Direção: George P. Cosmatos
Roteiro: David
Webb Peoples, Jeb Stuart
Produção: Aurelio De Laurentiis, Luigi
de Laurentiis; Charles Gordon, Lawrence Gordon (Produtores Executivos)
Elenco: Peter
Weller, Richard Crenna, Amanda Pays, Daniel Stern, Ernie Hudson, Michael
Carmine, Lisa Eilbacher, Hector Elizondo
Leu meu post sobre Abismo do Terror? Lá falei que o ano de 1989 foi o ano dos
filmes submarinos de terror/ficção científica. Além do já citado, do
longa O Segredo do Abismo de John Cameron (o mais conhecido de
todos), temos também Leviathan, outra trasheira
submersa com pretensão de superprodução. Vale falar logo no começo do post
que Leviathan é melhor que Abismo do Terror. Tudo bem que isso
seja nivelar por baixo. Mas é o típico filme B que dói até a medula, mas
consegue divertir, exatamente por todos os seus pontos negativos. Começa que
essa produção da MGM parece na verdade um remendão de vários filmes de horror
com sci-fi, mas com certeza, o que grita mais alto é a cópia descarada
de O Enigma de Outro Mundo, de John Carpenter,
com pitadas de Alien – O Oitavo Passageiro, de Ridley Scott. Mais
uma vez evocando o post anterior do filme “coirmão”, continuo achando
sensacional a ideia de filmes com humanos em perigo em uma estação no fundo do
oceano, tão bacana quanto no espaço, pela mesma sensação de claustrofobia e de
perigo iminente, ainda mais colocando alguma criatura mortal na jogada. Então
pela segunda vez no mesmo ano, um bom argumento foi jogado no lixo e
completamente mal aproveitado. Na trama, os trabalhadores da Tri-Oceanic Corp
estão nos seus últimos dias de trabalho, realizando uma expedição de mineração
subaquática, depois de seis meses de extração de minério. Em uma dessas
expedições, eles encontram um navio soviético naufragado chamado Leviathan
(nome dado à criatura marinha mitológica que aterrorizava o imaginário dos
navegantes europeus durante a Idade Média) e levam um cofre cheio de bugigangas
para o interior da estação. Entre essas quinquilharias, registros médicos,
algumas fitas contando que toda a tripulação começou a adoecer rapidamente,
vítima de um poderoso vírus, e também um cantil de alumínio com vodka (era um
navio russo!), que dois dos membros da Tri-Oceanic resolvem tomar e logo são
infectados por um contágio de origem desconhecida. Uma mutação genética em
ambos começa a acontecer e eles desenvolvem uma aparência disforme,
transformando-se em uma criatura amorfa, exatamente da mesma forma que O
Enigma de Outro Mundo, como falei lá em cima, até chegar em uma aparência
“inspirada” em Alien – O Oitavo Passageiro, como também disse lá em
cima, que também emula do filme da barata espacial seus corredores
claustrofóbicos cheio de tubos e máquinas, e um suspense dos mais canhestros. Vamos
falar de coisa boa, da única coisa que salva o filme do seu naufrágio (hein,
hein?) total. Que são os efeitos especiais, feitos dentro da possibilidade de
um baixo orçamento. Há muita nojeira e uma boa quantidade
de gore para animar os fãs, e algumas das fases da metamorfose da
aberração também são bastante interessantes, ainda mais que a equipe da Stan
Winston Studios foi responsável pelo monstro marinho de borracha e poliuretano.
Para o design final da criatura, de 50 a 60 esboços foram enviados pela equipe
de Winston para o diretor George P. Cosmatos. Daí todos os desenhos foram
combinados para o visual definitivo do leviatã, uma enorme besta com cabeça de
peixe com dentes em forma de punhais, membros alongados e a capacidade de
absorver características reconhecíveis de suas vítimas (de novo, O Enigma
de Outro Mundo vem à tona… tá eu paro com essas piadinhas). No final das
contas, ficou ó… uma bosta! Naipe inimigo dos Power Rangers. Agora, de
resto, o filme é uma bomba. No parágrafo anterior eu citei que a direção
é de Geroge P. Cosmatos. Esse nome não lhe é estranho, certo? O cara foi
diretor de Rambo II – A Missão e Stallone Cobra! Duas das
maiores canastrices de ação dos memoráveis anos 80. Então claro, que não
devemos esperar nada de brilhante do cineasta. E o elenco então, que é formado
por uma verdadeira gangue de coadjuvantes sem futuro, e cada um consegue uma
atuação pior do que a outra. A exclusiva lista dos fracassados inclui: o
protagonista, geólogo chefe da missão, Steven Beck, vivido pelo inexpressivo
Peter Weller, ou melhor, pelo RoboCop, que consegue uma interpretação
muito melhor como um policial robótico com os movimentos duros e rosto coberto
por um capacete; o médico-futuro-traíra-clichê, Dr. Glen Thompson, papel de
Richard Crenna, o eterno Coronel Trautman da trilogia Rambo; Amanda Pays,
que você deve se lembrar da série do Flash dos anos 90 como a Dr.
Tina McGee e do episódio do maluco pirocinético da primeira temporada
de Arquivo X, que interpreta Beth Williams; e ainda no elenco, os
personagens Sixpack de Daniel Stern (o ladrão trapalhão parceiro de Joe Pesci
em Esqueceram de Mim), Justin Jones de Ernie Hudson (o nunca lembrado
Caça-Fantasma, Winston Zeddemore) e o G.P. Cobb de Hector Elizondo, (o Maestro
de Férias do Barulho com Johnny Depp e da série Chicago
Hope futuramente). Que timaço de atores! SQN! Juntando todos esses
elementos, não tinha mesmo como Leviathan funcionar, certo? Mas ainda
assim, ele bravamente tenta se levar a sério a todo o momento. Isso sem contar
o final vergonha alheia total, que de novo, funciona como outra cópia mal
feita, dessa vez de Tubarão. Pelo menos, tem uma
história de pano de fundo interessante que serve como suporte, além de, vá lá,
seus bons e nojentos momentos, o que funciona para quem curte esse tipo de
podreira, ou então para os mais saudosistas.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/12/09/579-leviathan-1989/
Nenhum comentário:
Postar um comentário