Direção: John
Carpenter
Roteiro: Bill
Lancaster (baseado na história de John W. Campbell Jr.)
Produção:Davis Foster e Lawrence Truman,
Stuart Cohen (Co-Produtor), Larry J. Franco (Produtor Associado), Wilbur Stark
(Produtor Executivo)
Elenco:
Kurt
Russel, Wilford Brimley, T.K. Carter, David Clennon, Keith David
A máxima experiência em terror
alienígena. John Carpenter pegou um sci-fi dos anos 50, chamado O Monstro do Ártico,
inspirado no livro Who Goes There? de
John W. Campbell, e transformou em um dos cinco melhores filmes de terror de
todos os tempos na minha opinião, em O Enigma de Outro Mundo, que
infelizmente, recebeu aqui no Brasil um dos piores nomes possíveis e
imagináveis, sendo que a tradução literal de seu título original, A Coisa,
soaria perfeito. O ano é 1982, o mesmo ano do meu nascimento, e a história de uma
forma alienígena que assimila a aparência e comportamento humanos ao atacar um
grupo de pessoas isoladas em uma base no ártico, fracassa de forma retumbante
nos cinemas. Isso porque duas semanas antes do filme estrear, Steven Spielberg
coloca nas telas seu arrasa quarteirão de bilheteria E.T. – O Extraterrestre. E
claro, que encantados com o adorado visitante baixinho e pescoçudo que diz
“telefone, minha casa”, os americanos não estavam preparados para um filme
claustrofóbico, sujo e repleto de criaturas asquerosas transmorfas vindas de
outro planeta. Mas essa injustiça foi corrigida e o longa mais tarde se
tornaria cultuado e um dos mais influentes filmes de terror e ficção científica
da década de 80. Quem assiste a fita não imagina que ela foi filmada durante o
verão em plena Los Angeles ensolarada. Foi preciso seis estúdios da Universal
para dar vida ao gélido ambiente ártico, além de locações externas no Alasca e
na Colúmbia Britânica. O visual, ou melhor dizendo, os visuais das criaturas
foram criados em conjunto por Carpenter, o roteirista Bill Lancaster e o
maquiador Rob Bottin (o mesmo de Grito
de Horror). Durante a produção, o sigilo para
que a aparência do alienígena não vazasse foi tanto, que foi proibida qualquer
foto durante o período de pré ou pós produção. Muito do sucesso e da
credibilidade do filme devem também aos efeitos especiais criados por Roy
Arbogast e os efeitos visuais do mestre Albert Whitlock, sem contar a
contundente trilha sonora minimalista do italiano Ennio Morricone. Começa com
um helicóptero norueguês perseguindo um cachorro em meio a inóspita e branca
paisagem antártica, tentando matá-lo. O animal se refugia em uma base
americana, onde um dos membros é o piloto R. J. MacReady, interpretado por Kurt
Russel. Os dois noruegueses que pilotavam o helicóptero acabam mortos e
MacReady e o Dr. Cooper resolvem ir até a base deles para tentar entender o que
aconteceu. Ao chegarem lá, descobrem que todos estão mortos, e que eles
desenterraram algo do gelo que conseguiu escapar. O cão mostra-se então
infectado pelo alienígena e durante a noite tenta assimilar outros animais no
canil, quando é descoberto pelos membros da base e impedido, não antes de
conseguir fugir. O que se segue é um clima de paranoia constante, sem que
ninguém possa confiar em ninguém por não poder se determinar com exatidão quem
está realmente infectado ou não, já que o alienígena transforma-se em uma
réplica perfeita. Tudo complica ainda mais quando o Dr. Blair descobre que se o
alienígena deixar a base, seria capaz de assimilar toda a população mundial em
poucas horas, dando fim à nossa existência na terra. Os espectadores foram
pegos de surpresa com O Enigma de Outro Mundo. Nenhum filme até então tinha
apresentado criaturas tão repugnantes de tantas formas diferentes. Nunca a
presença alienígena na terra tinha sido tão assustadora, gosmenta e
sanguinária. Nem mesmo em clássicos como Os Invasores de Corpos, que
também trabalha a ideia de pessoas sendo trocadas por seres de outros planetas.
Podemos afirmar que Carpenter elevou o nível do horror cinematográfico a um
novo patamar, graças a exposição grotesca inédita de carne, sangue, ossos e
matéria disforme. Mas apesar dos efeitos visuais espetaculares, o que sustenta
todo filme, impedindo que caia em uma armadilha de um filme de terror barato, é
a forma como é trabalhada as desavenças internas e o medo do desconhecido, já
que ninguém consegue provar quem é quem dentro daquele confinado ambiente, sem
contato externo com o resto do mundo e isolados por uma terrível nevasca. Os
pobres homens presos ali são seus próprios inimigos. E Carpenter sabe explorar
e potencializar como ninguém esse sentimento, criando um clima sombrio de
tensão à flor da pele e que chega quase a beirar o insuportável. Para mim, é o
melhor filme do diretor, e olha que ele tem vários outros clássicos filmes de
terror no currículo, como Halloween – A Noite do Terror, A Bruma Assassina e Christine – O Carro Assassino.
Indispensável.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/06/05/451-o-enigma-de-outro-mundo-1982/
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