Direção: Frank Marshall
Roteiro: Don
Jakoby, Wesley Strick
Produção: Kathleen
Kennedy, Richard Vane; Don Jakoby (Coprodutor); William S. Beasley (Produtor
Associado); Robert W. Cort, Ted Field (Coprodutores Executivos); Steven
Spielberg, Frank Marshall (Produtores Executivos)
Elenco: Jeff
Daniels, Harley Jane Kozak, John Goodman, Julian Sands, Stuart Parkin, Brian
McNamara
Aracnofobia é altamente
adorável em sua inocência pueril, culpa aí do Sr. Steven Spielberg, e um pânico
absurdo para quem sofre de hã, aracnofobia. Fato é que a película é um filme B
pomposo que não caiu na armadilha de ser um filme B, estilo O Império das Aranhas (e todos os
outros com aracnídeos gigantes), exatamente por ter Spielberg na produção,
vindo com todo o aparato de sua Amblin Entertainment, a direção de Frank
Marshall (que é o produtor de Indiana Jones, Poltergeist – O Fenômeno, No Limite da Realidade, Gremlins, De Volta Para
o Futuro, Os Goonies e tudo mais que tinha dedo do Sr. Steven) e a
distribuição da Hollywood Pictures, braço da Disney para os filmes “mais
adultos” da época. Mas vamos lá, são aranhas mortíferas atacando humanos! O
estilo eco-horror, quando a natureza se revolta contra a humanidade, se
não for muito bem feito, tem o sério risco de virar tema de um Horrrocast. E
olha que o roteiro é de Don Jakoby, sujeito que tem em seu currículo as bombas
do Tobe Hooper, Força Sinistra e Os Invasores de Marte. Mas tudo deu certo
por conta do $$$ (sempre ele, e estou falando de 31 milhões de doletas, para
ser mais exato) e pela total pegada PG-13 com aquele jeitão Spielberg de ser.
Por isso arrebatou o coração de crianças e seus pais em uma época em que Steven
realmente DOMINAVA o cinema. E faturou mais de 53 milhões de bilheteria só na
terra do Tio Sam. Na trama, o entomólogo Dr. James Atherton (o eterno Warlock – O Demônio, Julian Sands)
descobre uma nova e mortal espécie de aranha extremamente venenosa em uma
floresta na América do Sul. O fotógrafo Jerry Manley (Mark L. Taylor) é chamado
para fazer uns cliques, mas acaba picado pelo artrópode e morre em questão de
minutos. Seu corpo é mandado de volta para sua cidade natal fictícia, Canaima
(que na verdade é o nome do parque florestal na Venezuela onde foram gravadas
essas cenas iniciais) e o bichinho peludo e cheio de patas vem junto de carona
no caixão. Ao mesmo tempo (olhe que coincidência!) muda-se para a casa, cujo
celeiro servirá de ninho para as aranhas se reproduzirem, o Dr. Ross Jennings
(Jeff Daniels), substituto do velho médico local que está preste a se aposentar
(e dá para trás) e que adivinhem? Sofre de aracnofobia! Uma infestação de
aranhas pra lá de venenosas toma conta de Canaima e as vítimas vão aparecendo
uma a uma, até que uma investigação liderada por Jennings, Atherton e seu
assistente, Chris Collins (Brian McNamara) descobre os planos de conquista
territorial dessa nova e mortal espécie, e precisam impedi-las, contando com a
ajuda do caricato dedetizador Delbert McClintock, papel que caiu como luva para
o bonachão John Goodman. Há precisamente todo o dilema do herói, que
começa sendo rechaçado pelos moradores, como o sujeito esnobe que veio da
cidade grande (e estudou em Yale) querendo desestabilizar seu status quo, e que em sua odisseia passa
a ser o combatente contra o exército aracnídeo, tendo de vencer seu medo mais
primal, que vem de sua infância, quando era uma criancinha e sentiu uma aranha
caranguejeira andando em seu corpo imobilizado, para conseguir salvar a cidade
e o dia. Tudo isso misturado com efeitos animatrônicos (como da “Aranha General”,
criada por James Hyneman, o Mythbuster, em um de seus primeiros trabalhos),
animais de verdade (uma espécie vinda da Nova Zelândia completamente
inofensiva), algumas boas cenas de suspense e alguns momentos família ao melhor
estilo Spielberg (incluindo a trilha sonora característica, que até emula John
Williams ou Jerry Goldsmith). Mas como disse lá em cima, Aracnofobia fez
sucesso, foi aceito pelo grande público, virou hit na locadora. Medo mesmo
desse filme, só se você sofrer da doença do título, porque o resto é diversão
água com açúcar típica dessa patota toda aí. O que não tira o mérito de Aracnofobia,
que alcança seu propósito e terá sempre um lugar no coração saudosista das
crianças dos anos 90.
FONTE: https://101horrormovies.com/2015/01/13/590-aracnofobia-1990/
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