sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

#434 1981 LOBOS (Wolfen, EUA)


Direção: Michael Wadleigh
Roteiro: David Eyre, Michael Wadleigh, Eric Roth (não creditado)(baseado na obra de Whitley Strieber)
Produção: Rupert Hitzig, Michael Wadleigh (não creditado), Alan King (Produtor Executivo)
Elenco: Albert Finney, Diane Venora, Edward James Olmos, Gregory Hines, Tom Noona, Dick O’Neill

Como disse lá no post anterior, 1981 foi o ano do lobo. Enquanto lobisomens “convencionais” mostravam suas garras e presas nos clássicos Um Lobisomem Americano em Londres de John Landis e Grito de Horror de Joe Dante, em Lobos, do diretor Michael Wadleigh, o perigo está na forma real dos canis lupus que resolvem fazer suas vítimas pelas ruas de Nova York. Na verdade, Lobos é o mais fraco dos três filmes com temática parecida lançados naquele ano. Muito se deve por conta da fraca direção de Michael Wadleigh, mais famoso por suas filmagens do Woodstock, pela sua longa metragem (intermináveis 115 minutos), uma salada mista do roteiro que envolve terrorismo, indígenas e investigação policial, atuações abaixo da média, sendo do protagonista completamente forçada e sem carisma, e principalmente pelo fato de ter passado por quatro (Q-U-A-T-R-O) editores diferentes depois de Wadleigh ser demitido ao final do longa e entregado mais de quatro horas de filmagem. Baseado no primeiro livro do escritor Whitley Strieber, que também teve adaptado às telas Fome de Viver de 1983 e Estranhos Visitantes de 1989, Lobos traz o assassinato de um magnata dos sistemas de segurança chamado Christopher van der Veer (Max Brown), de sua esposa e de seu motorista, certa noite em um parque em Nova York, trucidado pelos tais lobos do título. Cabe ao policial Dewey Wilson (Albert Finney, papel cobiçado por Dustin Hoffman, mas vetado pelo diretor), ex-alcoólatra, ficar encarregado da investigação dos crimes, primeiro se metendo com hipóteses toscas de terrorismo (em uma investigação patética que nunca consegui entender direito o que eles estavam tentando mostrar sobre a inteligência da NYPD ou do FBI, com aquelas entrevistas, gravações, filmagens, vozes distorcidas e tudo mais) e depois que um grupo indígena oprimido de militantes ativistas estão se transformando nas criaturas, que na verdade não são lobos comuns, são “wolfen”, seres mitológicos caçadores canídeos, que tem como missão proteger seu território de caça e são até tidos com deidades por algumas tribos.
Daí passa-se uma mensagem “ecológica” contra a bolha imobiliária nova-iorquina e a expansão da construção em áreas da cidade que são apenas do interesse dos mandachuvas como o tal van der Veer, primeira vítima das criaturas. Dewey acaba se envolvendo demais na investigação e quase surtando, aponta o índio Eddie Holt (Edward James Olmos) como culpado e tem a ajuda do legista Whittington (Gregory Hines), do zoólogo nerd Fergusson (Tom Noonan) e de seu superior, Warren (Dick O’Neill) – todos mortos brutalmente pelos animais, nas cenas que são o ponto forte do filme – e de sua parceira/futuro par romântico, Diane Venora. Uma das curiosidades é que foi o primeiro filme a utilizar o recurso da visão termográfica como POV, para passar a ideia da visão dos lobos. Esse efeito de câmera, como bem sabemos, acabou sendo popularizado em Predador, lançado em 1987, e nos demais filmes da série. E também um dos primeiros a usar uma técnica sonora chamada Megasound, criada pela Warner Bros., um sistema surround de alto impacto, prévia dos Dobly e DTS que estamos acostumados hoje em dia. Mas o fato é que Lobos é um filme chato. Os únicos momentos interessantes de suas quase duas horas de projeção (as quais Wadleigh ficou insatisfeito, mas nunca lançou um Director’s Cut até hoje) são as cenas de sangreira, quando os lobos atacam suas vítimas e arrancam suas cabeças e membros fora com uma única dentada (!!!) e quando os amedrontadores animais finalmente aparecem em cena e cercam os humanos incautos. O final é de doer de tão ruim, só para constar. Bem, Lobos é um filme de lobisomem que não é bem um filme de lobisomem. O famoso crítico Roger Ebert clama que é sobre “a possibilidade de índios e lobos trocarem de almas”. Então tá. Já o personagem de Eddie Holt se intitula metamorfo. Fica-se no ar qual a origem dos verdadeiros poderes sobrenaturais dos “wolfen”, mas isso é um ponto positivo na real (ninguém gosta de todas as explicações mastigadinhas). Existem outros filmes muito melhores sobre as criaturas (tanto lobisomens, religiosamente falando ou lobos mesmo) bem melhores que esse daqui, o que torna Lobos, bastante dispensável no frigir dos ovos.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/05/14/434-lobos-1981/


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