Direção: Rick
Rosenthal
Roteiro: John
Carpenter, Debra Hill
Produção: John
Carpenter, Debra Hill, Barry Bernardi (Produtor Associado), Joseph Wolf e Irwin
Yablans (Produtores Executivos), Moustapha Akad e Dino De Laurenriis
(Produtores Executivos – não creditados)
Elenco: Jamie Lee Curtis, Donald Pleasence, Charles Cyphers,
Jeffrey Kramer, Lance Guest
Sequências são sempre
um problema na história do cinema. É sabido que pouquíssimas vezes uma “parte
2” consegue manter a qualidade do original. Halloween 2 – O Pesadelo Continua, é um desses felizes
casos. E mais ainda, ele é importantíssimo para descobrirmos a verdadeira
motivação da matança começada por Michael Myers no primeiro filme, e que
continua nesse em escala muito maior. Produzido e escrito por John Carpenter, o
que já dá uma baita chancela para a coisa realmente ficar boa, o filme começa
exatamente onde Halloween – A Noite do Terror terminou, mesmo se
passando três anos do lançamento do seu antecessor. Há até uma rápida repetição
do final de Halloween para situar o espectador, com o Dr. Sam Loomis,
novamente interpretado por Donald Pleasence, salvando a babá Laurie Strode
(Jamie Lee Curtis) alvejando Myers seis vezes até ele despencar da sacada, que
mesmo assim, desaparece e consegue fugir. Laurie (detalhe é que Jamie estava de
cabelo curto na época da filmagem, e teve que usar uma peruca tosca durante
todo o filme) é levada para o hospital de Haddonfield para se recuperar do
ataque do implacável assassino. Já Michael continua sua contagem de corpos pela
cidadezinha outrora pacata, que está em polvorosa devido aos estarrecedores
acontecimentos daquela noite de Dia das Bruxas. Sempre acompanhado de sua
famosa música tema. Obcecado em ceifar a vida de Laurie, Michael parte para seu
encalço no hospital que ela está internada, enquanto o Dr. Loomis e o xerife
Leigh Brackett tentam encontrar alguma pista de onde o assassino possa estar
escondido. Talvez a grande falha de Halloween 2 é exatamente a
ambientação do hospital, onde apenas meia dúzia de pessoas estão trabalhando e
o local parece quase que abandonado por completo, com corredores escuros e
desertos. Sei que isso é para dar aquele clima assustador ao filme, mas espere
aí, um hospital sempre é movimentado, mesmo durante a noite, seus corredores são
iluminados e é cheio de enfermeiros de plantão. Não colou! Essa sequência é mais movimentada, violenta e
com maior quantidade de mortes que o Halloween de John Carpenter. A
atmosfera de suspense crescente, com Michael Myers sempre à espreita na
penumbra, com sua respiração ofegante e máscara branca inexpressiva, continua
bem conduzida pelo diretor Rick Rosenthal, muito bem guiado e instruído por
Carpenter. Algumas mortes são bastante explícitas, como a clássica cena em que
uma enfermeira gostosona nua tem seu rosto mergulhado várias vezes dentro da
banheira de hidromassagem da sala de fisioterapia, com a temperatura no máximo,
até ela começar a derreter e estourar bolhas de pústulas na face. Mas os
principais acréscimos de Halloween 2 – O Pesadelo Continua para a franquia
é a explicação do porque dessa obsessão de Michael por Laurie Strode, quando
descobrimos que na verdade ela é sua irmã, sendo que apenas oficiais
gabaritados do estado de Illinois tinham acesso a essa informação. Nem o
próprio Dr. Loomis, que tratou de Myers por 15 anos, sabia disso. Além disso,
começa a se jogar uma espécie de luz sobrenatural no assassino, dando algumas
pistas de porque atacar sempre na noite de Dia das Bruxas, ou Samhain (Summer end) em celta, festa pagã que celebra a véspera o Dia de Todos
os Santos, onde sacrifícios eram praticados nessa noite pelos druidas para
cultuar os mortos. E talvez esse seja um dos motivos de Myers ter adquirido uma
força descomunal e uma espécie de invencibilidade, que seria marca registrada
das fraquíssimas continuações que viriam por aí. Vemos aqui também uma evolução
nítida na atuação de Jamie Lee Curtis, principalmente se compararmos ao próprio Halloween
– A Noite do Terror ou mesmo A Morte Convida Para Dançar. E Myers, diferente
do retardado violento Jason Voohrees e do afobado e fanfarrão Freddy Kruger, é
um assassino com muita classe, garbo e elegância. Ele é esguio, taciturno,
calmo, com uma frieza calculada, que espreita suas vítimas, com um sádico toque
de voyeurismo, até atacá-la. Sem
dúvida ele é o mais bacana e preza dos serial killers dos filmes slasher.
Uma curiosidade é que quando Myers adentra uma das casas para pegar uma nova
faca, na televisão está passando A Noite dos Mortos-Vivos de George
Romero, uma bela homenagem de Carpenter. Depois de Halloween 2 – O
Pesadelo Continua, a série escambou e virou Brasil, né? A terceira parte é uma
historiazinha sem pé nem cabeça, deixando Michael Myers de lado por completo e
trazendo uma trama sobre uma conspiração de uma empresa de máscaras de Dia das
Bruxas. Na quarta parte Myers retorna e fica nessa mesmice até a sexta. Em
1998, foi lançado Halloween H20 – 20 Anos Depois, que ignora tudo que foi
feito da parte 3 em diante, e continua a história, 20 anos depois (dããããã), de
onde esse filme aqui parou, trazendo até Jamie Lee Curtis como Laurie Strode de
volta. Ainda teve mais outras duas continuações depois e as bombas de Rob
Zombie em seguida, que não vale nem citar.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/05/09/430-halloween-2-o-pesadelo-continua-1981/
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