quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

#484 1984 A HORA DO PESADELO (A Nightmare on Elm Street, EUA)


Direção: Wes Craven
Roteiro: Wes Craven
Produção: Robert Shaye, Sarah Risher (Co-Produtora), John Burrows (Produtor Associado), Stanely Dudelson e Joseph Wolf (Produtores Executivos)
Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, John Saxon, Johnny Depp, Ronee Blakely, Amanda Wyss

“Um dois, Freddy vai te pegar”. Quem era pivete e nunca ficou com medo dessa música cantada por aquelas espectrais garotinhas pulando corda? A Hora do Pesadelo é um dos maiores fenômenos pop do gênero graças ao seu vilão icônico, Fred Krueger, com sua luva de navalhas, chapéu de feltro, blusão vermelho e verde e rosto desfigurado. A produção teve vários toques de mestre de Wes Craven que a transformou em um sucesso de crítica e bilheteria, além de colocá-la no panteão como um novo clássico do terror. Entre eles, a originalidade de criar um assassino indestrutível que ataca nos sonhos, utilizando o subterfúgio do medo inconsciente que as pessoas têm de pesadelos. Craven usou esse terreno para poder criar ambientes e situações oníricas, surreais e soturnas. O visual assustador de Freddy com o rosto todo queimado representa a personificação do mal e os efeitos visuais vanguardistas na época ajudaram a espalhar essa sensação de medo primitivo, com mortes extremamente elaboradas e sangrentas. E mais importante que tudo isso, é que A Hora do Pesadelo é infinitamente mais inteligente e adulto, podemos dizer, do que todos os filmes slasher de adolescentes sendo perseguidos por maníacos nos anos 80. Ele bebe na fonte da literatura gótica e apresenta personagens com perfis psicológicos distintos e bem definidos, diferente dos jovens idiotas que só prestavam para serem mortos, como em Sexta-Feira 13, por exemplo. Fred Krueger ataca adolescentes que têm problemas tanto de ordem social quanto psicológica e que na maioria dos casos, são oriundos de famílias disfuncionais. Por exemplo, Tina, a primeira vítima do assassino. Logo na primeira aparição do vilão, ao acordar de um pesadelo, ela é repreendida pela mãe, que logo em seguida é interrompida pelo namorado, brigando para voltarem a cama e continuarem com a trepada que a filha dela interrompeu. Daí já percebemos que Tina é filha de pais divorciados e tem uma mãe piranha, que no dia seguinte vai viajar com o namorado para Las Vegas, deixando a filha em casa sozinha. Já Rod Lane, namorado de Tina, é um daqueles bad boys incorrigíveis. Já teve passagem policial por baderna e tráfico de drogas. Nancy Thompson, a heroína virginal, por sua vez também é filha de pais separados e sua mãe é alcoolatra. E todos estão envolvidos nesse balaio de gato porque Fred era um assassino pedófilo de crianças, que acabou sendo solto devido a uma falha burocrática do sistema. Os pais revoltados querendo proteger seus filhos, resolvem fazer justiça com as próprias mãos e o aprisionam em sua casa, queimando-o vivo. Anos depois, ele volta a atacar os filhos dos responsáveis pela sua morte em seus sonhos, já que ele não pode se materializar na vida real. Craven teve a ideia de escrever o roteiro de A Hora do Pesadelo, quando leu uma série de artigos do L.A. Times sobre o grande número de crianças tailandesas que morriam durante o sono após sofrer de terror noturno e ter inúmeros pesadelos subsequentes. E pegou emprestado o nome de outro vil assassino que já havia idealizado antes, Krug de Aniversário Macabro. Robert Englund encarnaria o titio Freddy para colocá-lo de vez no hall da fama dos filmes de horror. O mais interessante de se assistir A Hora do Pesadelo em detrimento de suas outras sete sequências (sem contar o crossover com Jason e o bom remake de 2010), é que Freddy é realmente um sujeito aterrador em sua primeira aparição. Sua maquiagem de rosto é mais feia, ele é mais cruel e sinistro. Mete um baita medo, enquanto nas sofríveis continuações ele adquire uma nova persona, transformando-se em um falastrão piadista, com sacadinhas jocosas e frases clichês antes ou depois de matar suas vítimas (sendo a mais célebre delas dita em A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos, quando ele enfia a cabeça de uma jovem dentro do tubo da televisão e solta: “Bem-vinda ao horário nobre, cadela”). Três fatos curiosos sobre A Hora do Pesadelo: Seu roteiro foi ignorado por todos os grandes estúdios, exceto pela Disney (?!). A New Line topou fazê-lo, com um orçamento de 1,8 milhão de dólares, faturou mais de 25 milhões de dólares na bilheteria e criou uma das franquias mais lucrativas do estúdio; Johnny Depp faz aqui sua primeira aparição no cinema, com 21 anos de idade; E em determinada noite, Nancy está assistindo televisão e o filme que está sendo exibido é A Morte do Demônio, que foi a retribuição de uma homenagem a Sam Raimi, que em seu filme havia colocado o pôster de Quadrilha de Sádicos, de Craven, no porão da cabana na floresta.
FONTE: https://101horrormovies.com/2014/07/24/484-a-hora-do-pesadelo-1984/

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