Direção: Douglas
McKeown
Roteiro: Ted
A. Bohus, John Dods, Douglas McKewon
Produção: Ted
A. Bohus, John Dods (Produtor Associado), Ron Giannotto, Jonathan Neil Harris,
Susan Harris, Rita Hildebrandt, Tim Hildebrandt e Jeff Kimelman (Produtores
Executivos)
Elenco: Charles
George Hildebrandt, Tom DeFranco, Richard Lee Porter, Jean Tafler, Karen Tighe,
James L. Brewster
Trasheira até a medula extraterrestre!
Isso é O Retorno dos Aliens – A Geração Mortal, um dos títulos mais WTF que o
mercado brasileiro de home vídeo já pode conceber. Claro que a ideia era pegar
uma picareta carona em Alien – O Oitavo Passageiro. Mas até aí, é demais. Fato é que o longa
do bravo diretor Douglas McKeown é uma daquelas gemas obscuras do
cinema sci-fi camp, desconhecido até de muitos fãs do horror. Feito com um
parco orçamento de apenas 20 mil dólares (o filme tem UMA única locação em seus
quase 81 minutos), O Retorno dos Aliens – A Geração Mortal é feito
claramente por um apaixonado. Entusiasta do cinema de terror, entuba diversas
referências ao gênero, desde sua concepção e inspirações, e principalmente por
conta do personagem Charles, papel de Charles George Hildebrandt, diga-se de
passagem, um dos piores atores mirins da história. O moleque é fanático por
filmes clássicos de terror e ficção científica, obcecado por monstros,
máscaras, maquiagens e efeitos especiais (percebe-se uma idolatria por Ray
Harryhausen), possui pôsteres no seu quarto de filmes como A Maldição da
Aranha e O
Monstro do Mar e
lista entre seus preferidos Frankenstein, O
Templo do Pavor, O
Monstro do Ártico e O Terror que Vem do Espaço. Isso é bastante legal! O roteiro é o
mais manjado e clichê possível. Um meteoro cai na terra com sedentos vermes
alienígenas que se guiam por meio do som e se instalam no porão da casa de uma
família tipicamente suburbana de uma cidadezinha americana. Quatro jovens e o
moleque têm de tentar sobreviver da ameaça alienígena. Parece besta né? Só que
é o filme é um verdadeiro banho de sangue. O visual da alienígena mãe com suas
bocarras e dentes pontiagudos, que parecem uma mistura de um pepino do mar com
planta carnívora (ao melhor estilo A Loja dos Horrores), criado por John Dodds, e suas larvinhas que parecem
girinos anabolizados são extremamente toscos, mas daquele jeito que adoramos,
sabe? Só pensar no parco orçamento que já dá para imaginar que não teríamos uma
superprodução. Mas o gore não
deixa nada a desejar. A cena em que o garoto vê a o eletricista e a cabeça de
sua mãe sendo devorados pela criatura interplanetária é sensacionalmente
nojenta e sanguinária. Sem economia. E vale também a passividade com que o
péssimo ator encara tudo aquilo, de forma incólume, ainda mais se tratando da
progenitora sendo estraçalhada. Também fique ligado na hilária cena do almoço
vegetariano quando as velhinhas são atacadas pelos girinos espaciais, logo após
um deles ter caído no processador e servido de aperitivo. Total Peter
Jackson feelings. Outro fato interessantíssimo da produção e aí vai
um
ALERTA
DE SPOILER
é que a personagem de Ellen, pretê de
Peter (Tom DeFranco), o até então mocinho da trama, surpreendentemente morre no
meio da fita, tendo sua cabeça mastigada e seu corpo jogado janela abaixo.
Havia um boato de que a morte foi uma forma de se livrar da personagem, pois a
atriz Jean Tafler havia arrumado outro trabalho, mas McKeown contestou isso,
tendo já decidido previamente o fatídico destino da moça exatamente para fugir
das expectativas convencionais e chocar a audiência (fato que ele realmente
consegue, pois você fica boquiaberto com o acontecido) e explorar o subsequente
colapso de Peter. O Retorno dos Aliens – A Geração Mortal por muito tempo
ficou no anonimato. Ele quase foi comprado pela Paramount Pictures para ser
lançado no cinema, mas não rolou. A famosa revista de terror Fangoria que fez
uma baita divulgação do filme mais tarde, ajudou a popularizá-lo e o tornou um
daqueles cults das produções B. Uma curiosidade é que Tim Sullivan
trabalhou como assistente de produção (e escreveu os diálogos adicionais) e ao
entrevistar Gene Simmons para a mesma Fangoria deu de presente para o roqueiro
a tal cabeça decepada da mãe do garoto. Depois ele produziu Detroit – A
Cidade do Rock e dirigiu 2001 Maníacos e Driftwood – O
Reformatório. Vale muitíssimo a pena assistir O Retorno dos Aliens – A
Geração Mortal. Claro, se você esperar um espetáculo de roteiro, atuações
oscarizadas e os alienígenas mortais verossímeis, passe longe, pois é tudo
exatamente ao contrário. Mas se você é fã da podreira, do trash e do gore, aposto um picolé de limão que você
irá adorar.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/12/476-o-retorno-dos-aliens-a-geracao-mortal-1983/
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