Direção: Michael
Wadleigh
Roteiro: David
Eyre, Michael Wadleigh, Eric Roth (não creditado)(baseado na obra de Whitley
Strieber)
Produção: Rupert
Hitzig, Michael Wadleigh (não creditado), Alan King (Produtor Executivo)
Elenco: Albert
Finney, Diane Venora, Edward James Olmos, Gregory Hines, Tom Noona, Dick O’Neill
Como disse lá no post
anterior, 1981 foi o ano do lobo. Enquanto lobisomens “convencionais” mostravam
suas garras e presas nos clássicos Um Lobisomem
Americano em
Londres de John Landis e Grito de Horror de Joe Dante,
em Lobos, do diretor Michael
Wadleigh, o perigo está na forma real dos canis lupus que resolvem
fazer suas vítimas pelas ruas de Nova York. Na verdade, Lobos é o
mais fraco dos três filmes com temática parecida lançados naquele ano. Muito se
deve por conta da fraca direção de Michael Wadleigh, mais famoso por suas
filmagens do Woodstock, pela sua longa metragem (intermináveis 115 minutos),
uma salada mista do roteiro que envolve terrorismo, indígenas e investigação
policial, atuações abaixo da média, sendo do protagonista completamente forçada
e sem carisma, e principalmente pelo fato de ter passado por quatro
(Q-U-A-T-R-O) editores diferentes depois de Wadleigh ser demitido ao final do
longa e entregado mais de quatro horas de filmagem. Baseado no primeiro livro do
escritor Whitley Strieber, que também teve adaptado às telas Fome de
Viver de 1983 e Estranhos Visitantes de
1989, Lobos traz o assassinato de um magnata dos sistemas de
segurança chamado Christopher van der Veer (Max Brown), de sua esposa e de seu
motorista, certa noite em um parque em Nova York, trucidado pelos tais lobos do
título. Cabe ao policial Dewey Wilson (Albert Finney, papel cobiçado por Dustin
Hoffman, mas vetado pelo diretor), ex-alcoólatra, ficar encarregado da
investigação dos crimes, primeiro se metendo com hipóteses toscas de terrorismo
(em uma investigação patética que nunca consegui entender direito o que eles
estavam tentando mostrar sobre a inteligência da NYPD ou do FBI, com aquelas
entrevistas, gravações, filmagens, vozes distorcidas e tudo mais) e depois que
um grupo indígena oprimido de militantes ativistas estão se transformando nas
criaturas, que na verdade não são lobos comuns, são “wolfen”, seres mitológicos
caçadores canídeos, que tem como missão proteger seu território de caça e são
até tidos com deidades por algumas tribos.
Daí passa-se uma
mensagem “ecológica” contra a bolha imobiliária nova-iorquina e a expansão da
construção em áreas da cidade que são apenas do interesse dos mandachuvas como
o tal van der Veer, primeira vítima das criaturas. Dewey acaba se envolvendo
demais na investigação e quase surtando, aponta o índio Eddie Holt (Edward
James Olmos) como culpado e tem a ajuda do legista Whittington (Gregory Hines),
do zoólogo nerd Fergusson (Tom Noonan) e de seu superior, Warren (Dick O’Neill)
– todos mortos brutalmente pelos animais, nas cenas que são o ponto forte do
filme – e de sua parceira/futuro par romântico, Diane Venora. Uma das
curiosidades é que foi o primeiro filme a utilizar o recurso da visão
termográfica como POV, para passar a ideia da visão dos lobos. Esse efeito de
câmera, como bem sabemos, acabou sendo popularizado em Predador, lançado
em 1987, e nos demais filmes da série. E também um dos primeiros a usar uma
técnica sonora chamada Megasound, criada pela Warner Bros., um sistema surround
de alto impacto, prévia dos Dobly e DTS que estamos acostumados hoje em dia. Mas
o fato é que Lobos é um filme chato. Os únicos momentos interessantes
de suas quase duas horas de projeção (as quais Wadleigh ficou insatisfeito, mas
nunca lançou um Director’s Cut até hoje) são as cenas de sangreira,
quando os lobos atacam suas vítimas e arrancam suas cabeças e membros fora com
uma única dentada (!!!) e quando os amedrontadores animais finalmente aparecem
em cena e cercam os humanos incautos. O final é de doer de tão ruim, só para
constar. Bem, Lobos é um filme de lobisomem que não é bem um filme de
lobisomem. O famoso crítico Roger Ebert clama que é sobre “a possibilidade de
índios e lobos trocarem de almas”. Então tá. Já o personagem de Eddie Holt se
intitula metamorfo. Fica-se no ar qual a origem dos verdadeiros poderes
sobrenaturais dos “wolfen”, mas isso é um ponto positivo na real (ninguém gosta
de todas as explicações mastigadinhas). Existem outros filmes muito melhores
sobre as criaturas (tanto lobisomens, religiosamente falando ou lobos mesmo)
bem melhores que esse daqui, o que torna Lobos, bastante dispensável no
frigir dos ovos.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/05/14/434-lobos-1981/
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