domingo, 7 de fevereiro de 2016

#463 1982 SEXTA-FEIRA 13 III (Friday the 13th Part III, EUA)


Direção: Steve Miner
Roteiro: Martin Kitrosser, Carol Watson, Petru Popescu (não creditado)
Produção: Frank Mancuso Jr., Tony Bishop (Coprodutor), Peter Schindler (Produtor Associado), Lisa Barsamian (Produtor Executivo)
Elenco: Dana Kimmell, Paul Kratka, Tracie Savage, Jeffrey Rogers, Catherine Parks, Larry Zerner

A matança desenfreada do icônico Jason Voohrees não poderia terminar em apenas um filme (lembrando sempre que em Sexta-Feira 13 a assassina era Pamela, a senhora sua mãe). Aproveitando a febre dos slasher movies que a própria franquia ajudou a criar, e a baita grana de bilheteria que rendia, eis que o diretor Steve Miner e o produtor Frank Mancuso Jr. entregam Sexta-Feira 13 – Parte 3. Analisando friamente, a terceira parte da cinesérie é apenas mais do mesmo, apenas aumentando exponencialmente a escalada de mortes, a contagem de cadáveres e as mortes mirabolantes e gráficas. Mas há um momento icônico que é justamente quando Jason passa a utilizar a máscara de hóquei, que se tornaria um símbolo não só do cinema de terror, mas da cultura pop em geral. A história por trás desta máscara é que originalmente Jason deveria usar algo para cobrir seu rosto disforme, já que em Sexta-Feira 13: Parte 2, ele utiliza um saco de pano. Durante a produção, que se passou no Canadá, e hóquei é o esporte mais popular por aquelas bandas, o diretor Steve Miner foi chamado para uma verificação da iluminação do set, mas a equipe de efeitos especiais não queria aplicar uma maquiagem no ator Richard Brooker apenas para um teste de iluminação. Então simplesmente colocaram uma máscara, que pegaram emprestada de Martin Jay Sadoff, supervisor dos efeitos 3D do filme (sim, ele foi feito em 3D e logo mais volto nesse assunto), que originalmente era do goleiro do Detroit Red Wings. Miner adorou a máscara e a ideia do assassino usá-la. Um molde foi feito para encaixar perfeitamente na cabeçorra do ator e os famosos triângulos vermelhos foram colocados. O resto é história. Pois bem, Sexta-Feira 13 Parte 3 começa com um recap do último filme, para situar o espectador. Ginny, a personagem de Amy Steel (que recusou a oferta para voltar nessa sequência) confunde a cuca de Jason se passando por sua mãe, dá uma facada no sujeito que é mais difícil de matar do que barata e escapa. Jason continua sua matança (sem motivação nenhuma, somente para suprir seu desejo psicopata) nos arredores de Crystal Lake, que começa na mesma noite de sexta-feira 13, matando um casal que mora nas redondezas, e estendendo para o sábado 14 e o domingo 15, atacando um grupo de jovens que vai passar um final de semana no local. Claro que os famosos estereótipos dos demais filmes estarão por ali: o casal que só quer trepar, o casal maconheiro, o perdedor que fica pregando peças nos outros, a mocinha que sobrevive no final e é perseguida implacavelmente pelo maníaco no terceiro ato quando começa a encontrar os cadáveres espalhados pelo chalé um a um e o interesse amoroso da mesma, que não terá um final nada agradável. De novidade, temos um velho bêbado vagabundo que é uma espécie de wanna be Crazy Ralph, dos dois filmes anteriores e uma gangue de motoqueiros que aparecem na trama só para serem impiedosamente trucidados também. Dois momentos são emblemáticos no longa. O primeiro é a morte do casal Debbie (Tracie Savage) e Andy (Jeffrey Rogers). O rapaz adora ficar andando plantando bananeira e Jason o aborda no corredor, dando-lhe um golpe violentíssimo com seu machete, que simplesmente separa o cara em dois, que é colocado em uma viga no teto (COMO JASON CONSEGUIU COLOCÁ-LO ALI? NÃO ME PERGUNTE). Sangue cai em sua namorada que está deitada na rede lendo uma edição de Fangoria (com uma matéria que homenageia Tom Savini, responsável pelas maquiagens do original e outra comemorando os 25 anos de Godzilla). Debbie olha para o teto quando tem uma faca atravessada em sua garganta por Jason que estava embaixo da rede. O segundo é quando o bobalhão Shelly (Larr y Zerner) assusta a latina Vera (Catherine Parks) saindo do lago e morto na sequência, quando Jason lhe toma o arpão, e aí sim é a primeira vez que veremos o assassino usando a máscara de hóquei que o acompanharia em todos os filmes e seria sua marca registrada. Ah, muito legal também o arpão atingindo de forma certeira o olho da moça, só para constar. A maquiagem de Jason sem a máscara também é bastante interessante (teve até Stan Wiston na equipe, de forma não creditada). O ex-trapezista inglês Richard Booker, que vive o maníaco retardado, chegou a ficar seis horas tendo a prótese aplicada em seu rosto. O sujeito foi escolhido porque tinha quase 1,90 e Miner queria alguém alto para o papel. Mas ele não era muito parrudo, então ele usou enchimento de espuma sob suas roupas para ficar com aquele visual cafuçú. Outro aspecto técnico é que o filme foi lançado nos cinemas em 3D, aquele dos anos 80 que você usava óculos com papel celofane azul e vermelho no lugar das lentes, rodado com a câmera 3D Arrivision, a mesma usada no infame Tubarão 3, lançado no ano seguinte. Caso você seja fã do David Bowie, fique sabendo que a produção de Sexta-Feira 13 também era, e para evitar que o script vazasse, eles usaram o working title falso de “Crystal Japan”, nome de uma música de Bowie. Então se tornou uma tradição dar para as sequências o nome das canções do Camaleão durante as filmagens. O sucesso de mais um filme se confirmou, arrecadando mais de 36 milhões de dólares (com um orçamento aproximado de quatro milhões e o filme sendo feito às pressas, como quase toda a franquia) e o final de Sexta-Feira 13 – Parte 3 fica em aberto, para surgir no espectador a dúvida se Jason realmente estava morto ou não. Sabemos que não estava, afinal, ele ainda voltará em mais seis filmes e um crossover com Freddy Kruger. Isso sem contar a refilmagem.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/06/25/463-sexta-feira-13-parte-3-1982/

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