Direção:
Lucio Fulci
Roteiro:
Elisa Briganti, Dardano Sacchetti
Produção:
Fabrizio de Angelis
Elenco:
Christopher Connelly, Laura Lenzi, Brigitta Boccolli, Giovanni Frezza, Cinzia
de Ponti, Cosimo Cinieri
Manhattan Baby é o
filme que marca o final da parceria entre Lucio Fulci e o produtor Fabrizio de
Angelis. Juntos, os dois foram responsáveis pelos mais emblemáticos filmes do
diretor, que ao mesmo tempo se tornaram alguns dos mais importantes do gênero
no cinema italiano. Em 1979, Fulci dirige e Angelis produz Zumbi 2 – A Volta dos Mortos, e como bem sabemos, mudou as diretrizes do cinema
italiano de terror e do cinema de zumbi por assim dizer. Fulci adotou de vez
o splatter em seus
trabalhos, e veríamos claramente seu apreço pelo gore, pela brutalidade gráfica e pelo grosseiro em seus filmes
seguintes, como a famosa Trilogia da Morte, que conta com Pavor na Cidade dos Zumbis, Terror
nas Trevas e A Casa do Cemitério, que eu considero seu último bom trabalho. Depois Fulci caiu em uma
espiral de decadência e seus filmes seguintes, mesmo ainda produzidos por De
Angelis, mostraram-se verdadeiros desastres, e Manhattan Baby é uma verdadeira bomba. Foi um fracasso de
bilheteria e também marcou um point of no return para o cinema
italiano, pois os distribuidores passaram a encontrar sérias dificuldades no
mercado internacional, e pequenas produtoras, como a própria Fulvia Films de
Angelis, que eram focadas em cinema de gênero, produzidos de forma rápida e
barata, fecharam suas portas. Pois bem, estou enrolando um pouco em
resenhar Manhattan Baby,
certo? É porque o filme é MUITO RUIM. Mas assim, chega a ser inenarrável de tão
ruim. História chinfrim, atuações bisonhas, pobreza em todos os sentidos e uma
cena de ataque de águias empalhadas digna de Horrorcast, de rolar no chão de rir (que consegue superar o infame
ataque das aranhas em Terror nas
Trevas ou do morcego em A Casa do Cemitério). Bem, em férias no Egito, o egiptólogo,
Professor George Hacker (Christopher Connelly) está no meio de uma escavação
quando ao adentrar em uma tumba, acaba sendo atingido por um misterioso (e
tosco) raio azul e fica temporariamente cego, enquanto sua filha de dez anos,
Susie (Brigitta Boccolli) recebe um amuleto de uma sinistra senhora cega. Ao voltarem
à Nova York, Susie começa a se comportar de forma estranha, afetada pelo poder
do amuleto, assim como seu irmão mais novo, Tommy (o insuportável Giovanni
Frezza). Os dois pentelhos descobrem que com o amuleto, eles conseguem abrir
portais dimensionais em seu quarto e ficam entrando e saindo delas. Daqui para
frente é pano para manga para Fulci desfilar muitas cenas patéticas, como
animais tipo cobras e escorpiões que vão aparecendo do nada para dar cabo
daqueles que estão prestes a descobrir a verdade sobre Susie e o amuleto,
mortes enfadonhas, não conseguindo chegar próximo de nenhum clímax sobrenatural
interessante. Com a ajuda do antiquário Adrian Mercato (Cosimo Cinieri) – nome
pego emprestado de O Bebê
de Rosemary –
eles descobrem que há todo um simbolismo sinistro por trás do amuleto e
que Susie absorveu sua energia, ficando possuída por essa poderosa entidade
maligna egípcia.
ALERTA DE SPOILER. Pule
para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
Mercato ainda manja de antigos rituais mágicos
egípcios e conjura um feitiço que canaliza toda a energia funesta das crianças,
fazendo com que a maldição recaia sobre ele. George então descarta o amuleto no
fundo do rio para encerrar o calvário e que ele não fizesse mais mal a
ninguém. BORING! Mas, há
uma única cena emblemática, única coisa que vale aguentar quase 90 minutos
dessa porcaria. Quer dizer, emblemática se você é fã de podreira do mais baixo
calibre. Mercato em sua loja de antiguidades é atacada por um trio de aves
empalhadas. Misture Birdemic –
Shock and Terror com o ataque dos animais empalhados de Conde
Drácula de
Jesús Franco, e aí você consegue vislumbrar mais ou menos o que é essa
sequência patética. Claro que falando de Fulci, será sangrentíssima com os
bichos arrancando nacos de carne do rosto do pobre diabo com suas bicadas. Mas
o melhor de tudo é você enxergar os barbantes, extremamente visíveis,
controlando o voo das aves. Impagável. Manhattan
Baby é de longe um dos piores filmes de Fulci. Essa mistura de
Itália com Egito não deu muito certo, não. Menos ainda que do Brasil com o
Egito. RÁ! E daqui para frente, é ladeira abaixo, pois nunca mais o diretor
voltaria a sua melhor forma.
FONTE:
https://101horrormovies.com/2014/06/11/455-manhattan-baby-1982/
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