Direção: Lucio
Fulci
Roteiro: Lucio
Fulci, Dardano Sacchetti
Produção: Lucio
Fulci, Giovanni Masini
Elenco: Christopher
George, Catriona MacColl, Carlo De Mejo, Antonella Interlenghi, Giovanni
Lombardo Radice, Fabrizio Jovine
Lucio Fulci faz aqui
jus ao ciclo splatter italiano em todo seu louvor. Pavor na Cidade dos Zumbis, primeiro filme da
chamada Trilogia da Morte de Fulci, que segue com Terror nas Trevas e A Casa do Cemitério (ambos de 1981)
é um festival de escatologia gore, mortes violentas, nojentices, grosseria
e zumbis putrefatos, seguindo claramente uma trilha que o próprio italiano já
havia desbravado em seu Zumbi 2 – A Volta
dos Mortos,
no ano anterior. Há uma série de mortes gráficas, violentas e escabrosas, mas
nenhuma delas, absolutamente nenhuma, se compara a morte de uma garota que ao
ser encarada por uma maligno padre, começa a chorar sangue e VOMITAR TODOS OS
SEUS ÓRGÃOS INTERNOS! Essa definitivamente entra para a lista das mais bizarras
de toda a história do cinema! Então se esse é o ápice, não pense que Fulci
economiza nas demais execuções de Pavor na Cidade dos Zumbis, não. Coloque
aí nessa conta outros momentos ímpares de sangreira desmedida, como o pobre
diabo personagem de Giovanni Lombardo Radice (o mesmo de House on the Edge of
the Park de
Rugero Deodato) tendo sua cabeça perfurada por uma broca de um lado a outro, ou
os zumbis que adoram escalpelar e arrancar os cérebros de suas vítimas com as
próprias mãos com tanta facilidade, como se não estivessem protegidas pela
caixa craniana e depois jogar para os ratos fazerem uma boquinha. Isso sem
contar o visual nojento dos zumbis (criador por Franco Rufini) e até uma chuva
de bigatos tem sua vez. E todas essas bizarrices apenas para servir de recheio
para um filme que tem um roteiro completamente sem pé nem cabeça (escrito, se é
que podemos usar o verbo escrever neste caso, pelo próprio Fulci e pelo seu
habitual parceiro Dardano Sacchetti). Resumamos a trama em um parágrafo: Uma
médium, Mary Woodhouse (Catrina MacColl) tem uma visão aterradora de um padre
sinistro chamado William Thomas (Fabrizio Jovine) se suicidando durante uma
sessão espírita. Ela “morre” durante o ato e quase é enterrada viva, descoberta
pelo jornalista Peter Bell (Christopher George), e ambos partem para a
cidadezinha de Dunwich (inspirado no palco de uma história de H.P. Lovecraft), que sequer está no
mapa, mas eles conseguem encontra-la, e lá recebem a ajuda do psicólogo Gerry
(Carlo de Mejo) e da pintora Emily Robbins (Antonella Interlenghi) para impedir
que uma estranha maldição tome curso na Noite de Todos os Santos e traga os
mortos de volta à vida. E é isso, caro leitor. Nem tente encontrar pelo em ovo
e procurar algum nexo durante os 93 minutos de duração da fita porque você
apenas irá se irritar com a preguiça do tamanho de um bonde de se tentar pelo
menos desenvolver uma enredo. E sabemos muito bem que Fulci, por mais que seja
reverenciado no cinema de terror, nunca foi um contador de histórias, e sim um
diretor visceral com apreço pelo gore, responsável por popularizar
o splatter vindo da Terra da Bota. Então, nesse fiapo de roteiro,
pesa a mão grosseira do diretor em chocar com cenas realmente viscerais e
banhos e mais banhos de sangue falso. Isso sem contar o ritmo completamente
arrastado (afinal, nada acontece, nada consegue prender o público tirando as
esparsas cenas de morte) até chegarmos aos zumbis voltando à vida no final, e
aparecendo do nada para comer os humanos vivos, uma ridícula incursão às
catacumbas da cidade na busca do túmulo do blasfemo padre Thomas, um final
apressado e com uma solução ridícula e uma última cena, que até hoje, tento
entender qual é sua finalidade, por que ela existe e o que significa, pouco
antes dos créditos subirem. Ah! e lembra da fatídica cena da pessoa vomitando
os órgãos? Então, a atriz Daniela Doria (que inclusive na sua curta presença na
tela é namoradinha do personagem interpretado pelo futuro diretor Michele
Soavi) engoliu e regurgitou um prato de tripa. Corajosa, a garota. Nas cenas em
close, uma cabeça falsa foi usada, onde os órgãos melequentos eram expelidos de
forma mais forçada por meio de uma bomba que ia bombeando a nojeira para fora. Pavor
na Cidade dos Zumbis podia ser um curta-metragem com uma compilação de
todo o gore que Fulci destilou nessa bagaceira trash. É até
difícil escrever uma resenha de um filme sobre nada. Mas não deixa de ser
divertido assisti-lo, se você é o típico fã dessas podreiras Made in Italy.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/04/15/415-pavor-na-cidade-dos-zumbis-1980/
Nenhum comentário:
Postar um comentário