Direção: Brad F. Grinter, Steve Hawkes
Roteiro: Brad F.
Grinter, Steve Hawkes
Produção: Brad
F. Grinter, Steve Hawkes
Elenco: Steve Hawkes, Dana Cullivan, Heather Hughes, Bob Currier,
Anne Shearin, Brad F. Grinter
Sabe aquela fatídica
lista dos piores filmes já feitos em todos os tempos? Com certeza, Blood Freak merece
um lugar de alto destaque nesse hallda infâmia. Sei que já assisti e
escrevi sobre muita bomba nesse meu curto espaço de tempo em que mantenho o
blog, mas este filme aqui, retrato falado da cultura grindhouse dos
anos 70, é uma porcaria imensurável. Mas daquele nível de Manos: The Hands of Fate. Que você assiste
incrédulo a tamanha podreira, sentindo-se o cabra mais corajoso da face da
Terra ao encarar uma trasheira dessas, mesmo que tenha apenas 88 minutos de
duração. E não é daqueles filmes que de tão ruim acaba sendo bom, não. É tão
ruim que acaba sendo pior! Mas claro que isso não deixa de tornar a fita
divertidíssima por conta das suas bizarrices, atuações precárias, técnica quase
nula e amadorismo em todos os elementos que compõe uma produção
cinematográfica. É o tipo de coisa que você pensa que nunca verá num tela, e é
pego de surpresa por essa atrocidade. A trama em si já é de uma insanidade sem
tamanho. Projeto completamente pessoal de Steve Hawkes e Brad F. Grinter, que
dirigem, escrevem, produzem e atuam nessa pérola trash, e tiveram que
tirar grana do próprio bolso para terminar o filme, depois que os responsáveis
pelo financiamento resolveram pular fora, prevendo a bomba que viria. Até o
próprio Steve Hawkes diz que Blood Freak foi “um triste capítulo de
minha vida”. Não devendo se levar a sério desde o começo, a película acompanha
Herschell (vivido por Hawkes), um motoqueiro aparentemente careta, (nome dado
em homenagem ao pai do gore Herschell Gordon Lewis),que conhece a bela e
casta Angel na estrada, que o convida para conhecer sua casa. Lá, está rolando
uma baita de uma festa hippie regada a maconha, LSD, ópio, cocaína, e todo tipo
de droga que uma festinha deste tipo nos anos 70 era capaz de proporcionar.
Herschell evita a tentação e prefere o papo carola de Angel, do que sua
espevitada irmã Ann, que de qualquer forma quer levar o sujeito para a cama e
para o caminho das drogas. Para isso, ela secretamente convence Herschell, que
fora empregado pelo pai de ambas para trabalhar em sua fazenda de perus, a dar
um peguinha no cigarro de maconha dela, sem saber que o beque está batizando
com uma grande quantidade de LSD. Só que também não era conhecimento de Ann que
o motoqueiro é um ex-viciado em morfina. E nesse ínterim, já trabalhando na
fazendo do pai delas, ele conhece dois cientistas (???!!!) que o convence a se
tornar cobaia de um experimento, onde Herschell deveria comer carne de peru
quimicamente alterada. O que eles não imaginavam era a reação poderosa que
aquela carne, misturado com os efeitos latentes da droga em seu corpo, o
transformaria em uma criatura mutante com cabeça de peru (!!!!!) sedenta pelo
sangue de viciados. E o filme é isso. Veremos Hawkes no papel de Herschell,
vestindo uma máscara que parece o Garibaldo de Vila Sésamo doido de crack,
feita de papel machê, vagando pela noite em busca de suas vítimas,
pendurando-as de cabeça para baixo, bebericando do sangue dos hippies doidões
com seu bico de espuma. Mas não espere por cenas violentas não, pois a edição é
um dos pontos mais fracos do filme (se é que temos algum ponto forte…), com
cortes abruptos que atrapalham a fluidez da cena da forma mais amadora
possível, do tipo: o peru mutante chega com uma faca/corte de cena/ a faca já
está cortando a pessoa e o sangue falso jorrando. E sem contar sempre o mesmo
grito em looping das garotas desesperadas, que parece mais uma freada
de carro! Já um momento a se destacar (entenda isso como quiser), é quando o
monstrengo corta fora a perna de um traficante em uma mesa de serra (que foi
interpretado por um amputado de verdade, para dar mais, digamos, veracidade à
cena!!!). É impagável.
AVISO DE SPOILER: Pule para o próximo parágrafo ou
leia por sua conta e risco.
No final, na saída
mais safada e miserável que o cinema poderia apresentar, Herschell não se
transformou em um peru mutante sedento por sangue coisa nenhuma, e era na
verdade somente efeito de uma alucinação pesada do ácido, misturado com o
efeito reverso da carne quimicamente alterada da carne nobre que ele comeu. Ou
seja, era apenas um cold turkey, e não ele se transformando em um
“turkey”! Tá, essa foi uma das piores piadas que já fiz na vida! Herschell vai
para o detox, auxiliado por Angel e seu pai, puto da vida de ter sido feito de
idiota por Ann, mas depois a desculpa e fica com a garota em um final feliz dos
mais meia boca possíveis. O que fica mesmo é a mensagem antidrogas do filme,
que vá lá, não funciona muito bem também. Como se não bastasse, os atores, se é
que pode chamá-los assim, faziam parte da turma de atuação de Brad F. Grinter
(deveriam ser reprovados sumariamente), que também “atua” no filme como o
narrador, aparecendo em momentos chaves do enredo, passando uma mensagem cristã
e contra as drogas, enquanto dá uma tragada e outra em seu cigarrinho e
tossindo cronicamente. Pastiche com toda certeza. Blood Freak é tão ruim
quanto tudo isso que você acabara de ler. A direção é completamente amadora,
com uma edição péssima, sem qualquer técnica de captação de áudio decente (o
filme é mono, e muitas das vezes quase não dá para ouvir os diálogos) e nem
tente enxergar alguma coisa direito nas cenas gravadas à noite, quando o peru
mutante está caçando. Mas ainda assim, merece ser visto, e é recomendado para
todos aqueles que gostam de uma podreira camp, e duvidam o quão tosco um
filme pode ser. Nestes quesitos, cumpre seu papel com louvor.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/14/263-blood-freak-1972/
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