Direção: Freddie
Francis
Roteiro: Milton
Subotsky (baseados nos quadrinhos Tales From the Crypt e The Vault of Horror)
Produção: Max J.
Rosenberg e Milton Subotsky (Produtores), Charles W. Fries (Produtor Executivo)
Elenco: Joan Collins, Peter Cushing, Roy Dotrice, Richard Greene,
Ian Hendry, Ralph Richardson
Contos do Além é mais uma das
antologias de contos de horror da produtora inglesa Amicus, que desta vez, é
inspirado no quadrinho de terror mais famoso de todos os tempos, e que empresta
seu nome a essa produção homônima: “Tales From the Crypt”. Sim, o mesmo que inspirou
a famosíssima série Contos da Cripta da HBO, produzida por Richard
Donner, e diversos outros filmes que possuem a mesma estrutura narrativa,
como Creepshow, de George Romero e Stephen King. Além de “Tales From the
Crypt”, Contos do Além também adapta histórias de outro famoso
título, “The Vault of Horror”, ambos publicados entre os anos de 1950 e 1955,
pela lendária EC Comics, escritas e editadas por Bill Gaines, Al Feldstein e
Johnny Craig. Esses títulos, famosos naquelas décadas e uma febre entre a garotada,
que inspirou pencas de cineastas e escritores, despareceram com a caça às
bruxas promovido pelo Comics Code, quando uma série de quadrinhos foram
acusados de serem os responsáveis pela delinquência juvenil e desvio de conduta
dos adolescentes. Mas a semente já havia sido plantada nessa molecada,
inclusive em Milton Subotsky (um dos chefões de estúdio e responsável pelo
roteiro deContos do Além) e em seu parceiro, Max Rosenberg. E o
resultado, foi mais um filme portmentau, com histórias apresentadas pelo
já famoso personagem Coveiro ou Guardião da Cripta (interpretado por Ralph
Richardson), onde cinco estranhos misteriosamente encontram-se em uma cripta
cavernosa e serão apresentados a eles a forma com que irão morrer, bem parecida
com a estrutura e proposta narrativa de As Profecias do Dr. Terror, primeira antologia
da Amicus (dirigida pelo mesmo Freddie Francis). No primeiro conto, …And All
Trough the House, Joanne Clayton (Joan Collins) assassina seu marido na noite
de véspera do Natal, para ficar com o dinheiro de seu seguro. Enquanto ela
tenta se livrar do corpo, ouve no rádio que um maníaco acabara de fugir do
hospício e está vestido com uma roupa de Papai Noel. Adivinhe onde esse
psicopata vai parar? Em frente à casa de Joanne, que não pode chamar a polícia,
senão seu próprio crime seria descoberto, e se vê encurralada, porém segura,
enquanto a casa está trancada. Tudo ficaria bem até a pentelha da sua filha
mais nova acreditar que o sujeito seja o Papai Noel de verdade e destranca a
porta. Joanne acaba por morrer estrangulada. O segundo
segmento, Reflection of the Death, traz Carl Maitland (Ian Hendry), adúltero
que abandona sua esposa e filhos para fugir com a amante, Susan Blake (Angela
Grant) certa noite. Porém, ambos sofrem um terrível acidente de carro. A partir
daí, visto em POV, vemos Carl atabalhoado com o acidente tentando pedir ajuda,
sempre encontrando pessoas que fogem ao vê-lo, assim como acontece quando vai
procurar sua esposa, e mais tarde Susan, que havia apenas ficado cega, e revela
a Carl que ele na verdade havia morrido no acidente, há dois anos. Ao ver seu
reflexo, percebe que está em decomposição. Carl então acorda de um pesadelo,
sentado no carro o lado de Susan dirigindo, só para sofrer o mesmo acidente que
havia sonhado. Em Poetic Justice, o incansável Peter Cushing vive Arthur
Grimsdyke, um velhinho viúvo que cuida de cachorros abandonados e brinca com
todas as crianças do bairro, fazendo pequenos bonecos reciclados para elas. Só
que o ambicioso e sem escrúpulos James Elliott (Robin Phillips) detesta o velho
e acha que a sua propriedade está desvalorizando a vizinhança, e em um maligno plano
arquitetado junto com seu pai, Edward (David Markham) começa a transformar a
vida do simpático senhor em um inferno, primeiro destruindo as rosas premiadas
do vizinho e colocando a culpa nos cachorros, fazendo com que a carrocinha os
leve, depois, colocando ideias sujas nas cabeças das mães das crianças,
acusando-o implicitamente de pedofilia, em seguida, faz o velho perder o
emprego para não poder sustentar a casa e no Dia dos Namorados, manda cartões
humilhando-o. Não dá outra e sozinho, deprimido e desamparado, Grimsdyke comete
suicídio. O que ele não imaginava era que o velho era espírita e mexia com
mesas ouijas, para que depois de um ano, ele voltasse dos mortos em busca de
vingança, arrancando o coração de James. Wish You Were Here é o quarto segmento,
inspirado no famoso conto A Pata do Macaco de W.W. Jacobs. Ralph Jason (Richard
Greene) é um inescrupuloso empresário que não mediu esforços para se tornar
rico e poderoso, mas está com sérios problemas financeiro, e é aconselhado pelo
seu advogado, Charles Gregory (Roy Dotrice) a vender todos seus bens, para não
abrir falência. Vendo seus pertences adquiridos em viagens por todo o mundo,
Ralph e sua esposa, Enid (Barbara Murray) se deparam com uma misteriosa estátua
chinesa, que tem o poder de conceder três desejos ao casal, mas adverte sob os
cuidados com o que pedir, tal qual A Pata do Macaco. O que se segue são três
pedidos catastróficos feito pela mulher, que resultaria na morte e ressurreição
de Ralph, assim como seu infortúnio e sofrimento eterno. O mais agoniante e
opressivo dos contos. Por fim, Blind Alleys é o mais fraquinho de
todos, com uma história trazendo um ex-major do exército britânico, William
Rogers (Nigel Patrick) assumindo uma casa de repouso para deficientes visuais,
e imprimindo um tratamento militar para os residentes, economizando em
cobertores, aquecedores e até na comida, enquanto esbanja dinheiro em quadros,
banquetes para si mesmo e mordomias para seu cachorro, um pastor alemão. Um
levante, comandando por George Carter (Patrick Magee) começa quando um dos
cegos morre, e todos os residentes juntos irão se unir, construindo um corredor
estreito cheio de lâminas de barbear (???!!!), colocando o Major em seu centro,
após tê-lo trancafiado por três dias sem comer, e seu cão, em outro separado.
Carter solta o esfomeado cachorro em cima do antigo dono e apaga a luz do
corredor. Ao final de Contos do Além, o verdadeiro motivo daquelas cinco
singulares pessoas estarem naquela cripta é revelado pelo Guardião/ Coveiro, ao
melhor molde das demais produções anteriores da Amicus. Não é um clássico
absoluto e nem um grande filme de terror, mas exerce um certo magnetismo no
espectador, o que foi o grande responsável por sua popularidade. Além disso, é
um dos mais bacanas filmes deste gênero produzido pelo estúdio.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/19/266-contos-do-alem-1972/
Nenhum comentário:
Postar um comentário