sexta-feira, 6 de maio de 2016

#579 1989 LEVIATHAN (EUA)


Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: David Webb Peoples, Jeb Stuart
Produção: Aurelio De Laurentiis, Luigi de Laurentiis; Charles Gordon, Lawrence Gordon (Produtores Executivos)
Elenco: Peter Weller, Richard Crenna, Amanda Pays, Daniel Stern, Ernie Hudson, Michael Carmine, Lisa Eilbacher, Hector Elizondo

Leu meu post sobre Abismo do Terror? Lá falei que o ano de 1989 foi o ano dos filmes submarinos de terror/ficção científica. Além do já citado, do longa O Segredo do Abismo de John Cameron (o mais conhecido de todos), temos também Leviathan, outra trasheira submersa com pretensão de superprodução. Vale falar logo no começo do post que Leviathan é melhor que Abismo do Terror. Tudo bem que isso seja nivelar por baixo. Mas é o típico filme B que dói até a medula, mas consegue divertir, exatamente por todos os seus pontos negativos. Começa que essa produção da MGM parece na verdade um remendão de vários filmes de horror com sci-fi, mas com certeza, o que grita mais alto é a cópia descarada de O Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter, com pitadas de Alien – O Oitavo Passageiro, de Ridley Scott. Mais uma vez evocando o post anterior do filme “coirmão”, continuo achando sensacional a ideia de filmes com humanos em perigo em uma estação no fundo do oceano, tão bacana quanto no espaço, pela mesma sensação de claustrofobia e de perigo iminente, ainda mais colocando alguma criatura mortal na jogada. Então pela segunda vez no mesmo ano, um bom argumento foi jogado no lixo e completamente mal aproveitado. Na trama, os trabalhadores da Tri-Oceanic Corp estão nos seus últimos dias de trabalho, realizando uma expedição de mineração subaquática, depois de seis meses de extração de minério. Em uma dessas expedições, eles encontram um navio soviético naufragado chamado Leviathan (nome dado à criatura marinha mitológica que aterrorizava o imaginário dos navegantes europeus durante a Idade Média) e levam um cofre cheio de bugigangas para o interior da estação. Entre essas quinquilharias, registros médicos, algumas fitas contando que toda a tripulação começou a adoecer rapidamente, vítima de um poderoso vírus, e também um cantil de alumínio com vodka (era um navio russo!), que dois dos membros da Tri-Oceanic resolvem tomar e logo são infectados por um contágio de origem desconhecida. Uma mutação genética em ambos começa a acontecer e eles desenvolvem uma aparência disforme, transformando-se em uma criatura amorfa, exatamente da mesma forma que O Enigma de Outro Mundo, como falei lá em cima, até chegar em uma aparência “inspirada” em Alien – O Oitavo Passageiro, como também disse lá em cima, que também emula do filme da barata espacial seus corredores claustrofóbicos cheio de tubos e máquinas, e um suspense dos mais canhestros. Vamos falar de coisa boa, da única coisa que salva o filme do seu naufrágio (hein, hein?) total. Que são os efeitos especiais, feitos dentro da possibilidade de um baixo orçamento. Há muita nojeira e uma boa quantidade de gore para animar os fãs, e algumas das fases da metamorfose da aberração também são bastante interessantes, ainda mais que a equipe da Stan Winston Studios foi responsável pelo monstro marinho de borracha e poliuretano. Para o design final da criatura, de 50 a 60 esboços foram enviados pela equipe de Winston para o diretor George P. Cosmatos. Daí todos os desenhos foram combinados para o visual definitivo do leviatã, uma enorme besta com cabeça de peixe com dentes em forma de punhais, membros alongados e a capacidade de absorver características reconhecíveis de suas vítimas (de novo, O Enigma de Outro Mundo vem à tona… tá eu paro com essas piadinhas). No final das contas, ficou ó… uma bosta! Naipe inimigo dos Power Rangers. Agora, de resto, o filme é uma bomba.  No parágrafo anterior eu citei que a direção é de Geroge P. Cosmatos. Esse nome não lhe é estranho, certo? O cara foi diretor de Rambo II – A Missão e Stallone Cobra! Duas das maiores canastrices de ação dos memoráveis anos 80. Então claro, que não devemos esperar nada de brilhante do cineasta. E o elenco então, que é formado por uma verdadeira gangue de coadjuvantes sem futuro, e cada um consegue uma atuação pior do que a outra. A exclusiva lista dos fracassados inclui: o protagonista, geólogo chefe da missão, Steven Beck, vivido pelo inexpressivo Peter Weller, ou melhor, pelo RoboCop, que consegue uma interpretação muito melhor como um policial robótico com os movimentos duros e rosto coberto por um capacete; o médico-futuro-traíra-clichê, Dr. Glen Thompson, papel de Richard Crenna, o eterno Coronel Trautman da trilogia Rambo; Amanda Pays, que você deve se lembrar da série do Flash dos anos 90 como a Dr. Tina McGee e do episódio do maluco pirocinético da primeira temporada de Arquivo X, que interpreta Beth Williams; e ainda no elenco, os personagens Sixpack de Daniel Stern (o ladrão trapalhão parceiro de Joe Pesci em Esqueceram de Mim), Justin Jones de Ernie Hudson (o nunca lembrado Caça-Fantasma, Winston Zeddemore) e o G.P. Cobb de Hector Elizondo, (o Maestro de Férias do Barulho com Johnny Depp e da série Chicago Hope futuramente). Que timaço de atores! SQN! Juntando todos esses elementos, não tinha mesmo como Leviathan funcionar, certo? Mas ainda assim, ele bravamente tenta se levar a sério a todo o momento. Isso sem contar o final vergonha alheia total, que de novo, funciona como outra cópia mal feita, dessa vez de Tubarão. Pelo menos, tem uma história de pano de fundo interessante que serve como suporte, além de, vá lá, seus bons e nojentos momentos, o que funciona para quem curte esse tipo de podreira, ou então para os mais saudosistas.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/12/09/579-leviathan-1989/

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