sexta-feira, 9 de outubro de 2015

#266 1972 CONTOS DO ALÉM (Tales From the Crypt, Reino Unido)


Direção: Freddie Francis
Roteiro: Milton Subotsky (baseados nos quadrinhos Tales From the Crypt e The Vault of Horror)
Produção: Max J. Rosenberg e Milton Subotsky (Produtores), Charles W. Fries (Produtor Executivo)
Elenco: Joan Collins, Peter Cushing, Roy Dotrice, Richard Greene, Ian Hendry, Ralph Richardson

Contos do Além é mais uma das antologias de contos de horror da produtora inglesa Amicus, que desta vez, é inspirado no quadrinho de terror mais famoso de todos os tempos, e que empresta seu nome a essa produção homônima: “Tales From the Crypt”. Sim, o mesmo que inspirou a famosíssima série Contos da Cripta da HBO, produzida por Richard Donner, e diversos outros filmes que possuem a mesma estrutura narrativa, como Creepshow, de George Romero e Stephen King. Além de “Tales From the Crypt”, Contos do Além também adapta histórias de outro famoso título, “The Vault of Horror”, ambos publicados entre os anos de 1950 e 1955, pela lendária EC Comics, escritas e editadas por Bill Gaines, Al Feldstein e Johnny Craig. Esses títulos, famosos naquelas décadas e uma febre entre a garotada, que inspirou pencas de cineastas e escritores, despareceram com a caça às bruxas promovido pelo Comics Code, quando uma série de quadrinhos foram acusados de serem os responsáveis pela delinquência juvenil e desvio de conduta dos adolescentes. Mas a semente já havia sido plantada nessa molecada, inclusive em Milton Subotsky (um dos chefões de estúdio e responsável pelo roteiro deContos do Além) e em seu parceiro, Max Rosenberg. E o resultado, foi mais um filme portmentau, com histórias apresentadas pelo já famoso personagem Coveiro ou Guardião da Cripta (interpretado por Ralph Richardson), onde cinco estranhos misteriosamente encontram-se em uma cripta cavernosa e serão apresentados a eles a forma com que irão morrer, bem parecida com a estrutura e proposta narrativa de As Profecias do Dr. Terror, primeira antologia da Amicus (dirigida pelo mesmo Freddie Francis). No primeiro conto, …And All Trough the House, Joanne Clayton (Joan Collins) assassina seu marido na noite de véspera do Natal, para ficar com o dinheiro de seu seguro. Enquanto ela tenta se livrar do corpo, ouve no rádio que um maníaco acabara de fugir do hospício e está vestido com uma roupa de Papai Noel. Adivinhe onde esse psicopata vai parar? Em frente à casa de Joanne, que não pode chamar a polícia, senão seu próprio crime seria descoberto, e se vê encurralada, porém segura, enquanto a casa está trancada. Tudo ficaria bem até a pentelha da sua filha mais nova acreditar que o sujeito seja o Papai Noel de verdade e destranca a porta. Joanne acaba por morrer estrangulada. O segundo segmento, Reflection of the Death, traz Carl Maitland (Ian Hendry), adúltero que abandona sua esposa e filhos para fugir com a amante, Susan Blake (Angela Grant) certa noite. Porém, ambos sofrem um terrível acidente de carro. A partir daí, visto em POV, vemos Carl atabalhoado com o acidente tentando pedir ajuda, sempre encontrando pessoas que fogem ao vê-lo, assim como acontece quando vai procurar sua esposa, e mais tarde Susan, que havia apenas ficado cega, e revela a Carl que ele na verdade havia morrido no acidente, há dois anos. Ao ver seu reflexo, percebe que está em decomposição. Carl então acorda de um pesadelo, sentado no carro o lado de Susan dirigindo, só para sofrer o mesmo acidente que havia sonhado. Em Poetic Justice, o incansável Peter Cushing vive Arthur Grimsdyke, um velhinho viúvo que cuida de cachorros abandonados e brinca com todas as crianças do bairro, fazendo pequenos bonecos reciclados para elas. Só que o ambicioso e sem escrúpulos James Elliott (Robin Phillips) detesta o velho e acha que a sua propriedade está desvalorizando a vizinhança, e em um maligno plano arquitetado junto com seu pai, Edward (David Markham) começa a transformar a vida do simpático senhor em um inferno, primeiro destruindo as rosas premiadas do vizinho e colocando a culpa nos cachorros, fazendo com que a carrocinha os leve, depois, colocando ideias sujas nas cabeças das mães das crianças, acusando-o implicitamente de pedofilia, em seguida, faz o velho perder o emprego para não poder sustentar a casa e no Dia dos Namorados, manda cartões humilhando-o. Não dá outra e sozinho, deprimido e desamparado, Grimsdyke comete suicídio. O que ele não imaginava era que o velho era espírita e mexia com mesas ouijas, para que depois de um ano, ele voltasse dos mortos em busca de vingança, arrancando o coração de James. Wish You Were Here é o quarto segmento, inspirado no famoso conto A Pata do Macaco de W.W. Jacobs. Ralph Jason (Richard Greene) é um inescrupuloso empresário que não mediu esforços para se tornar rico e poderoso, mas está com sérios problemas financeiro, e é aconselhado pelo seu advogado, Charles Gregory (Roy Dotrice) a vender todos seus bens, para não abrir falência. Vendo seus pertences adquiridos em viagens por todo o mundo, Ralph e sua esposa, Enid (Barbara Murray) se deparam com uma misteriosa estátua chinesa, que tem o poder de conceder três desejos ao casal, mas adverte sob os cuidados com o que pedir, tal qual A Pata do Macaco. O que se segue são três pedidos catastróficos feito pela mulher, que resultaria na morte e ressurreição de Ralph, assim como seu infortúnio e sofrimento eterno. O mais agoniante e opressivo dos contos. Por fim, Blind Alleys é o mais fraquinho de todos, com uma história trazendo um ex-major do exército britânico, William Rogers (Nigel Patrick) assumindo uma casa de repouso para deficientes visuais, e imprimindo um tratamento militar para os residentes, economizando em cobertores, aquecedores e até na comida, enquanto esbanja dinheiro em quadros, banquetes para si mesmo e mordomias para seu cachorro, um pastor alemão. Um levante, comandando por George Carter (Patrick Magee) começa quando um dos cegos morre, e todos os residentes juntos irão se unir, construindo um corredor estreito cheio de lâminas de barbear (???!!!), colocando o Major em seu centro, após tê-lo trancafiado por três dias sem comer, e seu cão, em outro separado. Carter solta o esfomeado cachorro em cima do antigo dono e apaga a luz do corredor. Ao final de Contos do Além, o verdadeiro motivo daquelas cinco singulares pessoas estarem naquela cripta é revelado pelo Guardião/ Coveiro, ao melhor molde das demais produções anteriores da Amicus. Não é um clássico absoluto e nem um grande filme de terror, mas exerce um certo magnetismo no espectador, o que foi o grande responsável por sua popularidade. Além disso, é um dos mais bacanas filmes deste gênero produzido pelo estúdio.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/19/266-contos-do-alem-1972/

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