Direção: Dominique
Othenin-Girard
Roteiro: Michael
Jacobs, Dominique Othenin-Girard, Shem Bitterman
Produção: Ramsey
Thomas; Moustapha Akad (Produtor Executivo)
Elenco: Donald
Pleasence, Danielle Harris, Ellie Cornell, Beau Starr, Jeffrey Landman, Tamara
Glynn, Don Shanks
Tudo bem, nada se compara as recentes
atrocidades que Rob Zombie cometeu, mas esse Halloween 5 – A Vingança de
Michael Myers é
de uma mediocridade sem tamanho. É o tipo de filme que você assiste, dá cinco
minutos que ele termina e aí você nem consegue mais lembrar direito do que
acabou de acontecer, tamanha sua insignificância. E pensar que eles tinham a
faca, a máscara inexpressiva e o queijo na mão para balançar o status quo da série slasher neste quinto filme da
franquia, por conta do ótimo final de Halloween 4: O Retorno de
Michael Myers.
Foi mais ou menos a expectativa criada ao término do igualmente sofrível Sexta-Feira 13 – Parte 5 – Um Novo
Começo,
quando aquele desfecho nos fazia crer que Tommy Jarvis herdaria a máscara de
hóquei de Jason Voorhees e se tornaria o maníaco dos próximos filmes. Aqui no
caso, a pequena Jamie Lloyd (Danielle Harris), sobrinha do titio Michael Myers,
tenta assassinar sua madrasta em um arroubo igual ao do pequeno serial
killer no começo da obra seminal de John Carpenter. Até o eterno Sam Loomis
(Donald Pleasence) fica transtornado e tenta matar a garotinha, sabendo que o
mal havia passada de geração (ainda mais com o suposto Myers fuzilado e
enterrado no poço). Originalmente, o roteiro escrito por Shem Bitterman trazia
essa ousadia à história, colocando Jamie como a assassina desta sequência. Mas,
eis que o famigerado produtor Moustapha Akad, até vacinado pela avalanche de
críticas que a franquia rival recebeu e tratou de trazer Jason de volta em Sexta-Feira 13 – Parte 6 – Jason Vive, vetou o roteiro e
arrumou um jeito de Michael Myers continuar sendo o vilão da vez em mais uma
continuação, o que resultou em um filme pífio e execrável. Jamie está recebendo
tratamento em uma instituição psiquiátrica após os acontecidos do final do
longa anterior, sempre supervisionada por Loomis, que nessa altura do
campeonato não faz mais nada na vida além de ficar praguejando, esperando a
volta indefectível de Myers e tentar de uma vez por outra dar cabo da criatura
maligna indestrutível. Enquanto isso, o psicopata consegue mais uma vez escapar
da saraivada de tiros e da queda do poço, cavando um buraco para fora, indo
parar numa cabana de um pescador que resolve cuidar do sujeito (e assim, nunca
sequer pensa em avisar a polícia e tudo mais). Depois de um ano, afinal, ele só
ataca no Dia das Bruxas, finalmente sai do seu esconderijo (vai saber o que ele
e o pescador ficaram fazendo por lá durante todo esse tempo) à caça de Jamie. Depois
disso é sempre mais do mesmo e Myers começa a fazer suas vítimas, usando facas,
garfo de feno, tesoura, foice, e até um carro (lembra que ele aprendeu a
dirigir misteriosamente no sanatório lá no primeiro filme né?) em busca da
sobrinha, que agora possui uma espécie de elo telepático com o tio, que será
usado por Loomis para encontrar sua nêmese e a batalha final se desenrolar em
sua antiga casa em Haddonfield. Rola até um vislumbre do rosto de Michael em
uma cena com a sobrinha. Talvez o único ponto positivo do longa, é que antes
dos primeiros 20 minutos, Rachel, a irmã adotiva de Jamie, heroína do filme
anterior, vivida novamente por Ellie Cornell, é assassinada, dando um
interessante ponto de ruptura do modelo convencional. Originalmente ela deveria
ter sua garganta cortada por uma tesoura, mas por protestos da atriz, foi “só”
apunhalada mesmo. Isso contra ainda a vontade do conservador Akad, que se
arrependeu e gostaria que ela continuasse viva. Mas aí nem teria pelo menos
isso para prestar. Também no roteiro escrito por Bitterman, antes da revisão de
Michael Jacobs e do também diretor Dominique Othenin-Girard, começaria a ser
construída aquela explicação toda mística sobre runas e druidas que estaria
presente na sexta parte. Repare, por exemplo, no surgimento repentino de uma
tatuagem no pulso de Michael, e inclusive o tal pescador que virou babá de
Myers naquele ano todo, usaria certos encantamentos para trazê-lo de volta a
vida. Por conta dessa mudança brusca de roteiro, as filmagens se iniciaram sem
um texto final, muitas cenas foram improvisadas, editadas, reescritas no andar
da carruagem e isso contribuiu demais para a falta de nexo, objetividade e
continuidade do longa.
ALERTA
DE SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
Vale salientar também que Halloween
5 serviu apenas como um subterfúgio para preparar terreno para a próxima
vergonhosa sequência, principalmente com seu tosquíssimo final em aberto. No
decorrer do filme vemos um sujeito batizado de “homem de preto”, vestido de
capote e chapéu, que aparece algumas vezes, até ser encaixado em uma cena chave
(e deprimente) em seu final, aparecendo na delegacia em que Myers está preso e simplesmente
fuzilando todo mundo lá dentro, em uma cena off screem. Jamie, a
sobrevivente mais uma vez, entra sozinha na delegacia, vê todos os policiais
mortos, Myers sumiu da cela e fade out. O filme termina com você querendo
jogar o sapato na televisão. E o pior é que a sexta parte seria lançada somente
seis longos anos depois. Burocrático, frouxo, remendado, desinteressante, sem
razão de assistir. Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers só não é
o pior filme da franquia (mas trabalhou arduamente para tal) porque tem outra
continuação ainda pior, as sequências de Halloween H20 que são
verdadeiras aberrações nos anos 2000 e claro, as indecências de Zombie.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/12/05/577-halloween-5-a-vinganca-de-michael-myers-1989/
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