Direção: Mark L. Lester
Roteiro: Stanley Mann (baseado no livro de Stephen
King)
Produção: Frank Capra Jr., Martha De Laurentiis
Elenco: David Keith, Drew Barrymore, Freddie Jones,
Heather Locklear, Martin Sheen, George C. Scott
Chamas da Vingança é um filme fraco para um livro fraco de Stephen King. Preciso
confessar que eu comecei a ler A Incendiária e nunca consegui terminar de tão
maçante e chato que achei a novela do mestre do terror. O filme segue a mesma
toada e pior ainda, com uma piveta Drew Barrymore chata pra cacete pra irritar
durantes quase duas horas de duração. Chamas
da Vingança segue uma “febre” de filmes lançados no final dos anos
70 e começo dos anos 80 que trazem como pano de fundo poderes extrassensoriais
como telepatia, telecinese, geralmente tendo como foco testes secretos e
organizações escusas, como A Fúria de
Brian De Palma e Scanners – Sua Mente Pode Destruir de David Cronenberg. Aqui no caso, a jovem
Charlene “Charlie” McGee possui habilidades pironcinéticas de atear e controlar
o fogo. Isso porque seu pai e mãe, Andy McGee (David Keith) e Vicky Tomlinson
(Heather Locklear) participaram de um experimento científico onde foram cobaias
da injeção de um composto chamado Lote 6, uma droga que estimula a glândula
pituitária e lhes deu poderes telecinéticos. Oito anos se passam quando Andy e
Charlie começam a ser perseguidos pela inescrupulosa organização conhecida como
A Loja, chefiada pelo famigerado Capitão Hollister, papel de Martin Sheen. Após
Vicky ser assassinada, os dois vivem como nômades tentando escapar dos
tentáculos da perigosa organização que quer usar a menina como arma definitiva.
Para isso, ele contrata o impetuoso mercenário John Rainbird (George C. Scott),
um pragamático matador descendente de índios americanos (que Scott não tem
absolutamente nada a ver) que tem como desejo matar Charlie com suas próprias
mãos. Pai e filha acabam capturados, Andy começa a ser drogado como forma de
inibir seus poderes telepáticos e Rainbird, passando por um afável faxineiro,
faz amizade com Charlie para que ela desencadeie todo seu poder durante os
experimentos. Até claro, que fatidicamente a coisa vai dar merda uma hora e
Charlie parecer a Fênix Negra dos X-Men e começar a tacar fogo em tudo. Originalmente, Chamas da Vingança deveria ter
sido dirigido por John Carpenter, que já se aventurara na direção de uma
adaptação de Stephen King no ótimo Christine – O Carro Assassino. O problema é que os executivos da Universal o
tiraram do projeto por conta do fiasco nas bilheterias de O Enigma de Outro Mundo (que é SÓ o seu melhor filme e hoje objeto de
culto). A vaga ficou na mão do burocrático e preguiçoso Mark L. Lester, que
mais tarde dirigiria alguns clássicos do cinema de ação oitentista como Comando Para Matar e Massacre no Bairro Japonês. O filme é
uma tragédia só, pior do que ser queimado vivo pela garota. Tudo é enfadonho,
clichê, arrastado, sem um pingo de ousadia e transformando a obra num resultado
medíocre, tal qual o próprio livro de King. Salvam-se mesmo apenas Martin Sheen
que sempre faz um belo vilão (como já havia feito em outra adaptação anterior
do escritor, A Hora da Zona Morta) que ficou com o papel com a recusa de Burt Lancaster e o sempre
gabaritado George C. Scott, ganhador do Oscar de melhor ator por Patton – Rebelde ou Herói? e o
excelente thriller sobrenatural
Intermediário do Diabo. Os efeitos especiais para a época também são bem
interessantes, principalmente as bolas de fogo lançadas pela menina nos seus
algozes. Mas algumas coisas são péssimas, como o esvoaçar do cabelo da
garotinha antes da manifestação dos seus poderes (parece com aqueles comerciais
de xampu, sabe?) ou a fraquíssima atuação de David Keith (que foi nada menos
que a 14ª escolha!!!!). Fora que aguentar a “ternurice” daquela vozinha
adocicada chata pra danar de Drew Barrymore é uma barra. Chamas da Vingança ainda rendeu
mais de 15 milhões de dólares de bilheteria nos EUA, provando que naqueles
tempos, adaptar uma obra do mestre do terror para o cinema era sinal de lucro certo.
Por isso mesmo, esse é um dos seis filmes baseados no texto de Stephen King
produzidor por Dino de Laurentiis, junto com A Hora da Zona Morta, Olhos
de Gato(também com Barrymore no elenco), A Hora do Lobisomem, Comboio
do Terror e Às Vezes
Eles Voltam. Resumo da ópera: Um livro pobre e ruim transforma-se
em um filme pobre e ruim.
FONTE:
https://101horrormovies.com/2014/07/17/479-chamas-da-vinganca-1984/
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