Direção: Stefan Ruzowitzky
Roteiro: Stefan
Ruzowitzky
Produção: Jakob
Claussen, Andrea Willson, Thomas Wobke; Norbert Preuss (Produtor Executivo)
Elenco: Franka
Potente, Brenno Furmann, Anna Loss, Sebastian Blomberg, Holger Speckhahn,
Traugott Buhre
Depois
da guinada do cinema de terror na metade final dos anos 90 (valeu, Pânico) e sucessos de público e
crítica lá no seu último ano de década (valeu O Sexto Sentido e A Bruxa de Blair), o
filme que abre os 00’s é o thriller alemão Anatomia, que pode parecer bem
uma exibição clássica do Supercine, mas é um suspense decente. Fugindo um pouco
do estereótipo do slasher 2.0
que invadiu o gênero naquele final de década, o filme dirigido por Stefan
Ruzowitzky até bebe um pouco da fonte, mas mostra-se muito mais adulto e traz
como protagonista Franka Potente, uma perfeita cria dos anos 90 que fez o
filme cult clubber Corra, Lola, Corra dois anos antes, muita gente fina,
bonita (e sarada) e sincera no campus da faculdade de medicina, trilha sonora
moderna (tem até Fatboy Slim!) e alguns momentos de genuína tensão, requisito
básico para um bom filme do tipo. Potente interpreta Paula Henning, uma
brilhante estudante de medicina que consegue uma vaga na prestigiada
Universidade de Heidelberg, onde seu avô construiu sua reputação, descobrindo
uma droga anestésica chamada Primodal, chegando até a se tornar reitor, O curso
de anatomia o qual Paula se inscreve é ministrado pelo Professor Grombek
(Traugott Buhre) e é o mais difícil e respeitado da Alemanha. A garota entra de
cabeça nos estudos, mesmo estando entre um grupo zueiros de estudantes, com
uma roomate com um
apetite sexual insaciável, a bela loira Gretchen (Anna Loss), e com um boy
magia por quem acaba se apaixonando, Caspar (Sebastian Blomberg). Tudo está
beleza, até que Paula se depara na aula de anatomia com o corpo de um conhecido
durante a viagem, e descobre tatuado em seu pé as iniciais AAA. Investigando a
origem do presunto ela acaba se envolvendo até o pescoço em uma trama
conspiratória de um grupo secreto chamado Sociedade Anti-Hipocrática, formada
por pesquisadores médicos que não estão nem um pouco preocupados com a ética, e
praticam estudos e vivissecções em seres humanos, que teve seu auge durante o
Nazismo, e atuava embaixo dos panos em Heidelberg. Isso enquanto seus amigos
vão desaparecendo misteriosamente e ela pode descobrir que pessoas muito
próximas a ela podem estar envolvidas nos escusos interesses dos
Anti-Hipocráticos. Uma das falhas de Anatomia é
reduzir a atuação de uma sociedade secreta organizada, com os membros do AAA
como influentes nomes da medicina alemã, para o arroubo de um louco com ciúmes
e seus comparsas. Um dos pontos positivos de Anatomia é
utilizar o pânico da vivissecção e do uso de uma droga anestésica que o mantém
consciente enquanto é cortado vivo em pedacinhos, e esses cadáveres serem
utilizados depois para a prática da medicina. Aliás, esses “espécimes” foram
inspirados no trabalho do Dr. Gunther von Hagens e sua popular exibição “Body
Works”, com corpos plastinados em posições que reproduzem a atividade humana, e
inclusive já passou aqui pelo Brasil. Os modelos foram criados pelo time de
Joachim Grüninger e Birger Laube, os caras da maquiagem e efeitos especiais na
Alemanha (inclusive trutas do Roland Emmerich, tendo trabalhado com o diretor catastrófico
em O Patriota e 10.000 A.C..) e ficaram tão acurados, que o próprio staff dos
consultores médicos do filme disseram que eles poderiam ser usados para
estudos! Anatomia aposta no simples,
sem querer inventar moda, traz boas sequências de suspense e tensão, uma boa
interpretação de Potente e uma história que faz menção nas entrelinhas ao
período da Alemanha nazista e seus terríveis experimentos orquestrados por
Mengele e sua turma. Fez um baita sucesso nos cinemas alemães e despertou
interesse da Columbia, que distribuiu o filme nos cinemas americanos (dublado
em inglês), e gerou até uma continuação, lançada três anos depois.
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/08/21/707-anatomia-2000/
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