domingo, 7 de fevereiro de 2016

#469 1983 ELEVADOR ASSASSINO (De lift / The Lift, Holanda)


Direção: Dick Mass
Roteiro: Dick Mass
Produção: Matthijs van Heijingen
Elenco: Huub Stapel, Willeke van Ammelrooy, Josine van Dalsum, Liz Snoyink, Wiske Sterringa

O que esperar de um filme chamado O Elevador Assassino? Essa é uma dúvida recorrente que deve passar pela cabeça de qualquer espectador, mesmo sendo um fã do trash. Acontece que esse interessantíssimo exemplar do cinema de terror holandês é um filme surpreendente. Voltando um pouco ao pré-conceito ou ao juízo de valor que um título como esse pode despertar na cabeça do leitor mais incauto, O Elevador Assassino não é um filme trash religiosamente falando. Nada que se pareça com uma A Geladeria Diabólica da vida. Na verdade ele é um sci-fi, com boa dose de suspense, poucas cenas fortes de violência gráfica e claro, algumas ideias estapafúrdias datadas por conta da fita do diretor e roteirista Dick Maas ter sido lançada lá no começo dos anos 80. E O Elevador Assassino é mais um daqueles exemplares de filme de horror raçudo, feito na cara e na coragem, no meio de brigas entre Maas e o produtor Matthijs van Heljningen por divergência na escolha de atores (Maas acabou sendo despedido mas recontratado no dia seguinte), filmado em apenas 30 dias, todo em locação (o designer de produção Harry Ammerlaan teve que redecorar o mesmo corredor diversas vezes para se parecer com diferentes andares de um mesmo edifício) e com um orçamento que hoje seria algo equivalente a 350 mil euros. A trama homem ex machina consiste em uma teoria da conspiração nababesca onde uma empresa de componentes eletrônicos chamada Rising Sun Electronics está testando uma espécie de biochip, capaz de se reproduzir e dotado de inteligência artificial no elevador de um prédio de comercial. Esse elevador começa a apresentar um mau funcionamento, que na verdade é um comportamento errático que acaba matando diversas pessoas em seu interior, como um grupo de quatro sujeitos depois de uma farra que ficam presos e morrem sufocados logo em seu início (em uma cena impossível para um claustrofóbico assistir), um cego que acaba caindo no fosso e um outro sujeito que tem sua cabeça decapitada ao fechar das portas da máquina tão útil à vida humana. Enquanto a polícia considera tudo isso um acidente (afinal, segundo eles, só na Holanda, 250 mil pessoas ficam presas em elevadores por ano), o técnico Felix Adelaar (Huub Stapel) começa a desconfiar das mortes e dos problemas apresentado pelo elevador. Logo, puxando os fios, e com a ajuda da repórter Mieke de Beer (Willeke van Ammelrooy) ele descobre a participação da empresa Deta Liften, a mesma onde ele trabalha, tramando com os figurões da Rising Sun neste experimento que fugiu do controle. No decorrer dessa investigação, Felix começa a passar por um sério problema conjugal com sua patroa, Saskia (Josine van Dalsum), que acredita que ele está tendo um caso com Mieke, e tornando-se obcecado e paranoico com o que vem acontecendo no elevador. Uma cópia legendada às pressas foi exibida no Festival de Cannes daquele ano e foi um sucesso tão grande, que logo a Warner Bros. comprou os direitos de exibição do longa, que acabou sendo lançado nos cinemas americanos apenas dois anos depois. E em 2001, Dick Mass dirigiu a sua refilmagem americana, com um orçamento de 15 milhões de dólares e uma ainda desconhecida Naomi Watts no elenco, que chegou até a ser lançado em DVD no Brasil com o nome de O Elevador da Morte. Muito bem construído, com cenas bem tensas e uma explicação tão ilógica para os dias de hoje que torna-se divertidíssima, O Elevador Assassino é uma daqueles ótimas surpresas que encontrei garimpando essa minha lista do blog, e recomendado para os fãs de um bom suspense e do terror tecnológico.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/03/469-o-elevador-assassino-1983/

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