Direção: Juan Piquer Simón
Roteiro: Dick Randall, Joe D’Amato,
Juan Piquer Simón (não creditado)
Produção: Stephen
Minasia e Dick Randall
Elenco:
Christopher George, Lynda Day, Frank Baña, Edmund Purdom, Ian Sera, Paul L.
Smith, Jack Taylor
Fã do gore, celebre a existência
do transgressor O Terror da Serra Elétrica. Filme retardado, violento ao
extremo, cheio de nudez, litros e litros de sangue despejados na tela, gente
sendo desmembrada, decapitada, cortada ao meio. Absolutamente tudo que nos
choca e delicia. Essa preciosidade do mau gosto dirigida pelo espanhol Juan
Piquer Simón e saída da cabeça depravada do italiano Joe D’Amato (que escreve o
roteiro sob o pseudônimo de John Shadow) caminha entre uma linha tênue que o
separa do slasher americano (por conta do ambiente universitário,
belas jovens de pouca roupa sendo assassinadas por um assassino psicopata e
rapazes um mais bobo que o outro) e o giallo italiano (voyerurismo e
presença de um sujeito vestindo capote, chapéu e luvas pretas – inspirado no
personagem O Sombra da DC Comics), com um psicopata sexual matando a galera com
uma motosserra (tanto que o slogan do filme dizia que não era preciso você ira
até o Texas para ver um massacre com uma serra elétrica). Logo no
começo, O Terror da Serra Elétrica começa chutando o balde. No ano de
1942 em Boston, um garotinho de 10 anos chamado Timmy toma uma bronca de sua
mãe que o pega no flagra montando um quebra-cabeças com uma garota nua
(misteriosamente a moça do quebra-cabeça tem um visual dos anos 80, ano em que
foi lançado o longa e nem parece nada de longe as pinups dos anos 40, mas tudo
bem). O que o pequeno Timmy faz? Estraçalha a mãe a machadadas. A polícia chega
ao local após ninguém atender a porta, e Timmy finge demência se metendo a
chorar dentro do armário dizendo que um homem havia entrado e esquartejado sua
mãe. Passam-se quarenta anos, e o menino cresceu como um psicopata que ataca o
campus em busca de partes (daí o título em inglês, Pieces) das universitárias,
para montar um quebra-cabeça humano e assim remontar o cadáver de sua falecida
mãe. E é isso. O desenrolar beira o mambembe. Roteiro com mais buracos que as
estradas brasileiras, diálogos canhestros, situações inverossímeis (como os
policiais inúteis implorando pela ajuda de um jovem universitário e metendo uma
ex-tenista como professora de tênis infiltrada na universidade, ou o bruto
jardineiro que parece uma cópia do Bud Spencer dos filmes do Trinity), atores
de quinta categoria, mas muito, muito, muito gore, vísceras, sangue, sadismo,
mortes violentas e por aí vai. Atormentado por suas memórias infantis de
assassinato e com toda sua psicopatologia sexual à flor da pele, o maníaco à
solta começa a chacinar as beldades: a primeira é decapitada enquanto tomava
sol no jardim da universidade (assim, em plena luz do dia em um local público);
a segunda é arrastada de uma piscina por aquelas redinhas e feita em pedaços pela
motosserra; a terceira é uma dançarina que tem os braços decepados em um
elevador; a quarta é esfaqueada em uma cama de água, com uma facada final
atravessando sua nuca até a boca; e a última garota é o ponto alto da
selvageria gráfica, quando uma moçoila tenista é trancada no vestiário feminino
de topless e é literalmente cortada ao meio. Nesta violenta cena, uma carcaça
de porco foi utilizada para o close. Uma força tarefa formada pelo tenente
Bracken (Christopher George – da série Ratos do Deserto) e Mary Riggs
(Lynda Day George – da série Missão Impossível) e o estudante Kendall (Ian
Sera) tenta descobrir quem é o assassino, com a ajuda do esquisito professor de
anatomia, Prof. Brown (Jack Taylor) e do reitor da universidade (Edmund
Purdom). Não antes do fetichista ter conseguido arrancar as partes das garotas
e montar seu quebra-cabeça de carne e osso. O final ainda revela uma cena
absurda de uma genital masculina sendo mutilada por uma mão nua, quando já
pensamos que o assassino está mortinho da silva, mas é apenas uma liberdade
poética para encerrar a grosseria com chave de ouro. Absolutamente não se
atente a nenhum outro aspecto de O Terror da Serra Elétrica que não a
matança e a violência. A fita de Simón é cultuada por fãs e cineastas ao redor
do mundo. Eli Roth, diretor deCabana do Inferno e O
Albergue exclama como “uma obra-prima do sórdido começo dos anos 80” e
Brad Jones considera seu filme favorito, assim como um dos melhores filmes de
terror daquela década. Se você quiser saber absolutamente TUDO que um vídeo
precisa para entrar na lista proibida dos nasty videos, é só
assistir O Terror da Serra Elétrica, por conta da crueldade e
verossimilhança de suas cenas de mutilação. A fita também foi deixada em
pedaços pela censura (RÁ) e proibida em diversos países. A
versão uncut foi lançada nos EUA apenas em 2008, distribuída pela
Grindhouse Releasing
FONTE:
https://101horrormovies.com/2014/06/27/465-o-terror-da-serra-eletrica-1982/
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