sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

#415 1980 PAVOR NA CIDADE DOS ZUMBIS (Paura nella città dei morti viventi / City of the Living Dead, Itália)


Direção: Lucio Fulci
Roteiro: Lucio Fulci, Dardano Sacchetti
Produção: Lucio Fulci, Giovanni Masini
Elenco: Christopher George, Catriona MacColl, Carlo De Mejo, Antonella Interlenghi, Giovanni Lombardo Radice, Fabrizio Jovine

Lucio Fulci faz aqui jus ao ciclo splatter italiano em todo seu louvor. Pavor na Cidade dos Zumbis, primeiro filme da chamada Trilogia da Morte de Fulci, que segue com Terror nas Trevas e A Casa do Cemitério (ambos de 1981) é um festival de escatologia gore, mortes violentas, nojentices, grosseria e zumbis putrefatos, seguindo claramente uma trilha que o próprio italiano já havia desbravado em seu Zumbi 2 – A Volta dos Mortos, no ano anterior. Há uma série de mortes gráficas, violentas e escabrosas, mas nenhuma delas, absolutamente nenhuma, se compara a morte de uma garota que ao ser encarada por uma maligno padre, começa a chorar sangue e VOMITAR TODOS OS SEUS ÓRGÃOS INTERNOS! Essa definitivamente entra para a lista das mais bizarras de toda a história do cinema! Então se esse é o ápice, não pense que Fulci economiza nas demais execuções de Pavor na Cidade dos Zumbis, não. Coloque aí nessa conta outros momentos ímpares de sangreira desmedida, como o pobre diabo personagem de Giovanni Lombardo Radice (o mesmo de House on the Edge of the Park de Rugero Deodato) tendo sua cabeça perfurada por uma broca de um lado a outro, ou os zumbis que adoram escalpelar e arrancar os cérebros de suas vítimas com as próprias mãos com tanta facilidade, como se não estivessem protegidas pela caixa craniana e depois jogar para os ratos fazerem uma boquinha. Isso sem contar o visual nojento dos zumbis (criador por Franco Rufini) e até uma chuva de bigatos tem sua vez. E todas essas bizarrices apenas para servir de recheio para um filme que tem um roteiro completamente sem pé nem cabeça (escrito, se é que podemos usar o verbo escrever neste caso, pelo próprio Fulci e pelo seu habitual parceiro Dardano Sacchetti). Resumamos a trama em um parágrafo: Uma médium, Mary Woodhouse (Catrina MacColl) tem uma visão aterradora de um padre sinistro chamado William Thomas (Fabrizio Jovine) se suicidando durante uma sessão espírita. Ela “morre” durante o ato e quase é enterrada viva, descoberta pelo jornalista Peter Bell (Christopher George), e ambos partem para a cidadezinha de Dunwich (inspirado no palco de uma história de H.P. Lovecraft), que sequer está no mapa, mas eles conseguem encontra-la, e lá recebem a ajuda do psicólogo Gerry (Carlo de Mejo) e da pintora Emily Robbins (Antonella Interlenghi) para impedir que uma estranha maldição tome curso na Noite de Todos os Santos e traga os mortos de volta à vida. E é isso, caro leitor. Nem tente encontrar pelo em ovo e procurar algum nexo durante os 93 minutos de duração da fita porque você apenas irá se irritar com a preguiça do tamanho de um bonde de se tentar pelo menos desenvolver uma enredo. E sabemos muito bem que Fulci, por mais que seja reverenciado no cinema de terror, nunca foi um contador de histórias, e sim um diretor visceral com apreço pelo gore, responsável por popularizar o splatter vindo da Terra da Bota. Então, nesse fiapo de roteiro, pesa a mão grosseira do diretor em chocar com cenas realmente viscerais e banhos e mais banhos de sangue falso. Isso sem contar o ritmo completamente arrastado (afinal, nada acontece, nada consegue prender o público tirando as esparsas cenas de morte) até chegarmos aos zumbis voltando à vida no final, e aparecendo do nada para comer os humanos vivos, uma ridícula incursão às catacumbas da cidade na busca do túmulo do blasfemo padre Thomas, um final apressado e com uma solução ridícula e uma última cena, que até hoje, tento entender qual é sua finalidade, por que ela existe e o que significa, pouco antes dos créditos subirem. Ah! e lembra da fatídica cena da pessoa vomitando os órgãos? Então, a atriz Daniela Doria (que inclusive na sua curta presença na tela é namoradinha do personagem interpretado pelo futuro diretor Michele Soavi) engoliu e regurgitou um prato de tripa. Corajosa, a garota. Nas cenas em close, uma cabeça falsa foi usada, onde os órgãos melequentos eram expelidos de forma mais forçada por meio de uma bomba que ia bombeando a nojeira para fora. Pavor na Cidade dos Zumbis podia ser um curta-metragem com uma compilação de todo o gore que Fulci destilou nessa bagaceira trash. É até difícil escrever uma resenha de um filme sobre nada. Mas não deixa de ser divertido assisti-lo, se você é o típico fã dessas podreiras Made in Italy.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/04/15/415-pavor-na-cidade-dos-zumbis-1980/

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