Direção: Sam Raimi
Roteiro: Sam
Raimi
Produção: Robert
G. Tapert, Irvin Shapiro, Gary Holt (Produtor Associado), Sam Raimi e Bruce
Campbell (Produtores Executivos)
Elenco: Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Richard DeManincor, Betsy Baker,
Theresa Tilly
Se me pedissem para
definir o gênero splatter em
um único filme, esse filme seria A Morte do
Demônio,
ou Evil Dead para os
íntimos! E sem dúvida nenhuma, Sam Raimi é o cara. Ele mudou o destino do
cinema de terror para sempre provando que se pode fazer algo experimental
extremamente inteligente, com um roteiro bacana apenas reciclando ideias já
existentes, mesclando forte inspiração do cinema gore italiano com o cinema adolescente americano, orçamento
irrisório, efeitos especiais beirando o ridículo e cinco atores amadores para
sustentar 85 minutos de fita. É o terror cult definitivo! Hoje é praticamente impossível enxergar
algo além do trash e
do cômico em A Morte do Demônio.
Uma garota sendo estuprada por galhos de árvore, bonecões mal feitos, sangue
falso abundante, maquiagem de quinta categoria e animações de massinha em stop-motion. Eu tinha ficado
realmente muito impressionado, tanto que era um dos filmes mais assustadores na
minha opinião, até revê-lo com mais idade. E isso também aconteceu com a
plateia em 1981, tanto que o filme foi censurado e proibido (novidade) e fez
mais de 29 milhões de dólares de bilheteria mundial, contra um orçamento de 300
mil dólares. Imagine então que esse cara depois veio a dirigir a milionária
trilogia do Homem-Aranha com um caminhão de dinheiro! Sam Raimi partiu do
famoso princípio “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” e juntou seus amigos
de faculdade, Robert Tapert para produzir (com que tem uma produtora de filmes
de terror hoje em dia, a Ghost House Pictures) e um até então desconhecido
Bruce Campbell para estrelar. Bebendo na fonte dos diretores dos anos 70 como
Dario Argento, Tobe Hooper e Brian De Palma, Raimi utiliza toda a criatividade
que se é possível com dinheiro de pinga e cria movimentos de câmera ousados, em
um travelling que faz
às vezes da terrível criatura kandariana despertada na floresta ao perseguir
suas vítimas, que o levou a ser considerado um dos novos diretores mais
promissores da época e virou uma de suas marcas registradas. Na história, cinco
jovens vão passar uma noite em uma cabana abandonada no meio da floresta. No
porão da cabana, encontram uma gravação feita por um arqueólogo que fazia
expedições nas ruínas da antiga cidade de Kandar e também um livro que é
denominado O Livro dos Mortos, claramente inspirado no Necronomicon de H.P.
Lovecraft (o livro ganharia até o mesmo nome nas continuações). Numa diversão
sadia e despretensiosa, começam a ouvir a gravação (originalmente os personagens
fumariam maconha enquanto escutavam, e os atores resolveram fazer o mesmo para
dar mais, hã, realidade à cena, que teve de ser refeita pois todos estavam
MUITO LOUCOS), que faz com que um mal secular desperte no bosque lá fora,
atacando um por um, que vão se transformando em criaturas demoníacas de
maquiagem tosca. E eis que surge Ashley ‘Ash’ J. Williams, personagem
eternizado por Bruce Campbell (brother the
Raimi, sendo que ambos fizeram vários curtas de 8mm durante a faculdade,
incluindo aí Within the Woods,
em 1978, que deu origem ao A Morte
do Demônio que começa como um baita loser cagando de medo das criaturas e no decorrer do filme
ao ser banhado por sangue, obrigado a decepar a própria namorada, e ter que
tomar outras medidas extremas, vai se transformando em um maluco afetado até
virar um verdadeiro badass da Idade Média no terceiro filme da
trilogia, com uma das mãos cortadas sendo substituída por uma motosserra e sua
espingarda cano duplo de cabo de nogueira comprada na S. Mart (“This is my boomstick!”). E todos
esses toques peculiares de podreira que Raimi conferiu ao filme com sua
genialidade para driblar os problemas orçamentários, fora a criação de toda uma
mitologia até hoje serve como inspiração, transformaram no cult de horror definitivo
(repito), e também o mesmo vale em suas continuações, o que faz da
trilogia Evil Dead algo
deliciosamente imperdível, para fã do gênero nenhum botar defeito! Afinal, Ash
é adorado por 11 em cada 10 amantes do horror! Como bem sabemos, no ano passado
o tão esperado remake / reboot / continuação / whatever de A Morte do Demônio chegou às
telas, com uma pegada completamente diferente do original, deixando todo o tom
criado por Sam Raimi de lado, apostando mais em uma carga dramática diferente
nos personagens, cenas realmente apavorantes e com um violento apelo visual e
ótimos efeitos especiais e de maquiagem, maaaaaaaas que acaba não tendo o mesmo
charme que o filme de Ash e companhia. Eu particularmente não gosto muito,
porém vale a conferida. Ah, uma outra dica BEM bacana para quem é fã de
carteirinha do filme, como eu, é o livro Evil Dead – A Morte do Demônio [Arquivos Mortos] da excelente
editora Darkside Books, lançado inclusive em edição limitada de capa dura aqui
no Brasil, trazendo os bastidores, entrevistas e curiosidades da filmagem deste
clássico, compilados e escrito por Bill Warren.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/05/16/436-a-morte-do-demonio-1981/
1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER
684 1982 Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (The Evil Dead)
1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER
684 1982 Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (The Evil Dead)
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