Direção: John Carpenter
Roteiro: Bill Phillips (baseado
no livro de Stephen King)
Produção: Richard Kobritz, Larry
Franco (Co-produtor), Barry Bernardi (Produtor Associado) / Kirby McCauley e
Mark Tarlov (Produtores Executivos)
Elenco: Keith
Gordon, John Stockwell, Alexandra Paul, Robert Prosky, Harry Dean Stanton
Christine – O Carro Assassino é uma das adaptações mais
bacanas de um livro de Stephen King para as telas, e uma das preferidas do
próprio escritor. Dirigido pelo mestre John Carpenter, a história do garoto e
seu carro demoníaco é um daqueles filmes que temos orgulho em dizer que
gostamos, ainda mais por ele estar envolto em tanto saudosismo (passava à
exaustão no SBT, no Cinema em Casa. Até chegou a passar na sessão vespertina da
emissora em pleno 2011, a última vez que vi rolando na TV aberta, além das
infindáveis reprises no TCM). Para começar temos uma deliciosa trilha sonora,
repleta de clássicos do rock ‘n’ roll (o carro foi construído na década de 50 e
só toca rock clássico no seu auto rádio) com bandas como Rolling Stones,
Ritchie Valens, Dion & The Belmonts e Buddy Holly, entre outros, além da
emblemática Bad to the Bone de George Thorogood & The Destroyers,
que caiu como uma luva, para mostrar que o carro é mau até os ossos, ou melhor,
até os pistões. Christine é um Plymouth Fury 58 vermelho, que desde que saiu da
linha de montagem, é um carro maldito, tendo um poder sedutor sobre aquele que
é seu dono, e uma assassina fúria incontrolável contra quem se põe em seu
caminho (e de seu proprietário). E é esse relacionamento de amor doentio que o
carro possui por Arnie Cunningham (Keith Gordon), um fracassado nerd, daquele
estilo bem zero à esquerda, criado com leito com pera, que nunca beijou uma
garota, possui pais controladores e é vítima de bullying no colégio. Certo dia
depois de ter apanhado igual um saco de pancada pelo valentão da escola (que
acabou sendo suspenso) Arnie e seu melhor amigo, Dennis Guilder (John
Stockwell), encontram Christine toda detonada e caindo aos pedaços, no quintal
de um velho maluco, que o vende por 250 dólares. Foi amor (e obsessão) a
primeira vista. Porém, Arnie não sabe do histórico do carro, que o antigo
proprietário, Roland De Bay, irmão do tal velho, havia se suicidado dentro
dele, ligando a mangueira no escapamento e se asfixiando com o monóxido do
carbono no interior do veículo. Isso depois dele ter perdido a mulher e filhas
do mesmo jeito. A meta de vida de Arnie é consertar Christine e deixá-la como
nova, então ele coloca em prática todo seu conhecimento em mecânica e passa
horas e horas no ferro velho de Will Darnell (Robert Prosky), onde deixa também
o carro estacionado, por seus pais o proibirem de deixar o carro na garagem de
casa. Arnie deixa o carro impecável e como consequência, vai ficando cada vez
mais obcecado por ele, além e uma enorme mudança de atitude. De um perfeito
panacão, Arnie começa a se transformar em um arrogante e agressivo delinquente,
cheio de marra e autoconfiança, e como se não bastasse, ele até começa a pega a
menina mais gata do colégio, Leigh Cabot (Alexandra Paul). Então tudo bem né? O
cara tem um carrão, uma garota, deixou de ser umloser. Christine só fez o bem
para ele né? Não é bem por aí, porque Arnie passa a destratar os pais,
tornar-se violento, afasta-se do seu melhor amigo e até age como um verdadeiro
cafajeste com Leigh (que quase morre engasgada dentro do carro). E para piorar,
aquele valentão do começo do filme e sua gangue descobrem onde ele guarda
Christine e arrebentam com a máquina, deixando-a completamente destruída, para
se vingar da expulsão. A coisa é tão feia que eles chegam a defecar no painel. Daí o espírito maligno de Christine toma
forma, e percebe-se que o carro tem vontade e vida (!!!???) própria, começando
a matar um por um dos seus detratores, utilizando Arnie como fantoche. Cabe a
Dennis e Leigh, que terminou com Arnie e está saindo agora com seu melhor
amigo, que desconfiam de um quê sobrenatural na máquina, tentar impedir que o
carro continue seu rastro de matança sem freios (trocadilho infame, hein?). A
parte mais dolorosa dessa história toda é que foram destruídos por volta de 13
a 16 veículos, de 25 utilizados, durante as filmagens. E o Plymouth Fury só
teve 5.300 unidades fabricadas, é objeto raro de colecionador. Por isso em
algumas cenas de destruição foram usados modelos Dodge Belvedere, semelhantes
aos Plymouths. E é claro, que um carro como Christine, sempre foi o sonho de
consumo sobre quatro rodas, de qualquer fã de filmes de terror. Christine – O
Carro Assassino é um filme redondo. Funciona muito bem, com cenas de
suspense bem construídas, e algumas até impressionantes, como quando o carro
mostra seus poderes e começa a se reconstruir depois de completamente
danificado. A direção de Carpenter é precisa, sem inventar muito, mas também
sem deixar nada devendo. Além disso, o roteiro é muito fiel ao livro de Stephen
King. Livro esse que por incrível que pareça (a premissa de um carro assassino,
qualé?) é muito bom, envolvente e instigante, principalmente quando nos conta a
degradação psicológica de Arnie, que não é assim tão bem aproveitada no longa,
e sua possessão pelo espírito do antigo dono, Ronald Le Bay, ignorada no filme,
para dar mais espaço às espetaculares cenas com o carro possuído perseguindo
seus algozes.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/01/467-christine-o-carro-assassino-1983/
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