Direção: Roy Ward Baker
Roteiro: Robert Bloch
Produção: Max
Rosenber, Milton Subotsky, Gustave M. Berne (Produtor Executivo)
Elenco: Peter Cushing, Britt Ekland, Herbert Lom, Patrick Magee,
Robert Powell, Barbara Parkins
Em meados dos anos
60, a Amicus, primo pobre da Hammer, começou sua, digamos, saga, de produzir
uma série de filmes portmanteau, e com isso, conseguiu criar as mais
famosas e singulares antologias de contos de terror do gênero. Após os sucessos
de As Profecias do Dr. Terror, As Torturas do Dr. Diábolo e A Casa que Pingava Sangue, é a vez do estúdio
nos presentear com Asilo Sinistro. Também conhecido no
Brasil como Asilo do Terror, este filme de quatro contos é mais uma
daquelas produções características do cinema de horror dos anos 60 e 70,
delicioso de se assistir, descompromissado, com histórias simples, beirando o
inverossímil e o estapafúrdio, sempre contado com o créme de la
créme do cinema britânico em seu elenco, e roteiros de geniosos
escritores, como é o caso de Robert Bloch neste caso. Dirigido por Roy Ward
Baker, outro cineasta da rival inglesa, que já havia dirigido Sepultura para a Eternidade, O Conde Drácula e Carmilla – A
Vampira de Karnestein para a Hammer, o fio condutor que liga os
quatro macabros contos que se sucedem é um asilo para loucos, onde um jovem
psiquiatra com uma promissora carreira, Dr. Martin (Robert Powell) se vê em uma
digamos, peculiar entrevista de emprego, onde deve conhecer quatro pacientes
trancafiados em seus quartos, a mando do Dr. Lionel Rutherford (Patrick Magee),
cabeça por trás da instituição psiquiátrica, e através de seu diagnóstico e
dedução, descobrir qual deles é o Dr. Starr, ex-sócio de Rutherford, que
enlouqueceu misteriosamente e acabou internado junto com os demais pacientes.
Caso Martin acerte a resposta, o emprego é seu. Então o Dr. Martin, acompanhado
de um enfermeiro, começa a ouvir os bizarros causos dos internos do asilo, que
irão se transformar em contos distintos. O primeiro deles, Frozen Fear,
traz a história de Bonnie (Barbara Parkins), amante de Walter (Richard Todd),
sujeitinho que vive infernizado pela esposa rica, Ruth (Sylvia Syms), e resolve
matar a rabugenta para ficar com a sua grana e fugir com a moçoila. Ao melhor
estilo “crime da mala”, Walter retalha e mulher em pedaços para colocar em um
freezer e picar a mula. Mas eis que os pedaços decepados da mulher, como braço,
cabeça e afins, resolvem de forma se vingar do marido e da amante. O segundo
conto/ caso psiquiátrico, The Weird Taylor, meu preferido, é contado por
Bruno (Barry Morse), outrora proeminente alfaiate, que está com o negócio à
míngua e preste a perder o ponto comercial pela falta de pagamento do aluguel.
Até que surge um estranho homem, um tal Sr. Smith, vivido pelo incansável Peter
Cushing, que aparece como a solução para todos os seus problemas: ele deverá
fazer um terno sob medida para o filho de Smith, usando um sinistro tecido
brilhante, e seguir à risca todas as instruções anotadas pelo estranho homem,
como trabalhar apenas após a meia-noite até o raiar do dia, pelo custo de 200
libras, o que daria fôlego financeiro para salvar o negócio. Mas claro que a
coisa não vai ser tão simples, e o intuito do Sr. Smith é usar o terno, que
adquirira uma poder sobrenatural ao ser costurado de acordo com os
encantamentos de um antigo livro arcano, para trazer o filho morto de Smith de
volta à vida. O mais fraco dos segmentos é o terceiro, chamado Lucy Comes
to Stay, um clássico caso de esquizofrenia, dupla personalidade ou presença
sobrenatural? Barbara vive falando sobre a presença de uma garota chamada Lucy
(vivida pela loirinha Britt Eckland, famosa por seu papel e sua suposta nudez
em O Homem de Palha), que parece
influenciá-la em diversas decisões, só que ninguém mais a vê. Mantida em
cárcere privado pelo irmão George (James Villiers) e sob os cuidados da
enfermeira Anna, Lucy reaparece e começa a travar um embate psicológico com
Barbara, o que irá resultar em uma pequena contagem de corpos que está por vir.
A cena do espelho, ao final do conto, quando voltamos para seu quarto no asilo,
é o ponto alto. Por fim, o último paciente, Dr. Byron (Herbert Lom) adora
construir bonecos robozinhos com feições humanas em Mannikins of Horror. História
completamente surtada e beirando o ridículo, o cientista acredita poder
transferir sua consciência para esses pequenos autômatos através do uso de
partes humanas em seu interior, e com isso, resolve comandar um de seus
robozinhos (em uma cena com efeitos especiais toscos de dar risada) para se
vingar do terrível Dr. Rutherford e escapar da clínica. Mas apesar dos quatro
contos até serem bem construídos (mesmo soando datados e tendo um desvio cômico
proposital ou não), o que mais chama a atenção é a reviravolta no final
de Asilo do Terror, quando o Dr. Martin finalmente descobre quem é o tal
Dr. Starr, e nos pega no pulo, pois eu pelo menos, não fazia a menor ideia. O
final bombástico vale por todo o filme e todas as historias que ouvimos até
então. Para assistir e se divertir, sem muita exigência.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/11/260-asilo-sinistro-1972/
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