sábado, 3 de outubro de 2015

#264 1972 A CÂMARA DOS HORRORES DO DR. PHIBES (Dr. Phibes Rises Again, EUA, Reino Unido)


Direção: Robert Fuest
Roteiro: Robert Fuest, Robert Blees
Produção: Louis M. Heyward, Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson (Produtores Executivos)
Elenco: Vincent Price, Robert Quarry, Valli Kemp, Peter Jeffrey, Fione Lewis, Hugh Griffith, Peter Cushing

O famigerado, excêntrico e espalhafatoso Dr. Phibes está de volta. Vincent Price reencarna em um dos seus mais famosos vilões em A Câmara de Horrores do Dr. Phibes, personagem que deseja, de qualquer forma, trazer de volta à vida sua amada, Victoria, tirada de seus braços de forma prematura por conta de erros médicos, morte devidamente vingada no original O Abominável Dr. Phibes. Mais uma vez dirigido por Robert Fuest, que aposta naquele ar tipicamente camp e kitsch presente no primeiro longa, A Câmara de Horrores do Dr. Phibes começa lembrando ao espectador através de um flashback, da vingança do Dr. Anton Phibes contra aqueles que julgava responsável pela morte da esposa, aproveitando-se das pragas bíblicas para tal, e logo somos apresentados ao mais novo e amalucado plano do outrora proeminente músico e doutor em teologia. Desta vez, Phibes, mas uma vez acompanhada da fidelíssima assistente Vulnavia (substituída pela atriz Valli Kemp, Miss Austrália de 1970, pois Virginia North, a Vulnavia original estava grávida durante as filmagens), recobra depois de três anos em animação suspensa, quando uma de suas traquitanas o traz de volta após um alinhamento estelar, e resolve ir até o Egito, local por onde tem um óbvio fascínio, como podemos perceber, em busca do Rio da Vida, oculto entre as montanhas, que emerge esporadicamente, e era responsável pela imortalidade dos faraós há muitos milênios. Porém, Phibes descobre que o papiro que continha o mapa e o segredo para encontrar esse Rio da Vida havia sido roubado, quando sua casa fora destruída. E ninguém menos que um dos arqui-inimigos de Phibes, Darrus Biederbeck (Robert Quarry), foi o larápio que levou o importante pergaminho, já que ele também procura pelo Rio da Vida, porém com um propósito muito mais obscuro. Phibes então precisa recuperar o papiro, algo que consegue assassinando o assistente de Biederback, em mais uma de suas mortes mirabolantes, e tem de correr conta o tempo, levando Victoria para o Egito, à procura da tumba do faraó, antes que a lua se alinhe com outros planetas e o leito do rio suba do subterrâneo. Em seu encalço, além de Biederback e sua esposa, estão os oficiais da Scotland Yard, o Inspetor Trout (Peter Jeffrey) e o Superintendente Waverly (John Cater), papeis também reprisados pelos dois atores, que foram responsáveis por tentar deter o doutor maníaco no primeiro filme. Já no Egito, todos eles terão de lidar com a genialidade de Phibes e suas armadilhas, uma mais esquisita que a outra, que faria Jigsaw repetir de ano no curso de criação de armadilhas mortais. Entre as mortes, o uso de animais como escorpiões e aves de rapinas não são descartadas. A maioria dos elementos do primeiro filme está novamente presente em A Câmara de Horrores do Dr. Phibes. O humor pastelão inocente está mais uma vez personificado nos dois policiais, Trout e Waverly, que como disse no texto do primeiro filme, parecem saído de um quadro do Monty Phyton. Assim como o balé estilizado de Vulnávia, Phibes falando através de um gramofone ou de uma tuba ligados diretamente em sua traqueia, ou a volta dos cenários em art-deco, misturados agora com motivos egípcios, onde o amargurado Phibes toca seu órgão, acompanhado pela banda de bonecos de corda que importou para o Egito em sua viagem de navio para o país africano. Mas, diferente de O Abominável Dr. Phibes, a sequência, seguido um padrão de época que já refletia no cinema de horror dos anos 70, com o aumento de violência da Hammer, os giallos italianos e os filmes grindhouse americanos feitos especialmente para as sessões da meia-noite, pega mais pesado no quesito mortes violentas e sangue jorrando com muito mais profusão que o anterior. Completamente diferente do clima que estávamos acostumados para as vinganças pontuadas exageradas de Anton Phibes, que continuam acontecendo por meio de engenhocas esquisitas, mas muito mais mortíferas e gráficas, apenas satisfazendo uma demência assassina do vilão, que não estava ali presente anteriormente. A Câmara de Horrores do Dr. Phibes tem um final completamente biruta, com o vilão cantando “Over the Rainbow”. Price cantarolando a música tema de O Mágico de Oz enquanto escapa lentamente, com aquela voz cacofônica, é impagável. E detalhe que o filme enfrentou diversos problemas orçamentários e mais tarde, teve a canção substituída em seu lançamento em VHS, por problemas com direitos autorais, sendo restaurada futuramente na versão em DVD. E ainda conta com uma ponta ilustre de Peter Cushing como capitão do navio que leva Phibes e Biederbeck para o Egito.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/17/264-a-camara-de-horrores-do-dr-phibes-1972/

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