segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

#427 1981 GALÁXIA DO TERROR (Galaxy of Terror, EUA)


Direção: Bruce D. Clark
Roteiro: Marc Siegler e Bruce D. Clark
Produção: Roger Corman, Marc Siegler (Co-Produtor)
Elenco: Edward Albert, Erin Moran, Ray Walston, Zalman King, Robert Englund, Sid Haig

Antes de tudo, quero dizer duas coisas: primeiro, que Galáxia do Terror é um daqueles sci-fi bagaceiras que é uma cópia vagabunda de Alien – O Oitavo Passageiro. Segundo é que o mais emblemático para mim desta podreira produzida pelo Rei dos Filmes B, Roger Corman, é uma cena em particular, envolvendo um verme e uma gostosa. Acho que não só para mim, mas para todos, este é o momento ápice do filme, quando a delicinha Dameia, papel da loirinha Taaffe O’Connell é estuprada por um bigato gigante. Como é? ESTUPRADA POR UM BIGATO GIGANTE? Isso mesmo, um vermezão ataca a heroína indefesa e começa a rasgar sua roupa, deixando-a peladinha, besuntando-a com sua gosma e mandando ver na moça até que ela morre. Galáxia do Terror é um trash daqueles bem vagabundos, produzido por Corman para aproveitar o sucesso de Alien – O Oitavo Passageiro lançado dois anos antes. E é tão nítido que eles tentaram copiar o visual da nave e do planeta do filme de Ridley Scott, mas falharam miseravelmente, muito graças ao seu parco orçamento – 700 mil dólares para ser mais exato. Para ilustrar melhor o que estou falando, as paredes da nave foram feitos de pedaços de cartolina do McDonald’s. Não preciso dizer mais nada, certo? Bem, a trama consiste em uma equipe que parte em uma missão de resgate de uma nave espacial perdida no planeta Morganthus, enviadas pelo Mestre do planeta Xirxes, que possui uma aparência disforme com seu rosto brilhando em vermelho. Nessa equipe estão todos os arquétipos possíveis desse tipo de filme, como a durona à lá Ripley, Capitã Trantor (Grace Zabriskie), do comandante esquentadinho Baelon (vivido por Zalman King, que mais tarde se tornaria produtor e diretor de filmes eróticos como 9 ½ Semanas de Amor e Orquídea Selvagem), o herói Cabren (o cover do Tom Selleck, Edward Albert), a sensitiva Alluma (Erin Moran), o mudo Quuhod (Sid Haig, figurinha carimbada dos filmes de Rob Zombie), o cozinheiro à lá Ash, Kore (o veterano Ray Walston), o medroso Cos (Jack Blessing), e o segundo técnico Ranger (um pré-Freddy Kruger, Robert Englund). E ah, a mocinha estuprada pelo verme (carinhosamente chamado de Maggie, the Maggot), que originalmente seria devorada, mas perguntada de última hora pelo diretor Bruce D. Clarke se ela toparia ser estuprada ao invés, ela aceitou e não se opôs à cena de nudez. Tudo pela arte! Pois bem, o que eles não sabem, e o espectador não sabe, é que aquele planeta maldito tem uma particularidade: os piores medos e sombrios pesadelos de cada um se tornam realidade, e aos poucos, toda a tripulação vai sendo exterminada um a um, e tanto faz se estão dentro de suas naves, no meio do planeta, em uma ridícula pirâmide ou suas cavernas (onde ficam numa boa sem capacetes) ou no interior da nave que deveria ser resgatada. E pode contar que os efeitos especiais são de péssima qualidade para representar a imaginação maligna de cada um. Exceto o verme, ponto alto dos efeitos especiais, melhor ator do filme e responsável pela melhor sequência, só porque a patricinha espacial tinha medo das criaturinhas nojentas. E um detalhe curisosíssimo sobre Galáxia do Terror é que sabe como a loira deixa seu medo aflorar? Quando ela encontra um braço decepado no chão cheio dos bigatos. E você faz ideia de quem colocou essas larvas no braço? Ninguém menos que James Cameron, responsável pelo design de produção do filme e diretor de segunda unidade. Os produtores ficaram impressionados com a técnica do garoto, que lhe deram seu primeiro trabalho como diretor, que foi nada menos que Piranhas 2 – Assassinas Voadoras. De lá para se tornar o “Rei do Mundo” foi um pulo. Outra curiosidade é que o decorador de set de Galáxia do Terror foi Bill Paxton, antes de se tornar ator, e que trabalharia com Cameron em Aliens, o Resgate, filme o qual o original inspirou descaradamente este aqui, e David DeCoteau, diretor de outras bagaceiras trash, com seus 18 anos, teve seu primeiro trabalho em Hollywood como assistente de produção. Trasheira até dizer chega, Galáxia do Terror é ridículo assistido depois de velho, com seus efeitos especiais bisonhos, cenários picaretas, roteiro pilantra e atuações sofríveis. Mas é recomendado para os saudosistas, pois lá nos seus idos dos anos 80, impressionou, aterrorizou a molecada da minha geração.
FONTE: http://101horrormovies.com/2014/05/06/427-galaxia-do-terror-1981/

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