Direção: Janusz Kaminski
Roteiro: Pierce Gardner
Produção: Meg Ryan, Nina R.
Sadowsky; Christopher Cronyn (Coprodutor); Michael De Luca, Pierce Gardner,
Donna Langley, Betsy Stahl (Produtores Executivos)
Elenco: Winona
Ryder, Ben Chaplin, Sarah Wynter, Philip Baker Hall, John Hurt, Elias Koteas
Dia
desses escrevi sobre o recente Exorcistas do Vaticano para
o Boca do Inferno (onde
sou colaborador também, caso você não saiba) e comecei o texto destacando que
“deve ser dureza fazer um filme sobre exorcismo. Primeiro porque ele já nasce
sobre a sombra de O Exorcista, que figura
quase que imbatível em qualquer lista dos melhores filmes de terror de todos os
tempos, e, inquestionavelmente, é o melhor do subgênero. Segundo porque ao que
indica, já vimos tudo que podíamos desse tipo de produção, que sempre acaba
esbarrando nas mesmas características de sempre”. Essas constatações igualmente
se encaixam para Dominação,
lançado 15 anos antes (para você ver como o subgênero não evolui) e que ainda
assim é superior ao lançamento recente, mesmo que não seja um dos melhores
exemplos de filmes sobre possessão, exorcismos e afins. Afinal, ele também é
repleto dos mesmos clichês de seus pares, porém destaca-se por trabalhar um
pouco mais com elementos sobrenaturais mais comedidos do que todo o exagero
visual, principalmente nas cenas de exorcismo. Lançado pouco depois da virada
do milênio (o filme incialmente deveria chegar aos cinemas em outubro de 1999,
mas com a explosão de filmes da mesma temática no período, como Stigmata e Fim dos Dias, teve seu lançamento adiado), Dominação foi um filme que me interessou quando vi no
cinema no começo de 2001, ao chegar em nosso circuito comercial, muito mais
pelo clima sombrio e pesado, e principalmente pela excelente fotografia lúgubre
de Mauro Fiore – que mais uma vez atesto sua eficácia ao rever anos depois – do
que por qualquer arroubo de criatividade na trama. Influência clara de O Exorcista e até mesmo de O Bebê de Rosemary, a
fita mais uma vez traz o Capeta preparando sua vinda à Terra como o alardeado
Anticristo bíblico, tal qual JC fizera também nascendo como um homem. No caso,
o invólucro do Coisa-Ruim é o escritor Peter Kelson (Ben Chaplin), ateu
confesso, estudioso do comportamento violento de assassinos e psicopatas, cujos
pais foram brutalmente mortos na infância, sendo criado pelo seu tio, o padre
James (Philip Baker Hall). Maya Lakin (Ladrona… ops Winona Ryder), uma jovem
professora que faz parte de um grupo de “exorcistas” da Igreja Católica, por já
ter sido vítima de possessão no passado, descobre durante um malfadado
exorcismo em um criminoso insano preso em uma instituição psiquiátrica, uma
série de anotações e números que ela decodifica e chega à conclusão de que
Kelson é o escolhido para receber Satã no dia de seu aniversário de 33 anos. A
moça tenta se aproximar de escritor para alertá-lo do perigo, que logo a
repreende e a julga como louca, porém com o desenrolar dos acontecimentos e da
sua própria investigação sobre seu passado (como o caso de que ele é filho de
um incesto), Kelson se vê no meio de uma satânica conspiração que vem o
preparando para a chegada da Besta desde seu nascimento, orquestrada pelo seu
próprio tio, e que envolve inclusive seu irmão e namorada. O mais legal
de Dominação é exatamente seu
formato sóbrio, como disse lá em cima, sem apelar para espetáculos visuais,
apostando muito mais em seu clima e na atmosfera construída no decorrer do
longa, com algumas cenas muito bacanas, além do exorcismo no começo da fita, a
cena em que Kelson visita uma igreja e uma estátua de Cristo despenca ficando
de cabeça para baixa, ou quando coloca a fita K7 do exorcismo para escutar no
último volume, não ouvindo nada, mas fazendo com que sua vizinha velha coroca
acabe se suicidando por conta das blasfêmias e maldizeres ali contidos. Já o
pior do filme, tirando seus clichês básicos e o quanto ele acaba não prendendo
e sendo impactante emocionalmente, é sem dúvida seu final apressado,
subaproveitado, desapontando quem esperava um algo a mais com relação à
conspiração e as terríveis descobertas de Kelson, na cara do gol em completar
seu fatídico aniversário. Também poderia ter rendido uma especulação maior e
deixar certa dúvida ao espectador sobre a veracidade nos fatos na cena final e
na decisão tomada por Maya, mas a fita prefere apenas seguir de forma didática
e até maniqueísta. Agora sabe qual a principal curiosidade de Dominação? É que ele é produzido por Meg Ryan… Sim, a eterna
atriz das comédias água com açúcar da Nora Ephron. Coisa do Demo isso aí.
FONTE: http://101horrormovies.com/2015/08/25/708-dominacao-2000/
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