quinta-feira, 1 de outubro de 2015

#260 1972 ASILO SINISTRO (Asylum, Reino Unido)


Direção: Roy Ward Baker
Roteiro: Robert Bloch
Produção: Max Rosenber, Milton Subotsky, Gustave M. Berne (Produtor Executivo)
Elenco: Peter Cushing, Britt Ekland, Herbert Lom, Patrick Magee, Robert Powell, Barbara Parkins

Em meados dos anos 60, a Amicus, primo pobre da Hammer, começou sua, digamos, saga, de produzir uma série de filmes portmanteau, e com isso, conseguiu criar as mais famosas e singulares antologias de contos de terror do gênero. Após os sucessos de As Profecias do Dr. TerrorAs Torturas do Dr. Diábolo e A Casa que Pingava Sangue, é a vez do estúdio nos presentear com Asilo Sinistro. Também conhecido no Brasil como Asilo do Terror, este filme de quatro contos é mais uma daquelas produções características do cinema de horror dos anos 60 e 70, delicioso de se assistir, descompromissado, com histórias simples, beirando o inverossímil e o estapafúrdio, sempre contado com o créme de la créme do cinema britânico em seu elenco, e roteiros de geniosos escritores, como é o caso de Robert Bloch neste caso. Dirigido por Roy Ward Baker, outro cineasta da rival inglesa, que já havia dirigido Sepultura para a EternidadeO Conde Drácula e Carmilla – A Vampira de Karnestein para a Hammer, o fio condutor que liga os quatro macabros contos que se sucedem é um asilo para loucos, onde um jovem psiquiatra com uma promissora carreira, Dr. Martin (Robert Powell) se vê em uma digamos, peculiar entrevista de emprego, onde deve conhecer quatro pacientes trancafiados em seus quartos, a mando do Dr. Lionel Rutherford (Patrick Magee), cabeça por trás da instituição psiquiátrica, e através de seu diagnóstico e dedução, descobrir qual deles é o Dr. Starr, ex-sócio de Rutherford, que enlouqueceu misteriosamente e acabou internado junto com os demais pacientes. Caso Martin acerte a resposta, o emprego é seu. Então o Dr. Martin, acompanhado de um enfermeiro, começa a ouvir os bizarros causos dos internos do asilo, que irão se transformar em contos distintos. O primeiro deles, Frozen Fear, traz a história de Bonnie (Barbara Parkins), amante de Walter (Richard Todd), sujeitinho que vive infernizado pela esposa rica, Ruth (Sylvia Syms), e resolve matar a rabugenta para ficar com a sua grana e fugir com a moçoila. Ao melhor estilo “crime da mala”, Walter retalha e mulher em pedaços para colocar em um freezer e picar a mula. Mas eis que os pedaços decepados da mulher, como braço, cabeça e afins, resolvem de forma se vingar do marido e da amante. O segundo conto/ caso psiquiátrico, The Weird Taylor, meu preferido, é contado por Bruno (Barry Morse), outrora proeminente alfaiate, que está com o negócio à míngua e preste a perder o ponto comercial pela falta de pagamento do aluguel. Até que surge um estranho homem, um tal Sr. Smith, vivido pelo incansável Peter Cushing, que aparece como a solução para todos os seus problemas: ele deverá fazer um terno sob medida para o filho de Smith, usando um sinistro tecido brilhante, e seguir à risca todas as instruções anotadas pelo estranho homem, como trabalhar apenas após a meia-noite até o raiar do dia, pelo custo de 200 libras, o que daria fôlego financeiro para salvar o negócio. Mas claro que a coisa não vai ser tão simples, e o intuito do Sr. Smith é usar o terno, que adquirira uma poder sobrenatural ao ser costurado de acordo com os encantamentos de um antigo livro arcano, para trazer o filho morto de Smith de volta à vida. O mais fraco dos segmentos é o terceiro, chamado Lucy Comes to Stay, um clássico caso de esquizofrenia, dupla personalidade ou presença sobrenatural? Barbara vive falando sobre a presença de uma garota chamada Lucy (vivida pela loirinha Britt Eckland, famosa por seu papel e sua suposta nudez em O Homem de Palha), que parece influenciá-la em diversas decisões, só que ninguém mais a vê. Mantida em cárcere privado pelo irmão George (James Villiers) e sob os cuidados da enfermeira Anna, Lucy reaparece e começa a travar um embate psicológico com Barbara, o que irá resultar em uma pequena contagem de corpos que está por vir. A cena do espelho, ao final do conto, quando voltamos para seu quarto no asilo, é o ponto alto. Por fim, o último paciente, Dr. Byron (Herbert Lom) adora construir bonecos robozinhos com feições humanas em Mannikins of Horror. História completamente surtada e beirando o ridículo, o cientista acredita poder transferir sua consciência para esses pequenos autômatos através do uso de partes humanas em seu interior, e com isso, resolve comandar um de seus robozinhos (em uma cena com efeitos especiais toscos de dar risada) para se vingar do terrível Dr. Rutherford e escapar da clínica. Mas apesar dos quatro contos até serem bem construídos (mesmo soando datados e tendo um desvio cômico proposital ou não), o que mais chama a atenção é a reviravolta no final de Asilo do Terror, quando o Dr. Martin finalmente descobre quem é o tal Dr. Starr, e nos pega no pulo, pois eu pelo menos, não fazia a menor ideia. O final bombástico vale por todo o filme e todas as historias que ouvimos até então. Para assistir e se divertir, sem muita exigência.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/11/260-asilo-sinistro-1972/

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