Direção: Alan
Gibson
Roteiro: Don
Houghton
Produção: Josephine
Douglas, Michael Carreras (Produtor Executivo)
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Stephanie Beacham,
Christopher Neame, Michael Coles, Marsha A. Hunt
Primeiro eu gostaria
de dar meus parabéns para o sujeito que colocou o título do filme Dracula
A.D. 1972 aqui no Brasil no genial Drácula no
Mundo da Minissaia. Sério, gente… Não é um dos melhores títulos de
filmes de terror de todos os tempos? Drácula… No… Mundo… Da… Minissaia?
Milhares de coisas relacionados ao filme passam-se pela cabeça ao ouvir esse
nome. Primeiro, obviamente, que se trata de uma sátira pornô. Mas não é nada
disso. Drácula no Mundo da Minissaia é somente a reencarnação de
Christopher Lee como o maldito Conde na Londres do ano de 1972, trazendo o sanguessuga
para o século XX, em meio a adolescente hippies drogados, bandas de rock
progressivo, calças bocas de sino (e minissaias) e muito funk e soul na trilha
sonora. Sério, o filme é um dos mais divertidos e um dos meus preferidos da
franquia do estúdio inglês. Pois é muito engraçado ver o choque de realidades,
quando se está acostumado a ver Lee com sua capa, presas e olhos vermelhos, sob
a sombra de seu opressivo castelo nos Montes Cárpatos, sugando o sangue de
aldeões assustados em seus vilarejos, andando de carruagem e fugindo de
revoltosos com tochas e forcados. Sendo que a Europa Medieval era o ambiente
único e exclusivo do Príncipe das Trevas (sem contar o Drácula original da Universal, aquele
com Bela Lugosi, que se passa na Londres vitoriana, no Século XIX). E
basicamente tirando Blacula – O Vampiro Negro, lançado mais cedo no mesmo ano,
onde um vampiro aterroriza as ruas de Los Angeles nos anos 70, Drácula no
Mundo da Minissaia é um dos pouquíssimos filmes até então que tenta trazer
a mitologia vampiresca para o mundo contemporâneo, algo que se provaria um
baita sucesso cinematográfico, literário e televisivo futuramente (A Saga
Crepúsculo não conta, porque aquilo não é filme e nem livro, é lixo em forma de
papel e película, pronto falei!). Enfim, na trama, já no ano de 1872, o Conde
enfrenta, em pleno Hyde Park em Londres, Lawrence Van Helsing, interpretado
pelo sempre intrépido Peter Cushing, um descendente da nêmese do morto-vivo,
Abraham Van Helsing. O vampiro se dá mal e é derrotado pelo professor, com uma
roda de carruagem quebrada, que se transforma em uma estaca e perfura seu
coração. Mas um dos seguidores capachos de Drácula recolhe suas cinzas e
enterra em solo não sagrado. Depois de 100 anos, em 1972, um tal de Johnny
Alucard (anagrama ao nome de Drácula), interpretado por Christopher Neame, que
é um desses acólitos do Conde, junta uns amigos hippies que adoram se embebedar
em um pub em Chelsea, entrar de penetra nas festas, fumar baseado e usar ácido,
para praticar uma missa negra, um ritual macabro com o intuito de trazer seu
mestre de volta à vida. Neste grupo, está presente Jessica Van Helsing
(Stephanie Beacham), neta de Lorrimer Van Helsing (novamente Cushing) e
consequentemente, bisneta de Lawrence, o homem que havia destruído Drácula no
século anterior. Com o sangue de uma das participantes do ritual, que começa
como brincadeira e ganha contornos dramáticos e assustadores (em uma cena
apavorante, tremendamente bem executada), Johnny traz Drácula de volta à vida. Claro
que seu mestre, primeiro dá uma coça no discípulo insolente em busca de poder e
vida eterna, e depois, prepara sua vingança contra Van Helsing, desejando sugar
o sangue de sua neta e torná-la uma concubina do inferno. Só que as mortes
estranhas chamam a atenção do Inspetor Murray (Michael Coles) da Scotland Yard,
que acredita no envolvimento de uma seita satânica e vai se consultar com Van
Helsing, proeminente estudioso do oculto, que logo saca, devido a
excentricidade das mortes (sangue drenado, duas marca no pescoço, mutilações)
que eles podem estar lidando com um vampiro, e mais especificamente, com o
grande inimigo de sua família: Drácula. Um combate entre as forças das trevas e
do bem é iminente quando Johnny, devidamente transformado em vampiro, também
hipnotiza e morde o namorado de Jessica e ambos raptam a garota. Cabe a Van
Helsing, trilhar o mesmo caminho dos seus ancestrais e confrontar sozinho o
Conde Drácula (que já comandou nações, fala dita por Lee parafraseada do livro
original de Bram Stoker). Pena que o Drácula deva estar meio enferrujado por um
século de sono, porque ele está um pouco bunda mole e acaba facilmente
subjugado por um velhinho! Claro que por se tratar de uma trama passada nos
amalucados anos 70, Drácula no Mundo da Minissaia tem algumas das cenas
mais patéticas, ridículas e cafonas da franquia, como, por exemplo, a
apresentação da banda Stoneground cantando a música Alligator Man, onde
Johnny e sua cambada de badernistas estão dançando em uma festa que invadiram
da alta sociedade londrina, e mesmo toda a trilha sonora cheia de grooves,
comporta por Michael Vickers, que destoa completamente do clima Drácula + filme
de terror. Mas vale cada minuto de metragem do longa! Uma curiosidade para quem
gosta de futebol assim como eu, em uma das cenas, Cushing passa pela frente de
um muro que está pichado Chelsea, com um risco por cima, e escrito West Ham
embaixo, dois times rivais futebolísticos da capital inglesa.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/20/267-dracula-no-mundo-da-minissaia-1972/
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