sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

#417 1980 SEXTA-FEIRA 13 (Friday the 13th, EUA)


Direção: Sean S. Cunningham
Roteiro: Victor Miller, Sean S. Cunninggham e Victor Miller (história)
Produção: Sean S. Cunningham, Steve Miner (Produtor Associado), Alvin Geiler (Produtor Executivo)
Elenco: Betsy Palmer, Adrienne King, Jeannine Taylor, Robbi Morgan, Kevin Bacon

Bem-vindos ao Acampamento Crystal Lake! Sean S. Cunningham e seu Sexta-Feira 13 foram responsáveis por inserir na geografia do terror o amaldiçoado local, conhecido como “Acampamento Sangrento”, e colocar na cultura pop o vilão mais conhecido do gênero no cinema: Jason Voohrees. Sexta-Feira 13 pega o que Halloween – A Noite do Terror de Carpenter começou e dá vida ao subgênero slasher com elementos muito bem definidos que seriam copiados à exaustão tanto nas suas próprias sequências, como nas centenas de filmes que seguiriam sua fórmula: um assassino serial killer, geralmente motivado por vingança, perseguindo suas vítimas em acampamentos, fraternidades universitárias e afins, que são adolescentes em busca de sexo, bebidas e drogas, com a profundidade psicológica de um pires, que só estão ali para cumprir tabela e serem mortos no decorrer do filme. Acrescente nessa mistura muito sangue, peitos de fora e uma morte mais engenhosa e gráfica que a outra e voilá, você tem um estouro de bilheteria por traduzir exatamente o que os jovens nos anos 80 (e 90 e 00 e 10…) querem ver. Prova disso é que com um orçamento de aproximadamente 600 mil dólares, Sexta-Feira 13 faturou mais de 70 milhões na bilheteria mundial e deu origem a nada menos que 10 continuações, um crossover com Freddy Krueger e um reboot no século XXI. Mas vamos por partes, como diria Jack, O Estripador, ou mesmo o próprio Jason. Acho que nessa altura do campeonato da vida, todo mundo deve saber que o assassino do primeiro filme não é o indestrutível ser que usa uma máscara de hóquei. Nem é um assassino na verdade. É uma assassina: Pamela Voorhees, a mãe de Jason, que quer vingança de todo e qualquer monitor do Acampamento Crystal Lake, não importa a idade, sexo ou ano corrente, por terem deixado seu filho deformado e retardado se afogar no lago no verão de 1958, enquanto faziam sexo ao invés de cuidarem do garoto. Pois bem, trinta anos passados, Steve Christy, proprietário do acampamento resolve reabri-lo e contrata um grupo de monitores para ajudar na reforma, e isso mesmo avisados por aquele velhinho bêbado profeta do Apocalipse que nunca dão ouvido nesses tipo de filme, mas que sempre está com a razão. E ali estão todos os estereótipos possíveis de adolescentes: o casal apaixonado que só quer transar (o rapaz é Kevin Bacon novinho, antes de Footloose), o idiota engraçado que vive pregando peças, o cara solícito, a mocinha com fogo na periquita, a comportada que torna-se a heroína… Um a um vão sendo eliminados pela Sra. Voohrees. Tom Savini assina a maquiagem do filme. Após Despertar dos Mortos já começamos a perceber nitidamente a evolução de seu trabalho e como as mortes vão ficando mais realistas. As machadadas, facadas, flechadas e tudo mais são extremamente bem-feitas e o restante do seu trabalho nas sequências (mais especificamente até a quarta parte), o credenciaram como um dos mais importantes maquiadores do cinema de terror de todos os tempos. Além disso, a trilha sonora também foi imortalizada, com a famosa musiquinha que se houve quando os Voorhees estão à espreita (kill, kill, kill, die, die, die) ou na quase cópia da música de Psicose que surge quando eles estão praticando o ataque. Detalhe que coloquei no plural pois a trilha sonora acompanha a franquia e a troca de posto entre mãe e filho assassino. Somente em Sexta-Feira 13 – Parte 2, lançado no ano seguinte, que Jason aparece com o sangue nos olhos, substituindo sua mãe morta no final do primeiro filme. Nessa continuação ele usa um pano para cobrir seu rosto deformado e durante uma história de terror contada ao redor da fogueira, por um novo grupo de monitores que chegaram ao acampamento (essa galera não aprende mesmo!), conhecemos a lenda de que ele sobreviveu ao afogamento e vive perambulando na mata, caçando e aperfeiçoando suas habilidades durante anos, para tornar-se o assassino implacável que veríamos depois. Na terceira parte (lançado em 3D) ele encontra a máscara de hóquei que se tornaria sua marca registrada. A quarta parte deveria ser a última, pois foi lançada como Sexta-Feira 13 – O Capítulo Final. É o meu preferido de toda a série. Introduz o personagem Tommy Jarvis, interpretado pelo fedelho Corey Feldman, que em uma cena final clássica, rapa a cabeça para se parecer com o vilão e mutila Jason em pedacinhos. Daí para frente vira Brasil. Na parte cinco é um outro assassino que assume a máscara em um manicômio e a partir da sexta parte que ele se torna um semideus, voltando dos mortos através de um raio, com o corpo inteiraço (mesmo tendo sido picotado na parte quatro) e ressuscitando seguidas vezes, cada vez mais feio, até ser transformado em um ciborgue no futuro (isso mesmo: ciborgue no futuro) em Jason X. Pô, mas querem saber a real? Eu adoro o Jason! É meu personagem preferido dos filmes de terror. Lembro que quando eu tinha oito anos de idade, eu tinha um álbum de figurinhas do Jason! E na escola, quando brincávamos de pega-pega (a molecada ainda brinca disso hoje em dia?), fazíamos uma versão estilizada da brincadeira onde eu era o Jason, e estávamos todos em Crystal Lake e eu perseguia os amiguinhos no pátio. Dá para perceber que eu nunca fui uma criança muito normal e o porquê de estar escrevendo esse blog hoje em dia né?
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/04/17/417-sexta-feira-13-1980/

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