Direção: Steve Miner
Roteiro: Martin Kitrosser, Carol
Watson, Petru Popescu (não creditado)
Produção: Frank Mancuso Jr., Tony
Bishop (Coprodutor), Peter Schindler (Produtor Associado), Lisa Barsamian
(Produtor Executivo)
Elenco: Dana
Kimmell, Paul Kratka, Tracie Savage, Jeffrey Rogers, Catherine Parks, Larry
Zerner
A matança desenfreada do icônico Jason
Voohrees não poderia terminar em apenas um filme (lembrando sempre que em Sexta-Feira
13 a assassina
era Pamela, a senhora sua mãe). Aproveitando a febre dos slasher movies que a própria franquia ajudou a criar, e a
baita grana de bilheteria que rendia, eis que o diretor Steve Miner e o
produtor Frank Mancuso Jr. entregam Sexta-Feira 13 – Parte 3. Analisando friamente, a terceira parte da cinesérie é
apenas mais do mesmo, apenas aumentando exponencialmente a escalada de mortes,
a contagem de cadáveres e as mortes mirabolantes e gráficas. Mas há um momento
icônico que é justamente quando Jason passa a utilizar a máscara de hóquei, que
se tornaria um símbolo não só do cinema de terror, mas da cultura pop em geral.
A história por trás desta máscara é que originalmente Jason deveria usar algo
para cobrir seu rosto disforme, já que em Sexta-Feira 13: Parte 2, ele utiliza um saco de pano. Durante a produção, que se
passou no Canadá, e hóquei é o esporte mais popular por aquelas bandas, o
diretor Steve Miner foi chamado para uma verificação da iluminação do set, mas
a equipe de efeitos especiais não queria aplicar uma maquiagem no ator Richard
Brooker apenas para um teste de iluminação. Então simplesmente colocaram uma
máscara, que pegaram emprestada de Martin Jay Sadoff, supervisor dos efeitos 3D
do filme (sim, ele foi feito em 3D e logo mais volto nesse assunto), que
originalmente era do goleiro do Detroit Red Wings. Miner adorou a máscara e a
ideia do assassino usá-la. Um molde foi feito para encaixar perfeitamente na
cabeçorra do ator e os famosos triângulos vermelhos foram colocados. O resto é
história. Pois bem, Sexta-Feira 13 Parte 3 começa com
um recap do último filme, para situar o espectador. Ginny, a
personagem de Amy Steel (que recusou a oferta para voltar nessa sequência)
confunde a cuca de Jason se passando por sua mãe, dá uma facada no sujeito que
é mais difícil de matar do que barata e escapa. Jason continua sua matança (sem
motivação nenhuma, somente para suprir seu desejo psicopata) nos arredores de
Crystal Lake, que começa na mesma noite de sexta-feira 13, matando um casal que
mora nas redondezas, e estendendo para o sábado 14 e o domingo 15, atacando um
grupo de jovens que vai passar um final de semana no local. Claro que os
famosos estereótipos dos demais filmes estarão por ali: o casal que só quer
trepar, o casal maconheiro, o perdedor que fica pregando peças nos outros, a
mocinha que sobrevive no final e é perseguida implacavelmente pelo maníaco no
terceiro ato quando começa a encontrar os cadáveres espalhados pelo chalé um a
um e o interesse amoroso da mesma, que não terá um final nada agradável. De
novidade, temos um velho bêbado vagabundo que é uma espécie de wanna be Crazy Ralph, dos dois filmes
anteriores e uma gangue de motoqueiros que aparecem na trama só para serem
impiedosamente trucidados também. Dois momentos são emblemáticos no
longa. O primeiro é a morte do casal Debbie (Tracie Savage) e Andy (Jeffrey
Rogers). O rapaz adora ficar andando plantando bananeira e Jason o aborda no
corredor, dando-lhe um golpe violentíssimo com seu machete, que simplesmente
separa o cara em dois, que é colocado em uma viga no teto (COMO JASON CONSEGUIU
COLOCÁ-LO ALI? NÃO ME PERGUNTE). Sangue cai em sua namorada que está deitada na
rede lendo uma edição de Fangoria (com uma matéria que homenageia Tom Savini,
responsável pelas maquiagens do original e outra comemorando os 25 anos de
Godzilla). Debbie olha para o teto quando tem uma faca atravessada em sua
garganta por Jason que estava embaixo da rede. O segundo é quando o bobalhão
Shelly (Larr y Zerner) assusta a latina Vera (Catherine Parks) saindo do lago e
morto na sequência, quando Jason lhe toma o arpão, e aí sim é a primeira vez
que veremos o assassino usando a máscara de hóquei que o acompanharia em todos
os filmes e seria sua marca registrada. Ah, muito legal também o arpão
atingindo de forma certeira o olho da moça, só para constar. A maquiagem de
Jason sem a máscara também é bastante interessante (teve até Stan Wiston na
equipe, de forma não creditada). O ex-trapezista inglês Richard Booker, que
vive o maníaco retardado, chegou a ficar seis horas tendo a prótese aplicada em
seu rosto. O sujeito foi escolhido porque tinha quase 1,90 e Miner queria
alguém alto para o papel. Mas ele não era muito parrudo, então ele usou
enchimento de espuma sob suas roupas para ficar com aquele visual cafuçú. Outro
aspecto técnico é que o filme foi lançado nos cinemas em 3D, aquele dos anos 80
que você usava óculos com papel celofane azul e vermelho no lugar das lentes,
rodado com a câmera 3D Arrivision, a mesma usada no infame Tubarão 3,
lançado no ano seguinte. Caso você seja fã do David Bowie, fique sabendo que a
produção de Sexta-Feira 13 também era, e para evitar que o script vazasse, eles
usaram o working title falso de “Crystal Japan”, nome de uma música
de Bowie. Então se tornou uma tradição dar para as sequências o nome das
canções do Camaleão durante as filmagens. O sucesso de mais um filme se
confirmou, arrecadando mais de 36 milhões de dólares (com um orçamento
aproximado de quatro milhões e o filme sendo feito às pressas, como quase toda
a franquia) e o final de Sexta-Feira 13 – Parte 3 fica em aberto, para
surgir no espectador a dúvida se Jason realmente estava morto ou não. Sabemos
que não estava, afinal, ele ainda voltará em mais seis filmes e um crossover com Freddy Kruger. Isso sem
contar a refilmagem.
FONTE:
https://101horrormovies.com/2014/06/25/463-sexta-feira-13-parte-3-1982/
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