Direção: Bruce
D. Clark
Roteiro: Marc
Siegler e Bruce D. Clark
Produção: Roger Corman, Marc Siegler (Co-Produtor)
Elenco: Edward Albert, Erin Moran, Ray Walston, Zalman King, Robert
Englund, Sid Haig
Antes de tudo, quero
dizer duas coisas: primeiro, que Galáxia do Terror é um daqueles sci-fi bagaceiras
que é uma cópia vagabunda de Alien – O Oitavo Passageiro. Segundo é que o
mais emblemático para mim desta podreira produzida pelo Rei dos Filmes B, Roger
Corman, é uma cena em particular, envolvendo um verme e uma gostosa. Acho que
não só para mim, mas para todos, este é o momento ápice do filme, quando a
delicinha Dameia, papel da loirinha Taaffe O’Connell é estuprada por um bigato
gigante. Como é? ESTUPRADA POR UM BIGATO GIGANTE? Isso mesmo, um vermezão ataca
a heroína indefesa e começa a rasgar sua roupa, deixando-a peladinha,
besuntando-a com sua gosma e mandando ver na moça até que ela morre. Galáxia do
Terror é um trash daqueles bem vagabundos, produzido por Corman
para aproveitar o sucesso de Alien – O Oitavo Passageiro lançado dois
anos antes. E é tão nítido que eles tentaram copiar o visual da nave e do
planeta do filme de Ridley Scott, mas falharam miseravelmente, muito graças ao
seu parco orçamento – 700 mil dólares para ser mais exato. Para ilustrar melhor
o que estou falando, as paredes da nave foram feitos de pedaços de cartolina do
McDonald’s. Não preciso dizer mais nada, certo? Bem, a trama consiste em uma
equipe que parte em uma missão de resgate de uma nave espacial perdida no
planeta Morganthus, enviadas pelo Mestre do planeta Xirxes, que possui uma
aparência disforme com seu rosto brilhando em vermelho. Nessa equipe estão
todos os arquétipos possíveis desse tipo de filme, como a durona à lá Ripley,
Capitã Trantor (Grace Zabriskie), do comandante esquentadinho Baelon (vivido
por Zalman King, que mais tarde se tornaria produtor e diretor de filmes
eróticos como 9 ½ Semanas de Amor e Orquídea Selvagem), o herói
Cabren (o cover do Tom Selleck, Edward Albert), a sensitiva Alluma (Erin
Moran), o mudo Quuhod (Sid Haig, figurinha carimbada dos filmes de Rob Zombie),
o cozinheiro à lá Ash, Kore (o veterano Ray Walston), o medroso Cos (Jack
Blessing), e o segundo técnico Ranger (um pré-Freddy Kruger, Robert Englund). E
ah, a mocinha estuprada pelo verme (carinhosamente chamado de Maggie, the
Maggot), que originalmente seria devorada, mas perguntada de última hora pelo
diretor Bruce D. Clarke se ela toparia ser estuprada ao invés, ela aceitou e
não se opôs à cena de nudez. Tudo pela arte! Pois bem, o que eles não sabem, e
o espectador não sabe, é que aquele planeta maldito tem uma particularidade: os
piores medos e sombrios pesadelos de cada um se tornam realidade, e aos poucos,
toda a tripulação vai sendo exterminada um a um, e tanto faz se estão dentro de
suas naves, no meio do planeta, em uma ridícula pirâmide ou suas cavernas (onde
ficam numa boa sem capacetes) ou no interior da nave que deveria ser resgatada.
E pode contar que os efeitos especiais são de péssima qualidade para
representar a imaginação maligna de cada um. Exceto o verme, ponto alto dos
efeitos especiais, melhor ator do filme e responsável pela melhor sequência, só
porque a patricinha espacial tinha medo das criaturinhas nojentas. E um detalhe
curisosíssimo sobre Galáxia do Terror é que sabe como a loira deixa
seu medo aflorar? Quando ela encontra um braço decepado no chão cheio dos
bigatos. E você faz ideia de quem colocou essas larvas no braço? Ninguém menos
que James Cameron, responsável pelo design de produção do filme e diretor de
segunda unidade. Os produtores ficaram impressionados com a técnica do garoto,
que lhe deram seu primeiro trabalho como diretor, que foi nada menos que Piranhas 2 – Assassinas Voadoras. De lá para se
tornar o “Rei do Mundo” foi um pulo. Outra curiosidade é que o decorador de set
de Galáxia do Terror foi Bill
Paxton, antes de se tornar ator, e que trabalharia com Cameron em Aliens, o
Resgate, filme o qual o original inspirou descaradamente este aqui, e David
DeCoteau, diretor de outras bagaceiras trash, com seus 18 anos, teve seu
primeiro trabalho em Hollywood como assistente de produção. Trasheira até
dizer chega, Galáxia do Terror é ridículo assistido depois de velho,
com seus efeitos especiais bisonhos, cenários picaretas, roteiro pilantra e
atuações sofríveis. Mas é recomendado para os saudosistas, pois lá nos seus
idos dos anos 80, impressionou, aterrorizou a molecada da minha geração.
FONTE:
http://101horrormovies.com/2014/05/06/427-galaxia-do-terror-1981/
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