Direção: George Mihalka
Roteiro: Stephen A. Miller, John Beaird
Produção: John Durning, Andre Link, Stephen A. Miller, Lawrence
Nesis (Produtor Executivo)
Elenco: Paul Kelman, Lori Hallier, Neil Affleck, Keith Knight, Alf
Humphreys
O sucesso de Sexta-Feira 13 fez com que uma enxurrada de
filmesslasher invadissem os cinemas no início dos anos 80. Entre eles, o
canadense Dia dos Namorados
Macabros é
um dos mais famosos e cultuados do gênero. Além disso, Dia dos Namorados
Macabro é mais um daqueles filmes que tem, hã, sabor de infância, se assim
posso dizer. Foi um dos filmes que assisti em VHS quando era bem pivete, quando
foi lançado por aqui pela extinta CIC Vídeo, lembram? E um detalhe bem
interessante é que na fita, havia um trailer de Sexta-Feira 13 – Parte 2,
também do ano de 1981 (que foi um ano extremamente frutífero para
os slasher movies, tendo a quantidade de 30 deles produzidos!!!). Sim, eu
lembro dessas coisas! Enfim… Dirigido pelo desconhecido George Mihalka, a trama
se passa na cidade mineradora de Valentine Bluff, onde uma tragédia assolou
toda a comunidade durante o Dia dos Namorados (que por lá é comemorado em 14 de
fevereiro, dia de São Valentim, e não enxertado no meio de junho por motivos
meramente comerciais como aqui no Brasil). Empolgados com o tradicional baile
anual, dois supervisores das minas fizeram seu trabalho de forma meia-boca, sem
checar os níveis de gás metano, e foram correndo para a festa, deixando cinco
mineiros no local, que devido a um vazamento resultando em uma explosão, são
enterrados vivos. Durante semanas houve um intenso trabalho de resgate para
tirá-los do interior das minas, quando finalmente eles encontram apenas um mineiro
com vida: Harry Warden, que sobreviveu esse tempo se alimentando dos
companheiros mortos e caiu na mais profunda loucura. Warden foi direto das
minas para o sanatório, onde ficou durante um ano, até receber alta. E olhe só
que coincidência, ele é colocado na rua na véspera do Dia dos Namorados.
Desequilibrado e sedento por vingança, Harry veste sua roupa com capacete e
mata violentamente os dois supervisores, arrancando o coração de um e metendo
dentro de uma daquelas caixas em formato de coração, junto com um aviso: nunca
mais o baile dos namorados deveria se realizado! Pois bem, passam-se 20 anos e
a atual administração de Valentine Bluff resolve ignorar o aviso, preparando-se
para dar o primeiro baile depois em todo esse tempo. Essa é a deixa para que
novos assassinatos brutais comecem a acontecer pela cidade. O prefeito Hanniger
(Larry Reynolds) e o chefe de polícia Jake Newby (Don Francks) acreditam que a
culpa é de Harry Warden, que escapou do hospital e está atormentando a cidade
novamente, vestido com a sua roupa de minerador, lanterna no capacete, picareta
nas mãos e uma sinistra respiração ofegante enquanto espreita suas vítimas. Paralelo
a isso, somos apresentados ao grupo de mineiros e a um triângulo amoroso entre
T.J. (Paul Kelman), filho do prefeito que havia deixado a cidadezinha e voltara
a pouco tempo, sua ex-namorada Sarah (Lori Hallier) e Axel Palmer (Neil
Affleck), atual namorado dela. Claro que sempre vai sair faísca enquanto esses
três estiverem perto. Após uma série de mortes, o baile finalmente é cancelado.
Mas como a festa não pode parar, os mineiros farristas e suas garotas resolvem
dar uma festinha na mina, prato cheio para que Warden coloque sua vingança em
prática. Mas será que Warden é mesmo o responsável por toda aquela matança?
(música de suspense). Claro que o filme irá reservar uma reviravolta no final
quando a descoberta do assassino é revelada. Algo que na época era até bacana,
mas que hoje em dia assistido de novo é um tremendo clichê, ainda mais para a
geração vinda depois de Pânico. Fora que ele segue aquela velha fórmula
dos filmes slasher, colocando dezenas de personagens inúteis para terem
suas vidas tiradas. E há várias incongruências no roteiro. Buracos que ficam do
tamanho do Grand Canyon quando a verdadeira face do assassinos nos é mostrada. Mas
o grande problema de Dia dos Namorados Macabro é que ele foi mutilado
pela censura, que atacou mais que a picareta de Harry Warden. Ao todo, nove
minutos foram cortados do filme, fazendo com que ele ficasse extremamente raso,
com todas as mortes off screen, tornando a fita muito bobinha, perto de
tanta coisa escabrosa que já havíamos visto até então no cinema de terror. E
isso acabou prejudicando muito o desempenho nas bilheterias e frustrando o
espectador pós-Sexta-Feira 13 com os efeitos de maquiagem de Tom Savini. Além
disso, algumas cenas ficaram até confusas e desconexas por conta de tantos
cortes severos que o filme recebeu. Mas eis que finalmente, em uma das poucas
vezes na história de Hollywood, uma refilmagem idiota e sem sentido teve a sua
serventia. Explico: em 2009 foi lançado o remakede Dia dos Namorados
Macabro, em 3D (não vou gastar dedo falando dessa bomba). E foi quando
finalmente a versão sem cortes do original foi lançada em DVD na terra do Tio
Sam. Com três minutos a mais, o que era um slasher sem graça virou
outro filme, que dá até gosto de assistir, graças ao produtor John Dunning, que
tinha os originais guardados. As mortes em Dia dos Namorados
Macabro ficaram então muito mais pesadas, gráficas e completamente
explícitas, com direito a um close do coração da primeira vítima de Warden
sendo arrancado; uma picaretada em um dos infelizes que atravessa sua garganta
e arrance seu olho da órbita; uma senhorinha sendo encontrada toda estropiada
dentro e uma máquina de lavar e duas cenas estarrecedoras dentro da mina:
quando Warden é pego canibalizando os companheiros mortos e no final, quando o
assassino decepa o próprio braço para conseguir escapar. Aí sim fomos
surpreendidos novamente! E ao assistir a versão do diretor, o fotograma dessas
cenas perdidas são de uma cor diferente, ficando evidente (e deliciosamente
tosco) todas as partes que o filme foi cortado pela censura.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/05/05/426-dia-dos-namorados-macabro-1981/
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