Direção: Robert Fuest
Roteiro: Robert Fuest, Robert Blees
Produção: Louis M.
Heyward, Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson (Produtores Executivos)
Elenco: Vincent Price, Robert
Quarry, Valli Kemp, Peter Jeffrey, Fione Lewis, Hugh Griffith, Peter Cushing
O famigerado,
excêntrico e espalhafatoso Dr. Phibes está de volta. Vincent Price reencarna em
um dos seus mais famosos vilões em A Câmara de Horrores do Dr. Phibes,
personagem que deseja, de qualquer forma, trazer de volta à vida sua amada,
Victoria, tirada de seus braços de forma prematura por conta de erros médicos,
morte devidamente vingada no original O Abominável Dr. Phibes. Mais uma vez dirigido
por Robert Fuest, que aposta naquele ar
tipicamente camp e kitsch presente no primeiro
longa, A Câmara de Horrores do Dr. Phibes começa lembrando ao
espectador através de um flashback, da vingança do Dr. Anton Phibes contra
aqueles que julgava responsável pela morte da esposa, aproveitando-se das
pragas bíblicas para tal, e logo somos apresentados ao mais novo e amalucado
plano do outrora proeminente músico e doutor em teologia. Desta vez, Phibes,
mas uma vez acompanhada da fidelíssima assistente Vulnavia (substituída pela
atriz Valli Kemp, Miss Austrália de 1970, pois Virginia North, a Vulnavia
original estava grávida durante as filmagens), recobra depois de três anos em
animação suspensa, quando uma de suas traquitanas o traz de volta após um
alinhamento estelar, e resolve ir até o Egito, local por onde tem um óbvio
fascínio, como podemos perceber, em busca do Rio da Vida, oculto entre as
montanhas, que emerge esporadicamente, e era responsável pela imortalidade dos
faraós há muitos milênios. Porém, Phibes descobre que o papiro que continha o
mapa e o segredo para encontrar esse Rio da Vida havia sido roubado, quando sua
casa fora destruída. E ninguém menos que um dos arqui-inimigos de Phibes,
Darrus Biederbeck (Robert Quarry), foi o larápio que levou o importante
pergaminho, já que ele também procura pelo Rio da Vida, porém com um propósito
muito mais obscuro. Phibes então precisa recuperar o papiro, algo que consegue
assassinando o assistente de Biederback, em mais uma de suas mortes
mirabolantes, e tem de correr conta o tempo, levando Victoria para o Egito, à
procura da tumba do faraó, antes que a lua se alinhe com outros planetas e o
leito do rio suba do subterrâneo. Em seu encalço, além de Biederback e sua
esposa, estão os oficiais da Scotland Yard, o Inspetor Trout (Peter Jeffrey) e
o Superintendente Waverly (John Cater), papeis também reprisados pelos dois
atores, que foram responsáveis por tentar deter o doutor maníaco no primeiro
filme. Já no Egito, todos eles terão de lidar com a genialidade de Phibes e
suas armadilhas, uma mais esquisita que a outra, que faria Jigsaw repetir de
ano no curso de criação de armadilhas mortais. Entre as mortes, o uso de
animais como escorpiões e aves de rapinas não são descartadas. A maioria dos
elementos do primeiro filme está novamente presente em A Câmara de Horrores do
Dr. Phibes. O humor pastelão inocente está mais uma vez personificado nos dois
policiais, Trout e Waverly, que como disse no texto do primeiro filme, parecem
saído de um quadro do Monty Phyton. Assim como o balé estilizado de Vulnávia,
Phibes falando através de um gramofone ou de uma tuba ligados diretamente em
sua traqueia, ou a volta dos cenários em art-deco, misturados agora com
motivos egípcios, onde o amargurado Phibes toca seu órgão, acompanhado pela
banda de bonecos de corda que importou para o Egito em sua viagem de navio para
o país africano. Mas, diferente de O Abominável Dr. Phibes, a sequência,
seguido um padrão de época que já refletia no cinema de horror dos anos 70, com
o aumento de violência da Hammer, os giallos italianos e os filmes grindhouse americanos
feitos especialmente para as sessões da meia-noite, pega mais pesado no quesito
mortes violentas e sangue jorrando com muito mais profusão que o anterior.
Completamente diferente do clima que estávamos acostumados para as vinganças
pontuadas exageradas de Anton Phibes, que continuam acontecendo por meio de
engenhocas esquisitas, mas muito mais mortíferas e gráficas, apenas
satisfazendo uma demência assassina do vilão, que não estava ali presente
anteriormente. A Câmara de Horrores do Dr. Phibes tem um final
completamente biruta, com o vilão cantando “Over the Rainbow”. Price
cantarolando a música tema de O Mágico de Oz enquanto escapa
lentamente, com aquela voz cacofônica, é impagável. E detalhe que o filme
enfrentou diversos problemas orçamentários e mais tarde, teve a canção
substituída em seu lançamento em VHS, por problemas com direitos autorais,
sendo restaurada futuramente na versão em DVD. E ainda conta com uma ponta ilustre
de Peter Cushing como capitão do navio que leva Phibes e Biederbeck para o
Egito.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/17/264-a-camara-de-horrores-do-dr-phibes-1972/
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