Direção: Robert
Young
Roteiro: Judson
Kinberg, George Baxt e Wilbur Stark (história – não creditados)
Produção:Wilbur
Stark, Michael Carreras (Produtor Executivo – não creditado)
Elenco: Adrienne Corri, Thorley Walters, Anthony Higgins,
John-Moulder Brown, Laurence Payne, Robert Tayman
O Circo dos Vampiros é mais uma das
bobagens da Hammer em sua pior fase. Apesar de ser um dos filmes mais exóticos
do outrora prolífico estúdio inglês, e não economizar no sangue, mortes
violentas e erotismo, não há muito mais que justifique a fita. A ideia de um
circo de bizarrices é sempre algo que rende em filmes de terror, ainda mais se
misturado a elementos sinistros. Acho que é algo que não orna muito com vampirismo,
mas até que o roteiro tenta passar uma premissa bacana, se não fosse tão
afetado pela já falta de dinheiro da Casa do Horror. E até que O Circo dos
Vampiros apresenta alguns elementos interessantes como a selvageria
feérica de transmorfos que se tornam panteras e macacos; a dilaceração de
aldeões e cenas de cabeças sendo arrancadas nos momentos gore; a dança
exótica de uma mulher tigre, toda nua e apenas com o corpo pintado; os
acrobatas voadores que parecem se materializar em cena, vindos de um delírio
lisérgico; e a morte e vampirização de crianças, um tema sempre chocante e
controverso. Mas peca muito por sua execução no decorrer da obra. No Século
XIX, o Conde Mitterhaus (Robert Tayman) é um daqueles famosos e clichês
vampiros aristocráticos que toca o terror em um vilarejo dominado por
camponeses supersticiosos. Um levante contra o morto-vivo acontece quando o
Conde, auxiliado por Ann Mueller (Domini Blythe), esposa do Prof. Albert
Mueller (Laurence Payne), agora transformada em concubina das trevas, sequestra
uma criança para servir de almoço para o vampiro. E lá vão os aldeões com suas
tochas e forcados, encurralando o vampiro e matando-o em seu castelo, não antes
dele proferir uma maldição de que todas as crianças do vilarejo irão sucumbir para
que ele volte à vida e ordenar que Ann encontre seu primo, Emil, para que ele
possa vingá-lo. Quinze anos mais tarde, a aldeia é assolada pela Peste Negra,
enquanto os moradores colocam a culpa nas forças das trevas e na maldição do
Conde. O médico, sempre racional, Dr. Kersch (Richard Owens) resolve atravessar
um bloqueio imposto pelo vilarejo vizinho, para também não serem expostos à
praga, em busca de remédios e ajuda. Com o auxílio de seu filho, Anton (John
Moulder-Brown) ele consegue escapar. Enquanto isso, uma trupe circense chega
até o vilarejo, promovendo seus espetáculos de encher os olhos e encantar os
sofridos moradores. Até que aos poucos, os sinistros membros do Circo da Noite,
revelam-se estar às ordens de Emil (o tal homem pantera) e de uma misteriosa
cigana, que na verdade, é Ann disfarçada. Aos poucos, os responsáveis por
destruir o Conde Mitterhaus vão sendo assassinados um a um, assim como as
crianças do vilarejo, cumprindo a profecia do vampiro-mor, esperando apenas o
momento em que o sangue deles faça o chupador de jugulares voltar à vida. Cabe
mais uma vez ao Prof. Mueller, Dr. Kersh (que voltou são e salvo ao vilarejo
com suprimentos médicos) e seu filho Anton, tentarem impedir a ressurreição do
Conde e acabar com as atrocidades que o circo vinha cometendo, e mais que isso,
impedir que a bela e inocente Dora Mueller (Lynne Frederick), filha do Prof.,
seja morta e seu sangue usado para que o ritual macabro tenha efeito. O longa
traz uma coleção de personagens excêntricos, como todo bom filme que retrate um
ambiente circense que se preze. Entre os destaques, fica o fortão interpretado
por David Prowse, que mais tarde viria a vestir a ameaçadora roupa de Darth
Vader na trilogia original de Star Wars. Nenhuma atuação é digna de nota.
E falta carisma à produção, que passa longe dos outros filmes clássicos de
vampiro do estúdio. Nenhum dos mortos-vivos com seus cabelos desgrenhados e
jeitão cafona conseguem criar empatia com o público e muito menos convencer
como terríveis sanguessugas. O Circo dos Vampiros é um filme série B da
Hammer, com seu orçamento curto e técnica a desejar. Funciona somente pelas
cenas de violência, ao estilo da época, e abuso de nudez e sensualidade para os
padrões do estúdio inglês. Chegou a ser lançado no Brasil pelo selo Dark Side,
da Works Editora, e quando exibido nos cinemas no ano de 1973, ganhou o título
de O Vampiro e A Cigana. Vale dar uma conferida despretensiosa.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/18/265-o-circo-dos-vampiros-1972/
Nenhum comentário:
Postar um comentário