terça-feira, 13 de outubro de 2015

#271 1972 OS HORRORES DO CASTELO DE NUREMBERG (Gli orrori del castello di Norimberga / Baron Blood, Itália, Alemanha Ocidental)


Direção: Mario Bava
Roteiro: Vincent Frote
Produção: Alfredo Leone
Elenco: Joseph Cotten, Elke Sommer, Massimo Girotti, Rada Rassimov, Antonio Cantafora

Os Horrores do Castelo de Nuremberg é um dos filmes mais fracos de Mario Bava. Mas ainda assim é um filme de Mario Bava, então só por isso já vale a pena assistir, afinal, o maestro do macabro tem aquele toque de Midas característico em transformar seus filmes em um decente espetáculo para os fãs de filmes de horror. Aqui, Bava aposta em levar para as telas uma história simples, escrita por Vicent Fotre, e economiza nos recursos estéticos e visuais que já havia nos presenteado em outras obras primas, e novamente, como, por exemplo, em A Mansão da Morte, seu filme anterior, começa a abusar ainda mais de cenas violentas e gráficas, caminho natural pelo qual as produções italianas da década de 70 iam se enveredando. A trama de Os Horrores do Castelo de Nuremberg me lembra bastante de um outro filme italiano dos anos 60, A Mansão do Homem sem Alma, de Antonio Margheriti. Peter Keist (Antonio Cantafora) é descendente do terrível Barão Otto Von Kleist, conhecido na boca pequena como Barão Sangue, um cruel e sádico homem, famoso por praticar as mais sórdidas torturas em seu castelo medieval. Porém, como maldade pouca é bobagem, certa vez o Barão Sangue resolveu torturar e queimar uma bruxa, que jogou uma maldição no facínora, para que ele morresse da pior forma possível e vivesse eternamente em sofrimento. Não deu outra, Otto foi torturado e teve seus aposentos incendiados, morrendo queimado vivo. Voltando ao presente, Peter resolve passar umas férias na Áustria, e conhecer melhor a história de seus antepassados e principalmente, o Hotel do Diabo, como ficou gentilmente conhecido o antigo castelo do Barão, hoje um ponto turístico local. Lá, ele hospeda-se na casa do seu tio, Dr. Karl Hummel (Massimo Girotti) e se engraça com a bela assistente Eva Arnold (Elke Sommer), com quem resolve invocar a antiga maldição da bruxa que fora queimada, e acaba trazendo o Barão de volta a vida depois de dois séculos, completamente desfigurado (excelente trabalho de maquiagem de Silvana Petri) e sedento por vingança. Não demora para que mortes horríveis comecem a acontecer no castelo e em seu redor, enquanto Eva e Peter parecem ser perseguidos pelo Barão encarnado. Neste ínterim, o castelo e seu terreno são leiloados e o misterioso paraplégico Alfred Becker (Joseph Cotten) adquire a propriedade por uma quantidade astronômica, ignorando os apelos de Eva e não se deixando levar pela superstição e os indícios de que o Barão poderia ser trazido a vida. Como para enfrentar uma força sobrenatural, só mesmo com outra força sobrenatural, Peter, Eva e o Dr. Hummel resolvem ir atrás de uma médium, Christina Hoffmann (Rada Rassimov), a fim de tentar entrar em contato com o espírito da bruxa que lançou o feitiço sobre o Barão Sangue, tentando descobrir um encantamento ou alguma forma de levar o vilão de volta para o túmulo, já que o papiro que continha os rituais havia sido queimado na lareira quando proferidos para trazê-lo de volta. Um amuleto então passa a ser a única solução para se livrar do Barão, para ser usado no embate final entre eles na masmorra de seu castelo. Uma curiosidade das mais interessantes é que não sei se vocês se lembram, no final dos anos 90, uma lenda urbana circulou na Internet e tabloides americanos, onde supostamente foi se gravado na Sibéria os sons de um poço de aproximadamente 13 quilômetros, que estaria muito próximo do inferno e poderia se ouvir gritos desesperados e assombrosos vindo dos pecadores ardendo no fogo da danação eterna. Claro que era uma brincadeira, e mais tarde foi-se descoberto que esses gritos foram retirados e remixados exatamente deste filme aqui. Facilmente esse hoaxé encontrado se você der um Google. Os Horrores do Castelo de Nuremberg é um dos últimos resquícios do cinema gótico italiano, que fez muito sucesso durante os anos 60, inaugurado justamente por Mario Bava em seu seminal A Máscara de Satã, antes dos filmes de horror da Terra da Bota investirem mais no giallo, e também nos ciclos canibal e splatter. Como disse lá em cima, não é o melhor filme de Bava, bem longe de produções anteriores e posteriores do diretor, apenas abusando de clichês padrões, explorando (não como outrora) configurações incomuns de cenários e iluminação (o filme foi rodado em uma espécie de museu negro de verdade na Áustria), mas não pode ficar de fora daqueles que querem acompanhar a filmografia esplêndida daquele que para mim, foi o mais importante diretor de terror italiano.
FONTE: http://101horrormovies.com/2013/09/26/271-os-horrores-do-castelo-de-nuremberg-1972/

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