segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

#455 1982 MANHATTAN BABY (Manhattan Baby / Evil Eye / Il malocchio / Possessed, Itália)


Direção: Lucio Fulci
Roteiro: Elisa Briganti, Dardano Sacchetti
Produção: Fabrizio de Angelis
Elenco: Christopher Connelly, Laura Lenzi, Brigitta Boccolli, Giovanni Frezza, Cinzia de Ponti, Cosimo Cinieri

Manhattan Baby é o filme que marca o final da parceria entre Lucio Fulci e o produtor Fabrizio de Angelis. Juntos, os dois foram responsáveis pelos mais emblemáticos filmes do diretor, que ao mesmo tempo se tornaram alguns dos mais importantes do gênero no cinema italiano. Em 1979, Fulci dirige e Angelis produz Zumbi 2 – A Volta dos Mortos, e como bem sabemos, mudou as diretrizes do cinema italiano de terror e do cinema de zumbi por assim dizer. Fulci adotou de vez o splatter em seus trabalhos, e veríamos claramente seu apreço pelo gore, pela brutalidade gráfica e pelo grosseiro em seus filmes seguintes, como a famosa Trilogia da Morte, que conta com Pavor na Cidade dos ZumbisTerror nas Trevas e A Casa do Cemitério, que eu considero seu último bom trabalho. Depois Fulci caiu em uma espiral de decadência e seus filmes seguintes, mesmo ainda produzidos por De Angelis, mostraram-se verdadeiros desastres, e Manhattan Baby é uma verdadeira bomba. Foi um fracasso de bilheteria e também marcou um point of no return para o cinema italiano, pois os distribuidores passaram a encontrar sérias dificuldades no mercado internacional, e pequenas produtoras, como a própria Fulvia Films de Angelis, que eram focadas em cinema de gênero, produzidos de forma rápida e barata, fecharam suas portas. Pois bem, estou enrolando um pouco em resenhar Manhattan Baby, certo? É porque o filme é MUITO RUIM. Mas assim, chega a ser inenarrável de tão ruim. História chinfrim, atuações bisonhas, pobreza em todos os sentidos e uma cena de ataque de águias empalhadas digna de Horrorcast, de rolar no chão de rir (que consegue superar o infame ataque das aranhas em Terror nas Trevas ou do morcego em A Casa do Cemitério). Bem, em férias no Egito, o egiptólogo, Professor George Hacker (Christopher Connelly) está no meio de uma escavação quando ao adentrar em uma tumba, acaba sendo atingido por um misterioso (e tosco) raio azul e fica temporariamente cego, enquanto sua filha de dez anos, Susie (Brigitta Boccolli) recebe um amuleto de uma sinistra senhora cega. Ao voltarem à Nova York, Susie começa a se comportar de forma estranha, afetada pelo poder do amuleto, assim como seu irmão mais novo, Tommy (o insuportável Giovanni Frezza). Os dois pentelhos descobrem que com o amuleto, eles conseguem abrir portais dimensionais em seu quarto e ficam entrando e saindo delas. Daqui para frente é pano para manga para Fulci desfilar muitas cenas patéticas, como animais tipo cobras e escorpiões que vão aparecendo do nada para dar cabo daqueles que estão prestes a descobrir a verdade sobre Susie e o amuleto, mortes enfadonhas, não conseguindo chegar próximo de nenhum clímax sobrenatural interessante. Com a ajuda do antiquário Adrian Mercato (Cosimo Cinieri) – nome pego emprestado de O Bebê de Rosemary – eles descobrem que há todo um simbolismo sinistro por trás do amuleto e que Susie absorveu sua energia, ficando possuída por essa poderosa entidade maligna egípcia.
ALERTA DE SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco.
Mercato ainda manja de antigos rituais mágicos egípcios e conjura um feitiço que canaliza toda a energia funesta das crianças, fazendo com que a maldição recaia sobre ele. George então descarta o amuleto no fundo do rio para encerrar o calvário e que ele não fizesse mais mal a ninguém. BORING! Mas, há uma única cena emblemática, única coisa que vale aguentar quase 90 minutos dessa porcaria. Quer dizer, emblemática se você é fã de podreira do mais baixo calibre. Mercato em sua loja de antiguidades é atacada por um trio de aves empalhadas. Misture Birdemic – Shock and Terror com o ataque dos animais empalhados de Conde Drácula de Jesús Franco, e aí você consegue vislumbrar mais ou menos o que é essa sequência patética. Claro que falando de Fulci, será sangrentíssima com os bichos arrancando nacos de carne do rosto do pobre diabo com suas bicadas. Mas o melhor de tudo é você enxergar os barbantes, extremamente visíveis, controlando o voo das aves. Impagável. Manhattan Baby é de longe um dos piores filmes de Fulci. Essa mistura de Itália com Egito não deu muito certo, não. Menos ainda que do Brasil com o Egito. RÁ! E daqui para frente, é ladeira abaixo, pois nunca mais o diretor voltaria a sua melhor forma.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/06/11/455-manhattan-baby-1982/

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