Direção: Frank
Henenlotter
Roteiro: Frank
Henenlotter
Produção: Edgar
Ievins, Arnold H. Bruck (Produtor Executivo)
Elenco: Kevin
Van Hentenryck, Terri Susan Smith, Beverly Bonner, Robert Vogel, Diana Browne
Os anos 80 foram muito frutíferos para produções trash de
alta qualidade (não é contraditório?). Sam Raimi abriu a porteira com seu A Morte do Demônio para um estilo de filme que misturava
o splatter italiano, porém sem a pegada niilista, com altas doses de
humor e escracho, pegando orçamentos ridículos e trabalhando essa limitação em
prol do roteiro inovador e utilizando efeitos especiais e de maquiagens toscos,
que tornava esses filmes verdadeiras obras cultuadas. Um dos melhores
exemplares dessa safra do cinema de horror é Basket Case,
do diretor Frank Henenlotter. Henenlotter é um diretor americano, oriundo de
Long Island, Nova York, entusiasta e fã dos filmes exploitation exibidos
nas grindhouses durante os anos 70, que resolveu seguir carreira e
desenvolver filmes que fossem transgressores, com bastante sangue e violência
gráfica, mas com toques mordazes de humor ácido. Com uma ninharia de 33 mil
dólares, ele entrega um dos filmes mais toscos, sem noção e apaixonantes do
gênero. Basket Case traz a fraternal história de Duane Bradley (Kevin Van
Hetenryck), um jovem que acaba de se mudar para Nova York e alugar um quarto em
uma espelunca de hotel, andando de um lado para o outro com uma enorme cesta de
vime (daí o título do filme). Dentro dessa cesta ele carrega Belial, seu irmão
siamês, retirado cirurgicamente, que é violento, instável e completamente
deformado, que mais parece um chiclete mastigado com cabeça, tronco e braços! Duane
nasceu com o irmão preso em seu corpo, devido a uma má-formação genética. O
nascimento deles resultou na morte de sua mãe durante o trabalho de parto, e
seu pai inconsolável pela criatura que havia nascido acoplada em seu filho, o
rejeita, fazendo com que eles sejam criados por sua tia. Anos mais tarde, o pai
de Duane (e de Belial, consequentemente) resolve contratar uma junta médica,
formada pelos doutores Judith Kutter (Diane Browne), Harold Needleman (Llyod
Pace) e Julius Lifflander (Bill Freeman), para realizar a cirurgia de
separação, sem o consentimento dos dois, e se livrar de uma vez por todas
daquela aberração grotesca. A operação clandestina é um sucesso e Belial é
jogado no lixo, deixado a sua própria sorte. Porém Duane o resgata e começa a
acatar as ordens da criatura, comunicando-se com ele telepaticamente, e juntos
arquitetam uma vingança sangrenta, executada por Belial, contra todos os
responsáveis pela separação dos dois irmãos. Mas o grande problema é que
Belial, dominando por um incontrolável instinto ciumento assassino, começa a
interferir nos relacionamentos de Duane com outras pessoas, afastando e
tentando matar qualquer um que se ponha no caminho dos dois, incluindo Sharon
(Terri Susan Smith), a recepcionista de um dos médicos que vira interesse
amoroso de Duane. Sério, esse filme é fantástico, apesar de toda a premissa
completamente nonsense. As cenas em que Belial aparece é de rolar no chão de
rir, tamanho a podreira. Principalmente quando é usado uma figura de barro, com
seus movimentos filmados em stop-motion ou então é mostrada apenas a
mão de borracha da criatura (manipulada pelo próprio diretor). E as mortes são
extremamente violentas, com muita profusão de sangue (que são até bem feitas,
tendo em vista toda a limitação técnica e financeira de Henenlotter), que é o
que os fãs dos filmes B mais adoram nesse tipo de produção. Alguns detalhes
curiosos do filme, é que ele levou quase um ano para ser concluído, já pela
famosa falta de verba, e também pelo fato de ser gravado somente nos finais de
semana, e a maioria dos créditos finais são falsos, já que a equipe era
extremamente pequena e enxuta, e para não ficarem repetindo os nomes, os
produtores decidiram inventar nomes fictícios. E por incrível que pareça, todas
as sequências rodadas dentro do Hotel Broslin, onde Duane fica hospedado com a
coisa e somos apresentados a quase todos os personagens secundários do longa,
foram rodadas em diferentes locações e colocadas juntas de forma exímia na
edição, parecendo que foram feitas em um local apenas. Basket Case fez um
baita sucesso, muito graças a popularização do VHS já nesse começo dos anos 80,
e até ganhou duas continuações, também dirigidas por Henenlotter. O diretor
ainda entregaria outras duas pérolas do cinema trash: O Soro do Mal e Frankenhooker – Que Pedaço de Mulher,
antes de cair de vez no ostracismo, por não se sujeitar a imposições criativas
e regras das produtoras e distribuidoras, preferindo desistir dos seus filmes
ao ter esse tipo de cabresto em sua obra. Isso prova o quanto Hollywood é
injusta com seus inventivos diretores.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/06/03/449-basket-case-1982/
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