graças a Jeová que a atriz Lar Park Lincoln pediu um salário muito alto,
a Paramount a mandou catar coquinho e todo o projeto foi reescrito. Sexta-Feira
13 Parte VIII – Jason Ataca Nova York até me conquistou na infância. Era
baita fã do filme, do Jason de Kane Hodder, e lembro que a primeira vez que
assisti a fita em VHS, foi quando tinha recém chegado na locadora do bairro,
era um sábado, eu estava com uma baita gripe, meu amigo havia alugado e
sua mãe levado em casa para emprestar para eu assistir (porque sabia o quanto
eu ADORAVA Sexta-Feira 13). Claro que depois de velho não há crivo no mundo
pelo qual essa porcaria passe. Final deprimente da empreitada do maníaco do
Acampamento Sangrento pela Paramount. Mas a New Line depois conseguiu a proeza de
piorar ainda mais a série.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/12/13/583-sexta-feira-13-parte-8-jason-ataca-nova-york-1989/
Nenhum comentário:
Postar um comentário